CAPÍTULO 71: PERIGO [PARTE I]

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Depois que terminei de trocar, acabei colocando um short legging, pois de jeito nenhum iria usar só saia, uma porque eu não era acostumada a usar saia daquele jeito e outra porque eu realmente não queria, era estranho e eu não conseguiria me sentir confortável. Como alguém conseguia usar aquelas roupas? E quando estava frio? Elas eram obrigadas a usar aquilo ou tinha outro uniforme especifico? Afastei o pensamento, isso não era tão importante naquele momento.

Quando cheguei no quarto Mary estava de pé parada e aquela mulher estava ali olhando as coisas.

— O que fazia fora do quarto? — perguntou ela

— Estava colocando o uniforme que pediu. — Respondi

Ela arqueou uma sobrancelha, olhando-me de cima abaixo.

— Deveria estar aqui há muito tempo. Por que ainda não arrumou suas coisas?

— Por que eu não pretendo ficar. — Respondi e ela começou a rir

— É melhor se alinhar com a Mary e obedecer às regras. Não poderá sair daqui a menos que a ordem venha dos seus pais. Estejam lá fora em uma hora para a corrida. — Disse ela saindo e fechando a porta

— Minha... Nossa... Você pirou? Deveria estar aqui do lado antes de ela entrar, ela poderia ter te dado uma punição.

— Não importo com isso.

— Vamos. Agora é a hora do intervalo. Ainda bem que chegou agora, pois poderei te apresentar o lugar. Vamos — Disse ela me puxando porta a fora.

— Calma, Mary. — eu disse parando quando ela fechou a porta

Já havia um monte de garotas andando pelo corredor, todas estavam com os uniformes diversificados. Vi algumas garotas conversando, estavam com uniformes xadrezes vermelho, obviamente eram as patricinhas dali. Mary me levou para a cozinha onde havia uma área com algumas garotas comendo algumas coisas e outras apenas estavam conversando. Sentamos em um banco e Mary pegou uma bandeja de comida e começou a comer.

— Não vai comer? Precisa de energia para a corrida.

— Não estou com fome.

— Ah...

— Como veio parar aqui? Parece ser uma garota legal. — Perguntei, interessada m saber.

— É... Eu sou. Culpa da minha mãe adotiva. Ela não gosta de mim e me mandou para cá para se livrar de mim. Pretendia ir morar com a minha irmã, mas como estou aqui, tiraram o meu dinheiro e pertences pessoais.

— Quantos anos você tem?

— Fiz dezesseis há pouco tempo. — Ela falou, concentrada na comida.

— Nossa! Vai ser quase impossível sair daqui então.

— Mesmo as que têm dezoito anos para cima não saem. Já me conformei com isso. — Ela parecia meio triste quando disse isso, apesar de que o que ela falou parecia ser verdade. Talvez ela já tivesse perdido a esperança de sair dali.

— E a sua mãe adotiva?

— Ela nunca vai me tirar daqui. Se ao menos encontrasse minha irmã. Ela já é casada talvez deixasse eu morar com ela.

— Nunca tentou ligar?

— Essas bruacas daqui não deixam. Como tentei fugir um monte de vezes estou na mira delas agora. — Disse ela começando a comer.

Observei o local novamente, vi um grupo de garotas conversando e sorrindo, elas estavam com um isqueiro na mão e usavam uniforme preto, eram as rebeldes. Uma delas era loira. Lembravam-me Ambre e seu grupo.

— Por que aquelas garotas estão com um isqueiro? — perguntei e Mary olhou, mas elas já tinham escondido.

— São as rebeldes daqui. Estão sempre tentando fugir. A loira se chama Sharon, é metida até falar chega. Às vezes se faz de santinha, mas todo mundo conhece ela. Se não quiser se encrencar fique longe delas.

Quando Mary terminou tudo, ficamos conversando e esperando até a hora de ir para a fora onde as garotas iriam praticar os esportes em um campo longe ali do prédio. Mary acabou passando mal então ficou na cozinha, aquela mulher tinha instruído ela a fazer um chá e ficar no quarto até todo mundo voltar. Eu não queria ir, mas como era uma regra e eu não tinha nada mais para fazer ali e era praticamente obrigada a comparecer, eu acabei indo.

Precisava arrumar um jeito de ligar para a minha mãe.


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