Fine Line - One Shots BL

55. Encontro Triplo - TanBun, OatM, ThatSorn (Manner of Death)

     {Um agradecimento especial para @fuku211096 por sugerir esse encontro triplo de Manner of Death}

     Tan, Bun, Oat e M estavam a caminho do cinema, em mais um dos encontros duplos, quando avistaram duas silhuetas conhecidas na fila dos ingressos.
     - Olha lá! O Nong'That e o Nong'Sorn! - Tan apontou, feliz por vê-los ali.
     - Caramba, que coincidência! - Bun comentou, compartilhando a empolgação do marido. Os dois tinham um carinho especial por aqueles garotos.
     - Vamos lá, a gente fala com eles na fila - M sugeriu, e o grupo caminhou o que faltava até encontrarem seus amigos.
     - P'Tan! P'Bun! - That foi o primeiro a vê-los, seguido do namorado.
     - P'Oat! P'M! - Sorn sorriu, e os dois cumprimentaram os quatro.
     - E aí? O que vieram assistir? - Oat perguntou.
     - Vamos ver esse novo lançamento de terror psicológico - That contou - Andamos vendo boas críticas na internet e ficamos curiosos.
     - Hm... parece interessante - Bun olhou para o cartaz do filme e depois para seu marido e amigos - O que acham?
     - Por mim tudo bem - M disse, e Oat acenou com a cabeça, em concordância.
     - Por mim também - Tan sorriu, e depois olhou para o casal mais novo - Tudo bem se nos juntarmos a vocês, meninos?
     - Sem problemas - Sorn respondeu.
     - O encontro duplo agora é um encontro triplo então - Bun riu de leve - Deveríamos ter combinado isso antes.
     - Pois é, pelo menos o acaso combinou pra gente - Tan disse, ainda sorridente.

     Os casais compraram os ingressos e foram direto comprar pipoca e doces para quem quisesse, já que o filme começaria em breve. That e Sorn eram com certeza os mais empolgados, e andavam na frente, de mãos dadas mesmo que carregassem suas pipocas e refrigerantes com dificuldade nos braços restantes.
     Ver os meninos daquele jeito incentivou Bun a entrelaçar seus dedos nos de Tan, já que não estava carregando muita coisa, e a atitude pareceu surpreender seu marido. Bun não negava afeto em público, mas também não costumava tomar iniciativas. O que o fazia pensar era a forma alegre e despreocupada que That e Sorn sempre agiam; como se de fato não tivessem o que temer. As coisas enfim estavam mudando, e a nova geração valorizava o amor acima de tudo. Isso o tranquilizava, e o incentivava a desfrutar da sua liberdade de amar Tan sem restrições.
     Oat e M bem que gostariam de fazer o mesmo, mas estavam com as duas mãos ocupadas com os doces que Oat quis comprar. Enquanto caminhavam, ele olhou para os outros casais à frente e depois para M, com um olhar de "desculpa por não conseguir te dar a mão", e seu namorado apenas abriu um sorriso risonho, pensando em como Oat era fofo.

     Os seis chegaram na sala e ocuparam seus assentos, lado a lado.
     Oat organizou seus doces para ficarem à disposição, respirou fundo e enfim pegou a mão de M. Ele não teve coragem de falar nada, mas a verdade é que morria de medo desse tipo de filme. O médico podia não ter problemas ao ver corpos mortos por causa do trabalho, mas acompanhar uma pessoa sendo perseguida, torturada e assassinada brutalmente já era algo bem diferente.
     Comer doces era uma estratégia que ele usava como consolo, e o gosto de açúcar em meio a uma cena tensa conseguia ser um bom lembrete de que nada daquilo era real. Foi logo depois de pensar nisso que os trailers acabaram e Oat leu na tela inicial do filme: "baseado em fatos reais".
     - Ah, merda - ele xingou baixinho, já imaginando o cagaço que iria passar nas próximas horas.
     - O que foi, amor? - M perguntou.
     - É... nada... - ele tentou disfarçar, e inventou uma desculpa improvisada - É que acabei de perceber que peguei o sabor errado de bala.
     - Quer que eu vá buscar a outra pra você? - seu namorado ofereceu.
     - Não, não, não! - Oat agarrou o braço de M antes que ele se levantasse. Ele não queria assistir nem um minuto sequer sem seu amado policial ao lado - Tudo bem, eu gosto desse sabor também.
     M achou estranho, mas deixou o assunto para lá, e também não reclamou nem um pouco quando percebeu que Oat não largava sua mão por nada.

