136. Realidade Paralela B - PatPran (BadBuddy)

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{Um agradecimento especial para todes que apoiaram essa continuação! Esse capítulo narra os acontecimentos na realidade original da série, com Pat e Pran vindos da realidade alternativa}

Pran poderia ter percebido que não seria um dia comum assim que o despertador o acordou 15 minutos mais cedo que o normal. Ele não pretendia levantar da cama antes do horário certo, mas sua mãe veio bater na sua porta com pressa depois de um tempo de semi-consciência.
- Pran?! Venha comer logo! Você vai perder o ônibus!
Ônibus? Que ônibus? Pran pensou, confuso, saltando da cama e se arrumando com pressa, ainda acordando, enquanto tentava entender o que estava acontecendo.
- Pran?! - Sua mãe chamou do andar de baixo, e ele só teve tempo de tacar seu material na mochila e pegar o celular antes de descer correndo. - O que te fez demorar tanto? Vamos, ainda dá tempo de comer alguma coisa...
Enquanto comia, Pran percebeu o fundo de tela esquisito do seu celular. Onde estava a foto de Pat? Sem pensar muito, ele apenas procurou por sua conversa com o namorado, mas demorou para achá-la. O nome do contato estava diferente. Estava registrado como "Apenas um Amigo". Não fazia sentido. Eles ainda namoravam, certo?

Pran: Pat???

Apenas Um Amigo: Oi amor
Apenas Um Amigo: Tudo bem por aí?

Ufa. Pelo menos Pat parece normal.

Pran: Esquisito, no mínimo.
Pran: Você ainda vem me buscar?

Apenas Um Amigo: Claro! Estou saindo daqui a pouco. Por quê? Aconteceu alguma coisa?

Pran: Acho que minha mãe ficou maluca...
Pran: Tá falando que eu preciso pegar o ônibus

Apenas Um Amigo: Como assim?

      - Pran! O que está fazendo aí parado no celular?! O ônibus! O que deu em você hoje, hein? - Sua mãe questionou, abrindo a porta de casa e o encarando confusa.
     - Mas mãe...
     - Corre!
     - Tá bom, tô indo... - Pran saiu de casa ansioso, sem saber mais como contestar. Ele tomou a direção para o ponto de ônibus, com a certeza de que sua mãe o observava.

Apenas Um Amigo: Acabei de te ver saindo
Apenas Um Amigo: O que está acontecendo?

Pran: Não faço a mínima ideia
Pran: Pode me buscar no ponto de ônibus?

Apenas Um Amigo: Posso, estou saindo agora.

