15º Capitulo

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"O teu vestido já está em cima da tua cama querida" o meu pai disse assim que ambos chegamos a casa.

Hoje tinha sido o meu pai que me tinha ido buscar a escola. Pelos vistos ele chegou da viagem a hora do almoço mas como as minhas aulas só acabavam as quatro, só agora é estive com ele. Ele esteve a desculpar-se por não me ter avisado e essas coisas, mas eu acho que já me habituei.

"Vai tomar banho e despachar-te que as sete horas o Zayn vem cá ter para podermos ir sim?" o meu pai voltou a perguntar despertando a minha atenção. Sim pelos vistos o Zayn também vem ao evento do meu pai, e afinal não vai ser aqui em casa. Vai ser na inauguração de uma galeria de artes. Pelo menos vai ter arte.

"Emma estás a ouvir?" o meu pai perguntou levantando o tom de voz fazendo-me acordar dos meus pensamentos.

"Sim pai estou. Mas ainda faltam três horas" eu disse mais rude do que pretendia. Mas também não conseguia estar melhor com o meu pai. Estou sem cabeça nenhuma para festas.

"Prontos Emma tu é que sabes, eu volto mais logo" ele disse quase em forma de suspiro, ele percebeu que eu não gostei nada da atitude dele. Ele sabe disso. Depositando um beijo na minha testa, saiu de novo pela porta.

Assim que a porta fechou dirigi-me para a cozinha. A Marihana preparou-me um lanche e estivemos a conversar. Ela contou-me como tinha saudades do seu filho, que ao que eu me lembre se chamava Dave. E como tinha sido ótimo vê-lo, e como ele estava crescido e essas coisas. Se não me engano ela disse que ele tinha 19 anos. É praticamente da minha idade. Mas só me lembro de um ver uma ou duas vezes quando era mais pequena e tinha uns sete ou oito anos. Mas lembro-me vagamente de brincar com ele.

Quando dei conta já eram cinco horas. Caminhei agora para o meu quarto e assim que entrei vi duas caixas ambas poisadas em cima da minha cama.

Era de certesa a roupa que eu teria de vestir hoje. É sempre assim. Sempre que á 'eventos importantes' o meu pai limita-se a trazer-me roupa de um estilista qualquer que acaba por nos patrocinar, e eu apenas visto. Como uma autêntica boneca que o meu pai tem como coleção.

Despi a minha roupa fazendo-a deslizar pelo meu corpo e entrei na banheira tomando um banho demorado. Assim que sai enrolei uma toalha ao meu corpo, e outra ao meu cabelo. Caminhei de novo para o meu quarto e sentei-me numa cadeira que se encontrava a um canto. Passei creme pelo meu corpo, e tirei a toalha do cabelo secando-o minimamente. Caminhei agora até a cama e abri as caixas que lá estavam poisadas. Agarrei no vestido e desdobrei-o esticando-o por completo. Ele era preto de manga a cada que cobria os ombros por completo, o decote era pequeno e neste tinha uns detalhes em dourado, ele era justo até a cintura onde também tinha uns detalhes em dourado. Rodeio e na parte de trás ele tinha um corte do género de um triângulo que acabava por se ligar com as alças.

O vestido até era bonito. Costumam ser todos do género. E mesmo que eu não gostasse, não avia outra hipótese.

 Tirei a toalha que cobria o meu corpo e vesti uma roupa interior antes de colocar o vestido. Ajustei-o ao meu corpo e por fim olhei-me ao espelho. O vestido era o meu número e assentava-me na perfeição. Como eu já tinha dito a zona da cintura era mais estreita fazendo realçar as minhas curvas, ele chegava-me mais ou menos a meio das cochas e o corte que o vestido tinha atrás ficava ainda melhor vestido.

 Andei até um outro pequeno espelho e sequei o meu cabelo, esticando-o por completo. Passei um pouco base pela minha cara, coloquei algum eyeliner pelos meus olhos, passei rímel, e por fim algum batom. E Coloquei umas pulseiras, e um anel que combinavam com os detalhes do vestido

Acho que estou pronta. Andei até ao meu armário tirando uma pequena mala que era preta com uns detalhes dourados, perfeita para o meu vestido. Coloquei lá, batom entre outras coisas, faltava-me o telemóvel. Deve ter ficado lá em baixo. Acordei dos meus pensamentos quando ouvi a minha porta bater.

"Entre" eu disse e a minha voz saiu rouca. O corpo do meu pai fez-se aparecer pelo meu quarto e este olhou-me de alto a baixo.

"Estás tão linda filha" ele disse olhando para mim e eu apenas desviei o meu olhar do dele continuando o que estava a fazer. "Já estás pronta?" ele perguntou aproximando-se de mim.

"Sim eu desço já." Eu disse com a voz um pouco mais fria do que pretendia e vi que o meu apenas assenti em tristeza por eu lhe ter falado daquela maneira, e saiu encostando a porta.

Sentia-me mal por vê-lo assim. Mas ao mesmo tempo era a única maneira com que eu o conseguia encarar.

Andei de novo até a minha cama tirando de lá os sapatos. Eram uns simples sapatos dourados de salto alto. Calcei-os e eram na verdade bastante altos. Mas acho que isso é outra coisa que também já me habituei. Ajeitei por ultimo o meu cabelo e agarrei na minha mala dirigindo-me para fora do quarto.

Caminhei pelo largo corredor e assim que cheguei ao topo das escadas avistei o meu pai e o Zayn na conversa. Ambos desviaram as suas atenções para mim assim os meus saltos começaram a fazer barulho ao embater nos degraus. O meu olhar foi direcionado para o Zayn, ele estava vestido com um fato preto, tinha uma camisa branca, a barba meia desfeita como sempre e o seu cabelo estava perfeitamente levantado. O Zayn estava lindo, nunca o imaginei com um fato daqueles mas na realidade assentava-lhe na perfeição, dava-lhe um ar ainda mais misterioso, mas ao mesmo tempo sexy. Ele estava realmente lindo.

Fui acordada dos meus pensamentos assim que desci o ultimo degrau, avistei o meu telemóvel no sofá e andei até lá segurando nele e assim que voltei a minha atenção para o meu pai e para o Zayn vi que este me estava a olhar de alto a baixo, o que me estava a deixar envergonhada e incomodada. Mexi no meu cabelo nervosamente e dirigi-me mais para perto do meu pai.

"Estás maravilhosa filha" o meu pai voltou a elogiar-me e eu limitei-me a olhar para baixo sem responder, e pude ouvir um suspiro seu. "Bem, vamos?" o meu pai perguntou e eu e o Zayn assentimos.  

Ambos dirigimo-nos para o carro que nos esperava lá fora. O Zayn foi no lugar do pendura ao lado do motorista, e eu vim cá atrás com o meu pai. A viagem foi silenciosa. Pelo menos para mim, porque o meu pai e o Zayn estiveram sempre a conversar, pela forma que se tratavam parecia que já se conheciam á anos. E eu limitei-me a acompanhar o motorista no silêncio.

Rapidamente chegámos a tal galeria. Assim que o carro parou o motorista saiu abrindo-me a porta, enquanto o meu pai e o Zayn saiam. Caminhamos os três pela longa calçada que daria a porta principal. Assim que entramos fomos apanhados por alguns fotógrafos que estavam em serviço na entrada. Eu e o meu pai tiramos algumas fotos na companhia de Zayn, e eu apenas limitei-me a sorrir como faço sempre.

Por fim entramos dentro da que suponho que seja a sala principal. Era uma enorme sala, ao fundo continha uma enorme mesa composta por umas trinta cadeiras, e mais a entrada encontrava-se um bar que serviria as bebidas e as entradas. A sala tinha um teto enorme, o chão era claro e as paredes eram compostos por quadros. Rapidamente um homem também engravatado e com um muito bom aspeto chegou-se ao pé do meu pai cumprimentando-o e este voltou a suas atenções para nós.

 "Quero apresentar-te a minha filha, Emma" ele disse ao homem e este esticou a sua mão ao qual eu apertei e ambos trocamos um sorriso.

"E este é o Zayn, seu namorado e o meu mais recente ajudante" o meu pai falou e o tal homem e o Zayn apertaram a mão um ao outro, enquanto a minha cara de choque era evidente.

Desde quando é que o meu pai apresentou o Zayn como meu namorado? Começei a olhar atentamente para Zayn e para o meu pai como se pedisse um explicação, mas este limitou-se a sorrir e o Zayn depois de se afastar do tal homem aproximou-se de mim e colocou a sua mão na minha cintura chegando-me mais para ele.

