106 - Noite Fora - TulHin (A chance to love)

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{Um agradecimento especial para @thelittleprincess678 por pedir por TulHin}

Era uma noite de sexta-feira, e Tin e Can haviam se oferecido para passarem a noite com Phu, o que dava a Tul e Hin a oportunidade perfeita para saírem juntos.
     Na caminho, Tul fez Hin prometer que não falariam sobre nenhum assunto de trabalho, nem se preocupariam com nada relacionado ao assunto, para que pudessem aproveitar cada segundo.
- Se eu fosse você, até desligaria as notificações de emails por hoje - ele sugeriu ao namorado, que sorriu com a proposta.
- Tudo bem. Acho que preciso me desligar disso um pouco mesmo. Não sei como conseguimos lidar com tudo essa semana.
- Mas conseguimos, e é isso que importa - Tul segurou sua mão em uma parada no sinaleiro, acariciando-a com carinho.
Ele havia reservado uma mesa em um bom restaurante e, quando chegaram, ficou satisfeito em ver que seu pedido de mesa ao ar livre, em um ambiente mais privativo, havia sido atendido. De vez em quando, tudo que ele precisava era estar apenas com Hin, com o mínimo de perturbações externas possível.
- E aí? O que achou daqui? - Ele perguntou.
- Muito bonito... e romântico também - Hin respondeu, com um leve sorriso.
- Hm... então que carinha é essa, hm? Está preocupado com algo, não está? Eu te conheço bem.
- Não é nada com o trabalho, eu só... não quero que o Phu fique chateado por saírmos sem ele...ainda mais depois dessa semana cheia. Ele deve estar sentindo sua falta - ele explicou.
- Ah, não se preocupe com isso! É que você estava se arrumando na hora, então nem viu a empolgação dele mais cedo com a tal "festa do pijama" com os tios. Amanhã poderei dar bastante atenção para ele sim, mas por hoje está tudo bem - Tul o assegurou.
- Certo... - Hin suspirou, permitindo-se relaxar.
- E uma coisa que eu ando percebendo é que ele está amadurecendo um pouco. Acho que ele finalmente entendeu que o meu amor por você não diminui ou muda o meu amor por ele. Esses dias ele até comentou que eu ando mais animado. No fundo ele sabe o quanto você me faz feliz, então acho que ele está desencanando dessa coisa toda de ciúmes.
- Ufa... você não faz ideia do quanto isso me deixa aliviado. Nunca quis que ele sentisse que eu roubo você dele ou algo do tipo.
- Fique tranquilo, querido - Tul sorriu. - Por agora, preocupe-se apenas em escolher o prato mais delicioso possível.
Os dois analisaram o cardápio e fizeram seus pedidos, já servindo-se com um pouco de vinho. De repente, o celular de Tul apitou, e ele checou apenas para ver se estava tudo bem com Phu. Hin se surpreendeu ao vê-lo caindo na gargalhada de repente.
- Amor, olha isso! - Ele mostrou o celular, com uma mensagem do filho. Era uma foto de Tin capotado no sofá, com um bigode, uma barba e uma monocelha pintados de canetinha em seu rosto. A legenda era "pai, olha o que o tio Can fez hahaha".
- Não acredito - Hin riu. A foto estava mesmo hilária. - Coitado, ele deve estar exausto, e ainda ganha bigode de canetinha.
- Pelo menos não foi o Phu quem fez... - disse Tul. A verdade era que, há algum tempo, ele teria ficado orgulhoso se seu filho fizesse algo assim com Tin. Mas agora era diferente. Ele se sentiria culpado, e a culpa era delicada demais, como uma simples peça de dominó que, se caísse, seria capaz de derrubar uma estrutura gigantesca, que já havia se acumulado durante muito tempo.
- Pois é... espero que ele acorde antes de chegarmos. Eu que não quero estar por perto quando o Tin descobrir - Hin riu.
- Nem me diga... - disse Tul. - Mas eu... fico feliz que o Tin esteja te tratando bem agora.
- Ah, sim. Ele me trata super bem hoje em dia. Sabe, ele era apenas uma criança quando se comportava daquele jeito. Ele também tinha seus problemas, e eu não o culpo. Na verdade, sou grato por ele. Eu jamais teria voltado se ele não tivesse ido até mim.
- Sim, ele... me fez o maior favor do mundo - Tul pareceu melancólico de repente. Hin sabia que aquele era um assunto sensível, mas também sabia que Tul não se abriria com ninguém a não ser com ele, então em vez de mudar de assunto, segurou sua mão e incentivou que desabafasse. - Sabe, eu fui muito injusto com ele. Na verdade... puta merda, como eu fui cruel. Eu realmente sou um péssimo irmão e uma péssima pessoa, mas ele ainda fez isso por mim, e ainda se oferece para cuidar do meu filho, por mais que faça isso pelo Phu, e não por mim. Pensando agora, as coisas parecem muito mais claras na minha cabeça, e eu me sinto um lixo.
- Ei... escute - Hin apertou sua mão. - Todos nós cometemos erros. Alguns mais graves que outros, mas ainda sim. Cometer erros, ter tomado atitudes que hoje você não aprova e se sentir culpado não te torna menos humano. Não há como falhar em ser uma pessoa. Mas o que faz toda a diferença é exatamente essa tomada de consciência. Nunca é tarde para pedir perdão e mudar de atitude. Eu sei que provavelmente vocês nunca serão irmãos unidos, e que é um processo muito difícil, mas eu tenho certeza que não faria mal algum falar para ele que você se arrepende. Não vai mudar o que aconteceu, mas se o seu pedido de desculpas for honesto, ele pode sim ter muito valor.
- Eu espero que sim... - Tul suspirou. - Obrigado. Eu jamais poderia ser feliz de verdade, ou começar a ser melhor, se você não tivesse voltado. Mesmo depois de tudo, você voltou. Eu te amo muito, Hin. Muito mesmo. Não vou deixar nada te afastar de mim novamente. - Uma única lágrima escorreu por sua bochecha, e Hin a limpou com ternura.
- Eu também te amo - ele sorriu, tentando confortá-lo. - Não vou te deixar de novo. Estou orgulhoso de você por querer ser melhor, mas acima de tudo estou feliz por poder ser quem te faz feliz, por mais egoísta que isso soe.
- Você pode ser egoísta quando se trata de mim, Hin. Meu coração nunca deixou de ser seu, e você sabe disso.
A comida enfim chegou, e os dois comeram em um clima mais leve, servindo-se entre si e alimentando-se um ao outro com garfadas de seus pratos.
Trocando sorrisos e risadas, eles aproveitaram o jantar com conversas descontraídas e carinhosas, conquistando enfim o relaxamento de que estavam precisando.
Depois da refeição, eles ainda desfrutaram do céu noturno e da atmosfera romântica para trocarem alguns beijos e carícias, antes de decidirem ir para casa e enfim caírem nos braços um do outro.

Quando chegaram, tarde, encontraram a sala silenciosa, mas com as luzes ainda acesas, e três figuras dormindo no sofá. Tin, com seu rosto ainda riscado, Can, dormindo sobre a barriga do namorado, e Phu, encolhido do outro lado.
- Será que devemos acordá-los para irem pra cama? - Hin sussurrou.
- Não... vai virar um caos, pode apostar. Vamos, venha comigo. É até melhor desse jeito. Ainda temos o resto da noite para aproveitar...

Fine Line - One Shots BLWhere stories live. Discover now