Fine Line - One Shots BL

75. Um amor improvável - TharaFrong (My Engineer)

{Um agradecimento especial para @KAONawatt por pedir por mais TharaFrong}

Frong estava na floricultura terminando seu último turno da semana quando o sininho da porta anuncia a entrada de mais um cliente.
- Boa tarde, como posso aju... - Frong interrompeu-se ao erguer a cabeça e dar de cara com Thara, todo sorridente.
- Bom... eu gostaria de levar meu namorado para um encontro. Será que ele gostaria de um buquê de rosas vermelhas ou cravos brancos? - Ele perguntou, brincalhão.
- Acho que apenas seu amor e companhia já serão suficientes. Seu namorado já passou a tarde toda lidando com flores - Frong sorriu, já tirando o avental.
- Hm... verdade, né? - Thara riu, um pouco sem graça.
- Teve alguma ideia específica de encontro? - ele perguntou, dando-lhe um beijo na bochecha e indo fechar a loja.
- Bom... adivinha só quem conseguiu dois ingressos para a exposição interessantíssima e temporária no museu de anatomia?! - Thara expôs os tickets, super empolgado.
- Ah... que legal! - Frong deu o seu melhor para fingir empolgação. A verdade era que ele não se interessava nem um pouco por anatomia, mas Thara não precisava saber disso... certo? O coitado merecia ir ao museu, já que aquilo o deixava tão feliz, e não custaria nada fazer companhia.
- Então... você quer ir comigo? - Thara abriu um sorriso largo, ajudando-o a apagar as luzes.
- Claro! Por que não? Vai ser divertido...

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Chegando na exposição, Frong já se sentia um peixe na selva. Na fila, era perceptível que a maioria das pessoas ali eram médicos ou estudantes de medicina, falando em uma linguagem que, para ele, parecia grego. Mas Thara estava contente, e era isso que importava. Ele amava quando o namorado começava a falar com paixão das coisas que gostava, e apenas observá-lo daquele jeito o fazia feliz.
- Se tiver alguma pergunta ou curiosidade durante a exposição, pode me perguntar! Estou aqui à disposição para explicar o que quiser - Thara ofereceu, com um sorriso fofo que amoleceu o coração de Frong. Ele com certeza pensaria em alguma pergunta aleatória só para ouvi-lo explicando.

Caminhando entre as primeiras atrações, Thara entrelaçou seus dedos com os do namorado e o fez participar de cada momento de sua felicidade. Além de bonito e bem organizado, o ambiente também contava com ferramentas interativas, que conseguiram divertir até mesmo Frong.
Se havia algo que aquela visita estava rendendo, eram ótimas fotos. Thara posava ao lado de órgãos, imagens e vídeos em telões, fazendo expressões engraçadas e surpresas que faziam Frong rachar o bico. De fato... a experiência estava sendo melhor do que ele imaginava.

- Olha só, amor! Isso é um coração de verdade! - Thara exclamou, quando eles chegaram à seção de cardiologia, apontando para um coração dissecado.
- Não é nada parecido com os corações desenhados... - Frong observou.
- Não mesmo - ele concordou - Isso é porque aquele coração simples que a gente desenha na verdade representa dois corações juntos, sabe? Para simbolizar o amor.
- Dessa eu não sabia... sempre fiquei me perguntando porque era desenhado daquele jeito - Frong sorriu.
- Bom, olha só - Thara o virou de frente para si, puxando-o para mais perto e colando seu corpo ao dele apenas por uma lateral - Assim formamos um coração daqueles desenhados em certa perspectiva.
- E-é... - Frong gaguejou, com a cara parecendo um tomate. Afinal, eles estavam no meio de um museu, e ninguém além deles saberia o que Thara estava tentando explicar com o gesto.
- Olha só, você está corado! - Ele riu, deixando-o mais tímido ainda - Nunca vi um acúmulo de sangue tão fofo!
- Você é estranho... - disse Frong, dando risada para tentar disfarçar a timidez.

Tudo ficou bem por mais uns dez minutos, até que os dois acabassem passando por um vídeo de cirurgia bem explícito. Thara estava tranquilo, mas Frong, que não estava nem um pouco acostumado com aquele tipo de visão, sentiu seu estômago revirando e o impulso quase imediato de tapar os olhos.
- Frong? Você está bem? - seu namorado se afastou com ele, preocupado.
- S-sim... eu acho... só... não costumo ver esse tipo de coisa com frequência, sabe?
- Ah... sim, claro. Desculpa, não lembrei que muitas pessoas acabam se sentindo mal com isso - Thara suspirou, um tanto chateado consigo mesmo.
- Tudo bem... - Frong respirou fundo, tentando tirar a imagem da cabeça - Eu gostaria de conseguir ver esse tipo de coisa sem passar mal. Na verdade, admiro muito vocês médicos por lidarem com essas coisas. Eu não teria capacidade - ele riu um pouco, tentando fazer Thara se sentir melhor - Não é à toa que eu fui parar na faculdade de economia. Números não são tão assustadores.
- Não? Eu acho eles aterrorizantes! - disse Thara, e Frong riu mais ainda - Bom... pensando bem agora, acho que esse não foi um passeio muito romântico, foi? Desculpa por ter te arrastado pra cá...
- Ei... tudo bem, eu estou bem - disse Frong - Admito que não acho órgãos, músculos e ossos muito românticos, mas gosto de te ver empolgado com essas coisas. É bonitinho.
- Sério? Não é esquisito? - Questionou Thara, ainda inseguro.
- Não... olha só - seu namorado sorriu, tirando o celular do bolso para mostrar algumas fotos.
- Tá, é esquisito sim - Thara deu risada das próprias caras.
- Talvez um pouco... mas tudo bem - Frong riu junto - Você pode ser o médico esquisitão que explica e demonstra o passo a passo de como vomitar em um saco de papel para uma pessoa que já está enjoada, o cara que tem um lagarto de estimação e o namorado que me traz para um museu de anatomia pra mostrar órgãos dissecados, mas eu te amo mesmo assim.
- Aquela explicação no ônibus foi tão ruim assim?
- Foi...
    - Bom... como um certinho como você acabou se apaixonando por mim então?
     - Eu não faço a mínima ideia..
Os dois saíram rindo do museu, e Thara resolveu levar Frong para tomar sorvete para se redimir. Eles podiam ser pessoas bem diferentes entre si, mas, no final do dia, a felicidade incomparável que sentiam deixava claro que jamais encontrariam melhores companheiros.