Um arrepio passou por todo o meu corpo assim que senti a mão do Zayn na minha cintura, e a proximidade em que estávamos. Continuamos a caminhar para o meio da sala e eu olhei para o Zayn como pedindo-lhe um explicação. O meu pai continuou a cumprimentar pessoas e eu e o Zayn dirigimo-nos para os quadros que estavam expostos nas paredes, ficando mais longo do resto das pessoas.

"O que é que se está a passar?" eu sussurrei ao Zayn quando já nos encontrávamos mais longe.

"Faz o que o teu pai disse" ele sussurrou junto ao meu ouvido fazendo um arrepio passar por mim. Apesar dos meus saltos o Zayn continuava ligeiramente mais alto que eu, o que fazia que a sua respiração embatesse no meu ouvido a cada vez que ele falava, o que de certa maneira fazia com que eu me arrepia-se por completo.

Ouvi o meu nome e o do Zayn a serem chamados e ambos olhamos para trás, e o meu pai vinha acompanhado de um senhora, a qual nos apresentou. Continuamos a andar pela sala falando com diversas pessoas. Todas elas bem vestidas, e com um ar requintando. Mas apesar disso eu odiava aquele ambiente. Parece que não havia ninguém verdadeiro ali. Parece que todos se cumprimentavam com sorrisos, mas por dentro odiavam-se. Era um ambiente sínico, e assustador.

O meu pai continuou a apresentar-nos a uma série de gente enquanto tomávamos umas bebidas e comíamos algumas entradas. Passado algum tempo todos nos sentamos na grande mesa. O meu pai ficou numa das cabeceiras da mesa, e eu fiquei do seu lado direito com Zayn ao meu lado. A refeição posso dizer que foi normal, todos comiam e falavam de negócios e apenas ficava no meu silêncio como sempre. Por vezes tentava responder docemente ao que me perguntavam, mas hoje sentia-me incapaz até de dar um sorriso por mais falso que fosse.

O jantar continuava mas o som de uma mensagem no meu telefone despertou-me a atenção. Tirei-o de dentro da minha mala sem me importar com o facto de estar ao telemóvel a mesa e li.

"Estou a tua espera cá fora precisámos de resolver as cenas... Ass: Niall Xx: número desconhecido"

O Niall? De um número desconhecido? E o que é que ele estava a fazer lá fora?

"Como é que soubeste que eu estava aqui? E porquê é que tens o número em desconhecido? Xx" escrevi impaciente, mas depressa recebi outra mensagem.

"Telefonei para tua casa e a Marihana disse-me, e estou com o número desconhecido porque perdi o meu telemóvel. Anda lá princesa eu explico-te tudo cá fora Xx: número desconhecido" Continuo a achar isto tudo muito esquisito. Porque é que o Niall haveria de crer falar comigo agora? 
 
Não respondi a mensagem. É melhor eu ir lá por mim mesma já que ele insistiu. Cheguei a cadeira para trás para me poder levantar mas o Zayn impediu-me agrando-me o braço.

"Onde é que vais?" o Zayn sussurrou calmamente enquanto olhava para mim

"Vou só a casa de banho" eu disse acabando por me levantar, e senti que o Zayn não ficou muito convencido.

Andei até a saída tentando que ninguém se apercebesse para onde eu estava a ir. Assim que cheguei perto da porta, esta não tinha ninguém. Nem seguranças nem fotógrafos, ninguém. E dei graças a deus por isto.

Abri a porta saindo para a rua e logo uma grande aragem fria percorreu o meu corpo. Está um noite muito fria e desagradável na verdade. Andei até mais perto da estrada, e tentei procurar Niall mas não o consegui encontrar. Começei a ouvir passos vindos do meu lado esquerdo o que fez despertar a atenção e antes que me pudesse virar uma voz suou.

"Ora ora, cá temos a famosa Emma Anderson" a voz grave suou fazendo-me perceber que não era o Niall, e assim que me virei nesta direção encontrei um homem vestido com um casaco de cabedal castanho, umas calças escuras e com a cara encapuçada, a andar na minha direção.

Fire || Z.MOnde as histórias ganham vida. Descobre agora