Fine Line - One Shots BL

12. O melhor pai do mundo - BohnDuen (My Engineer)

Aquele era apenas mais um almoço familiar na casa de Duen; exigência mensal de sua mãe desde que ele saíra de casa anos atrás.
     Bohn sempre o acompanhava, na tentativa de continuar avançando pouco a pouco em sua relação complicada com seu sogro, já que os olhares frios e ameaçadores em sua direção só haviam começado a diminuir pouco depois que se casara com Duen.
     Em compensação, sua sogra era um doce e o aceitou desde o começo, incuindo-o no almoço e tratando-o como um filho. Aliás, outro convidado que aparecia de vez em quando era o primo de Bohn, Ben, que era melhor amigo da irmã de Duen, Daonua, desde que eram pequenos.

     Os dois caçulas haviam praticamente dobrado de tamanho nos últimos anos, tendo entrado na adolescência recentemente.
     Foi um grande choque para Bohn e Duen quando eles começaram a recusar colo e, um tempo depois, pararam de brincar de família. O tempo parecia ter passado voando, e agora era a gota d'água: Ben e Dao andavam grudados no celular e nas redes sociais.

     Duen, como o irmão super-protetor que sempre foi, fez questão de vigiar os comentários das fotos de Dao no Instagram, e descobriu alguns garotos e garotas tentando flertar com ela. Ainda assim, não é como se ela respondesse qualquer uma de suas perguntas sobre o assunto.
      Mesmo no almoço, o único horário em que os jovens não estavam encarando as telinhas brilhantes e falando sobre coisas de internet, eles já não eram os mesmos. Já não davam bola para o que Bohn e Duen diziam, e só vinham atrás deles para pedir ajuda.

     - E aí, querem ir com a gente passear no centro quando acabarmos? - Duen convidou os dois durante o almoço, ainda esperando a mesma empolgação que eles costumavam ter quando crianças.
      Dao e Ben se entreolharam de um jeito estranho.
     - É... não - sua irmã respondeu.
     - Por que não? Pensei que amassem ir para o centro - Bohn perguntou, indignado, mas tentando soar calmo para não correr risco de irritar o pai de Duen.
     - Já perdeu a graça - Ben explicou - E a gente vai se encontrar com uns amigos daqui a pouco.
     - Amigos?! Que amigos? - Duen questionou, paranóico.

     - Duen, deixa eles - sua mãe tentou tranquilizá-lo - Isso é normal. Você também saía com os seus amigos nessa idade, não saía? Confiamos neles e sabemos que são espertos para não se envolverem com pessoas ruins.
     - Mas... - ele tentou argumentar, sendo interrompido logo em seguida.
     - Viu só? A mamãe confia em mim - Dao disse.
     - Não fale assim com o seu irmão, Dao. Ele só está preocupado com você - seu pai repreendeu.
     - A gente só quer o bem de vocês - Bohn complementou, tendo que segurar o suspiro de alívio quando o sogro concordou com a cabeça - Certeza que não querem passear com a gente? Podemos escolher outro lugar.
     - Não, valeu - Ben respondeu indiferente, finalizando de vez o assunto e deixando o silêncio reinar enquanto terminavam de comer.

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     Bohn e Duen acabaram indo ao centro sozinhos, chateados, e mesmo que pudessem aproveitar um tempo como casal, já era algo que faziam todos os dias. Não dava para evitar sentir saudades da companhia dócil das crianças, que antes os tratavam como pais e sempre traziam coisas novas aos dias monótonos da vida adulta.

     - Por que eles tiveram que crescer? - Duen resmungou enquanto caminhavam - Isso não é justo.
     - Eu sei, amor - seu marido concordou - eles cresceram rápido demais. Parece que foi ontem que você ainda estava bravo com o Ben por ter roubado o primeiro beijo da Daonua.
     - E quem disse que eu ainda não estou? - ele disse, deixando claro que nunca superaria o beijo precoce da irmã.
     - Olha... pelo menos foi o melhor amigo dela e não um idiota qualquer - Bohn riu, tentando amenizar a situação.
     - É, pelo menos isso. Mas o que me garante que esse tal idiota não esteja atrás dela agora, hm? Pelo menos quando eram pequenos eles falavam com a gente.
     - Pois é... também sinto falta de ter crianças por perto.