CAPÍTULO 43: DECISÃO

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— Mhylla, não precisa terminar só por que...

— Eu tenho que fazer isso. Desculpa. — Eu disse indo até a porta e tentando conter as lagrimas

Eu ainda gostava dele e muito, só que eu tinha que fazer isso.

Por mais que achasse que não tinha forças, por mais que achasse que fosse sucumbir, eu consegui conter as lagrimas, precisava ser forte, essa decisão tinha sido minha e não dele.

— Espera! Esqueceu uma coisa. — Ele falou, prendendo meu olhar ao dele.

— O quê?

— De dizer que não me ama mais e que é pera eu esquecer você.

Eu dei de ombros. Eu jamais conseguiria dizer aquilo, porque era mentira. Eu o amava de um jeito que não conseguia explicar, de alguma forma ele me completava e me fazia sentir bem. Eu não queria que ele me esquecesse, pelo contrário, eu queria que ele me amasse.

— Está fazendo isso para dificultar? Por que...

— Não. Se disser que não me ama, eu nem tento lutar por você, se dizer que ainda me ama, já sabe o que eu vou fazer.

— Não precisa tentar. Eu não quero que insista. — menti — Eu... Eu não te amo mais. — Eu disse e sai dali.

Era mentira, eu ainda o amo, só que precisava mentir, não queria que ele insistisse no assunto, não dava para ficarmos juntos, essa seria uma pagina da minha vida que teria que virar. Não, no caso rasgar. Eu estava chorando, só que não poderia deixar que ele visse isso, talvez eu estivesse magoando ele, mas essa era a solução.

Voltei pra casa e fiquei lá no quarto. Tudo estava ligado, se toda aquela história tinha acabado por causa de um erro, nesta vida poderia acabar com uma solução. Pensei em ligar para o Alexander para dizer que ele tinha razão, mas ainda não conseguia. Ainda me doía ter mentindo para o Neythan, mas olhando todas as situações que passamos juntos, estava na cara que o nosso namoro não andaria para frente. Agora faltava explicar para a minha mãe aquela confusão e dizer que eles não precisavam mais se preocupar.

Só que também não iria ficar chorando por uma decisão que eu tinha tomado. Tinha escolhido isso, agora teria que aprender a conviver com essa escolha, mas também não passaria a achar o Alexander uma pessoa melhor. Não tão fácil assim.

Eu passei a manhã inteira de sábado deitada na cama, não teria nada para fazer e também não estava com animo para me levantar e ficar zanzando na casa feito um zumbi, só que um tempo depois a fome acabou me vencendo e tive que levantar para comer alguma coisa. Era quase meio-dia quando tinha decidido isso, eu me arrumei amarrando o cabelo em um rabo de cavalo, escovei os dentes, coloquei um vestido lilás e desci.

Meus pais estavam almoçando e ficaram me encarando quando cheguei à cozinha.

— O que aconteceu? — Perguntou meu pai — Você não é de acordar essas horas.

— Aposto que você e aquele seu namorado brigaram. Também não é pra menos, né? Olha com quem você foi se meter. — Disse minha mãe

— Não brigamos. Eu terminei com ele. E aquele cara que vocês viram aqui aquele dia não é meu namorado. Quer dizer ex-namorado, ele estava fingindo.

— Ele parecia conhecer você. — Disse minha mãe

— Como assim terminaram? — perguntou meu pai tomando um pouco de suco

— Não estávamos nos dando bem juntos, eu decidi terminar.

— Acredite querida, sei que deve estar sendo difícil pra você, mas é melhor assim.

Eu dei de ombros. Ela estava realmente feliz por eu ter terminado o namoro, ainda estava achando que era o Lionel.

— Mãe, aquele cara não é meu namorado, porque não acredita em mim?

— Depois daquilo que eu presenciei queria que acreditasse em que?

— Em mim. — Falei, encarando-a — Não estou mentindo.

Meu pai interrompeu a nossa "discussão" e perguntou:

— De onde você o conhece?

— Não me diga que você andou entrando em bares. Ou... Ou boates ou...

— Não, mãe. Eu juro que não.

— Você não está bebendo, não é? Muito menos...

— Não! Claro que não. Agora posso almoçar direito?

Eu fui até a mesa e sentei-me com eles para almoçar, eu sabia que ela estava feliz com isso, mesmo entendendo tudo errado, ela poderia pelo menos fingir que estava triste por mim.

— Eu só estava conferindo. Não criei uma filha durante dezessete anos para quando chegar nesta idade ela começar a desandar desse jeito.

Eu olhei para ela, perplexa.

— Não estou desandando. Pela última vez, aquele cara não é meu namorado, eu não estou bebendo, não estou indo a bares e nada parecido. Satisfeita?

— Um pouco.

— Obrigada então.

Meu pai estava em silêncio, mas pela expressão no rosto dele, sabia que tinha algo a dizer.

— Eu estou começando a concordar com a sua mãe, é melhor assim.

— Já sei que são contra namorados, não precisam ficar explicando tudo de novo.

— Se estivesse nos escutado isso não teria acontecido.

Ela iria insistir naquele assunto...

— Mãe? Eu terminei, EU.

— Tá. Espero que continue assim.

— Vou ficar no meu quarto. — Disse, desistindo de comer

Eles iriam ficar mesmo insistindo nisso? Será que não dava para entender que eu não tinha o porquê mentir sendo que já tinha terminado com ele, que no meu caso era o Neythan e no deles, o Lionel? Isso já estava ficando insuportável.

—Agora não precisa mais. Você não está mais com aquele cara. — Disse meu pai

Que parte de "Ele não é meu namorado" eles não entendia?

— Mas se voltar com ele, vai voltar para o castigo.

— Entendi. Mas mesmo assim prefiro ficar no meu quarto.

Sai dali antes que aquela conversa sem sentido se prolongasse, eles simplesmente não conseguiam entender a situação.  


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