     Lá pela metade do filme, Oat já estava entrando em desespero. Um maluco psicopata estava prestes a invadir a casa da personagem principal, e a música de tensão só piorava tudo. Pelo menos ele já tinha prática em se conter nesse tipo de momento, já que pegou o hábito na escola, quando tinha que se fingir de corajoso pra não ser zoado ou apanhar dos outros garotos.
     M estava super tranquilo, então Oat resolveu checar as reações dos outros para se distrair. Quando olhou para o lado, foi difícil acreditar que Tan e Bun estavam se dando uns belos beijos. Como eles têm clima pra isso num momento desses? Ele pensou, e desviou o olhar para o outro casal, mais adiante. Oat também acabou se surpreendendo quando viu Sorn agarrado em That, aparentando estar com tando medo quanto ele, exceto que se permitia demonstrar. Ufa... pelo menos eu não sou o único medroso então...
     Ele voltou a olhar para M, que parecia até interessado na cena, e pensou em como se sentiria melhor se o abraçasse como Sorn estava abraçando That. Ele acabaria revelando que estava com medo, mas M não faria nada ruim pra ele se o fizesse, assim como That parecia estar cuidando de Sorn. Talvez ele não precisasse se preocupar tanto assim afinal.

     M já estava contente em segurar a mão de Oat, mas acabou ficando mais contente ainda quando seu namorado abraçou seu braço, na cena em que o psicopata fez sua primeira vítima.
     Ao olhar em seus olhos e ver o inconfundível semblante de medo, M sentiu um forte desejo de tranquilizá-lo e fazê-lo se sentir protegido, por mais que não tivesse nada real a ser temido. Ele nunca o tinha visto daquele jeito, então o abraçou pelo ombro, preocupado, e sentiu Oat se aproximando o máximo que podia. A situação o fez querer estar em um sofá, só para que seu namorado pudesse estar completamente grudado nele.

     Depois do final do filme, enquanto os casais saíam da sala, Sorn continuava agarrado em That, e Oat manteve o braço de M cobrindo seus ombros. Tan e Bun estavam sorridentes e risonhos, unidos apenas pelas mãos.
     - E aí? O que acharam? - Tan perguntou.
     - O filme é realmente muito bem feito. Acho que não vou conseguir dormir sozinho por uns dias - Sorn disse, e That sacou a indireta enquanto os outros riam.
     - Eu também não - Oat concordou, encorajado a quebrar o hábito de conter sua angústia - Esse cara era realmente maluco! Mal dá pra acreditar que o filme é baseado em fatos reais.
     - Ah, eu não duvido nada - disse Bun - Mas não fiquei com tanto medo assim.
     - Claro né... você e o Tan ficaram se pegando por metade do filme! - Oat explanou, e That, Sorn e M caíram na gargalhada.
     Tan apenas comprimiu os lábios, envergonhado, mas Bun pareceu nem se afetar.
     - Desculpa aí, meu marido é bonito demais pra resistir - ele provocou, e Tan riu baixinho, corado. Bun só falava esse tipo de coisa quando estavam sozinhos... O que o fez ficar tão confiante hoje?
     - Eu também gostei muito do filme - That voltou ao assunto original - Superou minhas expectativas.
     - E você M? O que achou? - Tan questionou - Você é o que mais sabe sobre esse tipo de caso aqui.
     - Ah, eu sempre acho esses filmes interessantes - M respondeu, e depois olhou para seu namorado com um sorriso maroto - Mas gostei muito desse em especial. Principalmente da metade pro final.
     Oat corou, entendendo o que ele realmente queria dizer. Então M havia gostado da forma que ele tinha parado de se conter?... Pensando bem, ele também tinha adorado o abraço, e a forma que M fez de tudo para confortá-lo. Ele realmente deveria agradecer a Sorn depois, por mostrar que tudo bem expressar medo.
     No final, todos se despediram e combinaram de marcar mais encontros triplos, felizes com a experiência. Cada casal seguiu seu caminho, e Bun e Oat compartilharam com seus parceiros as lições implícitas que aprenderam observando That e Sorn. Aparentemente, os mais velhos também tinham muito o que aprender com os jovens.