Pran chegou no ponto bem à tempo para o ônibus, mas não embarcou, esperando por mais alguns minutos até ver sua carona chegando. Assim que abriu a porta, percebeu a expressão aflita do namorado.
- Amor? Você está bem?? - Pran perguntou, preocupado.
- Estou... é só que... meus pais acabaram de agir de um jeito muito esquisito. O que deu na sua mãe? Que história é essa de ônibus?
- Eu não faço a mínima ideia... - Pran suspirou.
- Beijo de bom dia? - Pat pediu, e Pran deu-lhe um beijo mais longo que o normal, refugiando-se no único evento comum desde que acordara. - Obrigado... - Seu namorado sorriu, antes de ter que desviar o olhar e começar a dirigir.
- O que seus pais fizeram de esquisito?
- Bom... eu falei que estava saindo pra te buscar e os dois me olharam em choque. Meu pai ficou bravo do nada e me perguntou se era brincadeira. Ele parecia tão sério que me assustou de verdade. Comecei a rir de nervoso, e acho que ele assumiu que eu estava brincando, porque falou que não era pra brincar com isso.
- Mas... não faz sentido! Você sempre me busca de manhã quando dormimos por aqui!
- Exatamente! E mesmo se eles não soubessem antes, qual é o problema nisso? Eles realmente parecem malucos. Aconteceu alguma coisa que a gente não está sabendo? Você percebeu mais alguma coisa esquisita?
- Bom... sim... a foto sua que eu uso de fundo de tela sumiu do nada, e o nome do seu contato tá diferente.
- Diferente como?
- Está registrado como "Apenas Um Amigo"
- Ai... - Pat colocou uma das mãos no peito, mantendo a outra no volante. - Essa doeu.
- Mas eu nunca escrevi isso. Você acha que fui hackeado?
- Talvez...
- Pera... pode checar meu celular pra mim por favor? Respondi suas mensagens com pressa hoje, então talvez eu não tenha notado algo - Pat pediu estendendo seu celular para Pran.
- Seu plano de fundo é uma foto da praia. - Pran comentou, antes de desbloquear a tela. - Foi você que mudou?
- Foto de praia? Não! Era pra ser aquela que eu tirei de você semana passada - Pat comentou, parecendo indignado. - Como está seu nome de contato?
- "Pran" e uma carinha feliz.
- Sem emoji de coração?
- Sem emoji de coração.
Pat estacionou o carro em uma vaga aleatória na rua, apenas para poder parar e checar com calma.
- Não faz o mínimo sentido! Não estava assim ontem, antes de eu ir dormir.
- Meu celular também não estava esquisito... nem minha mãe - disse Pran. - Isso é um sonho, não é?
- Não! Eu definitivamente não sou um fruto da sua imaginação... mas talvez você seja um fruto da minha! - Pat agarrou o rosto de Pran, puxando-o para perto e roubando-lhe um beijo para testar seus sentidos. - Como pode ser tão realista?
- Eu também não sou um fruto da sua imaginação, Pat... mas nada disso faz sentido. É como se fosse uma realidade paralela.
- E se for mesmo?!
- Não pode ser... não é possível! Foi só um modo de dizer. Tudo isso deve ter alguma explicação. Fomos hackeados, é isso.
- E os nossos pais? Foram hackeados também? Ficaram malucos do nada?
Pran permaneceu em silêncio, sem saber como responder. Ele encarava a janela, pensativo, roendo as unhas de nervoso.
- Ei... - Pat acariciou sua coxa, percebendo seu estresse. - Relaxa. Tudo deve se esclarecer em breve. Por que não tentamos checar os celulares com mais cuidado? Talvez a gente encontre algum sinal de hack ou alguma pista.
- Certo... tem razão - Pran assentiu e pegou seu celular, abrindo aplicativo por aplicativo para checar as diferenças. Pat começou a fazer o mesmo.
- COMO ASSIM?! - Pat exclamou, do nada, fazendo seu namorado pular de susto.
- O que foi?!!
- Minhas fotos!!! Nossas fotos!!! Sumiram!! Tá tudo diferente!
- Todas?!
- Sim! Tenho algumas fotos nossas, mas não lembro de termos tirado elas. Não faz sentido!
- Olha isso! As minhas também!! Você mal aparece no meu rolo de câmera!
- Olha essas fotos... isso nunca aconteceu! Pran... isso deve ser realmente uma realidade paralela!
Pran o encarou em silêncio, com dificuldade de processar a informação, até que seu celular começasse a tocar.
- É o Wai...
- Pode atender... - Pat comentou.
- Alô? - Pran atendeu, colocando a ligação em viva voz.
- Pran? Cadê você? Aconteceu alguma coisa, ou só está atrasado? - Wai perguntou.
- Só atrasado, mas estamos a caminho.
- Estamos? Você e quem?
Pat e Pran se encararam, assustados. O que seria diferente nessa tal realidade? O que eles poderiam falar sem criarem caos?
- Você tá com o Pat? - Wai questionou depois de alguns segundos de silêncio, e o casal suspirou de alívio. Pelo menos a ideia de estarem juntos não parecia absurda para Wai.
- É... sim...
- Okay... mas venham logo. Temos a primeira aula junto com a galera de engenharia hoje, lembra? Vai ser suspeito se vocês dois chegarem atrasados juntos. Qualquer coisa tentem entrar na sala um de cada vez, com uns minutos de intervalo.
- Ah... sim... pode deixar.
- Certo. Te vejo mais tarde.
- Até mais tarde. - Pran se despediu, desligando o telefone e voltando a focar em Pat, que parecia tão confuso quanto ele.
- Suspeito? Como assim suspeito? A gente sempre chega juntos. - Pat questionou, ligando o carro novamente e voltando a dirigir até a faculdade.
- Se essa tal teoria de realidade paralela estiver certa, nessa realidade a gente provavelmente não tem a mesma rotina - Pran comentou.
- É... precisamos descobrir mais o mais rápido possível, para agirmos de acordo com as regras daqui. Já quase tivemos problemas algumas vezes, e o dia mal começou.
- Vou tentar descobrir mais algumas coisas, talvez em redes sociais... - Pran começou a inspecionar seu Instagram, cada vez mais intrigado com as diferenças. - Nós não temos nenhuma foto publicada juntos... em nenhuma rede social.
- Esquisito...
- É... mas parece mais do que não expondo nosso relacionamento. Você só tem fotos com seus amigos de engenharia, e eu só tenho fotos com a galera de arquitetura. É como se nunca nem participássemos dos mesmos grupos.
- Mas então... é possível que não estejamos juntos nessa realidade?
- Se estamos juntos, estamos namorando escondido. O que faz sentido considerando o que o Wai acabou de falar.
- Mas por que diabos a gente precisaria namorar escondido? Estamos em pleno século XXI! Nunca tivemos nenhum problema na nossa realidade, e nós namoramos desde o ensino médio... Deve ter algo muito sério acontecendo por aqui, porque deve ser muito difícil não poder te amar ou ficar próximo de você em qualquer lugar.
- Estamos mal acostumados... nós vivemos grudados - Pran riu. - Vamos precisar enfrentar isso agora, por mais difícil que seja, até conseguirmos mais informações ou até o mundo resolver voltar a funcionar como antes.
- É... boa sorte pra nós - Pat suspirou, estacionando o carro no campus. - Aqui estamos, ainda dá tempo de chegarmos no horário se a gente correr.
- Vai ser suspeito corrermos juntos de qualquer jeito... um de nós vai ter que ir primeiro. Precisamos fingir que não viemos juntos.
- Droga... - Pat bufou, frustrado. - Tá... você pode ir primeiro. Vou ficar aqui esperando até te perder de vista, pra não ficar te encarando. Merda, que tipo de mundo é esse? Não posso nem olhar pro meu namorado em paz!
- Ei... - Pran olhou em volta e suspirou ao confirmar que não havia ninguém no estacionamento. - É só por enquanto, okay? - Ele tentou tranquilizar Pat, acariciando seu rosto e despedindo-se com um beijo longo.
- Okay... - Pat respirou fundo. - Cuide-se. Te amo.
- Relaxa, a gente vai estar na mesma classe em 5 minutos - Pran riu, saindo do carro. - Te amo mais, grudento.

Fine Line - One Shots BLΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα