131. Coisa de irmão - KimPorchay + KinnPorsche

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{Um agradecimento especial para @BadBuddy_2gether, @iarajorge, @MorganaDamasceno7, @euanielly_a, @Eduardapereira603, @RisO04, @Emmazinha-tpn, @SamPanthera2712 e @procurada por apoiarem essa continuação}

- Que história é essa de que você tá namorando?! - Porsche interrogou o irmão, com os braços cruzados e uma expressão séria.
- Q-quê? Como você sabe?! - Porchay questionou, pego de surpresa. Ele estava planejando contar sobre seu relacionamento em breve, mas não naquele momento, e definitivamente não daquele jeito.
- Eu ouvi os guardas do Takhun conversando sobre como ele anda irritado desde que você começou a namorar, porque já não passa tanto tempo com ele.
- Isso aí é tudo drama... eu passo tempo com ele sim!
- Não tente mudar de assunto! Com quem você está namorando? Por que você não me falou nada? É alguém que eu conheço? É alguém perigoso?
- Calma... não é isso - Porchay tentou acalmar seu irmão, sabendo de sua natureza superprotetora. - Eu ia te contar, eu juro. Só não falei antes porque... bom... é meu primeiro relacionamento, e eu sou um tanto tímido. Queria estar mais acostumado e confiante com as coisas para poder te contar. Afinal, você é minha família... também tem toda essa questão de querer a sua aprovação.
- Bom, não precisa ficar nervoso - Porsche o abraçou pelo ombro, já mais calmo. - Quero que se sinta confortável pra compartilhar tudo comigo, mas eu entendo a timidez. Desde que você esteja com alguém que te trate bem e que te faça feliz, eu estarei aqui pra te apoiar, então fique tranquilo. Que tal se fizermos um jantar hoje pra você me apresentar sua pessoa especial? É importante pra mim conhecer alguém tão próximo de você. Posso trazer o Kinn também, se ajuda a quebrar a tensão. Pelo menos assim eu também não fico de vela.
- Certo... podemos arranjar isso sim. - Porchay concordou, um tanto ansioso. - Vou confirmar e te aviso assim que possível.
- Okay, me manda mensagem quando puder então. Vou lá resolver o resto das coisas e falar com o Kinn. Te vejo mais tarde! - Seu irmão se despediu, deixando o caçula sozinho com a mistura de desespero, felicidade e nervosismo que agitava seu peito.

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- Quê?! Hoje?! - Kim exclamou no telefone, aterrorizado.
- É... ele quer saber quem estou namorando... o mais rápido possível.
- Bom... eu teria que encarar isso uma hora ou outra. - Kim suspirou. - O Kinn vai estar lá também, não vai? Acho que isso ajuda de certa forma...
- Vai... vamos acabar contando para os dois de uma vez. É melhor assim. Acho que não vai ter problema.
- Certo, tem razão. Vou terminar as coisas por aqui, me arrumar, e te encontro ainda antes do jantar. Precisa de alguma coisa, lindo?
- Não preciso de nada não... obrigado por entender. Só demore muito para vir, okay? Estarei te esperando.
- Pode deixar que vou o mais rápido possível então. Qualquer coisa me ligue. Te vejo mais tarde.
- Até mais tarde - Porchay se despediu, com um sorriso largo. Ele mal podia esperar para ver seu namorado e finalmente assumi-lo para quem importava.

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- Amor, relaxa... - Kinn acariciou a coxa de Porsche, acalmando suas pernas inquietas. - Por que está tão nervoso?
- Você sabe.... meu irmão é sensível; e de vez em quando ele é bonzinho demais. Tenho medo de ele se envolver com a pessoa errada...
- Eu entendo a sua preocupação, querido... mas o Porchay está crescendo! Talvez ele seja mais maduro do que a gente pense. Dê uma chance pra ele... Vamos conhecer a tal pessoa, e se houver qualquer motivo para preocupação, podemos dar um jeito nisso depois.
- Obrigado - Porsche sorriu para o namorado. - Tudo o que eu quero é que ele possa ser tão feliz quanto eu sou com você.
Kinn não pensou duas vezes em atacar seus lábios com paixão, e os dois já estavam agarrados no sofá quando ouviram as batidas na porta.
- Droga... - Porsche xingou, e eles se levantaram com pressa, arrumando as roupas e os cabelos já bagunçados.
- Pode entrar! - Kinn gritou, e ambos se posicionaram eretos e sérios enquanto encaravam a entrada.
- Com licença... - Porchay abriu a porta devagar, logo revelando Kim todo arrumado atrás de si, segurando uma garrafa de vinho.
Kinn e Porsche se entreolharam, confusos, e voltaram a encarar os dois enquanto processavam a informação.
- Vocês dois... - Porsche apontou para um de cada vez, como se contribuísse ao seu raciocínio.
- É... - seu irmão confirmou a conclusão não pronunciada. - Estamos juntos.
- Por essa eu não esperava...- Kinn sorriu, tentando quebrar o clima de choque - Mas sejam bem vindos! A comida deve chegar em breve - ele disse, guiando-os até a mesa.
- Aqui... é pra vocês... espero que gostem - Kim estendeu a garrafa de vinho à Porsche, com um sorriso tímido.
- Obrigado - seu cunhado aceitou o presente, simpático, e os quatro sentaram-se na mesa já arrumada para a refeição.
- Então era sobre ele que você estava falando na nossa última reunião privada? - Kinn perguntou ao irmão, com um sorriso brincalhão.
- É... era sobre o Porchay - ele confirmou.
- Reunião? Que reunião? - Porsche questionou, confuso.
- Há um tempo Kim veio me pedir conselhos amorosos - Kinn riu. - Que bom que deu tudo certo. Você parecia mesmo desesperado.
- Eu estava... mas foi um desespero merecido.
- P'Kim... - Porchay sussurrou, colocando a mão em sua cocha para chamar sua atenção. - Você não precisa falar sobre isso.
- Mas eu quero... - Kim respondeu em voz alta, e voltou a encarar Kinn e Porsche, com coragem. - Eu quero esclarecer o que aconteceu para deixar minhas intenções claras.
- Bom... o que aconteceu então? - Porsche perguntou.
- Eu fui um babaca com o seu irmão, Porsche. De verdade. - Kim confessou, e seu cunhado o encarou, um tanto em choque. - Eu usei ele pra te investigar quando você se tornou guarda do meu irmão, porque eu sabia que tinha alguém infiltrado na equipe, e que meu pai andava escondendo motivos para ter te contratado. Porchay sempre foi um fofo comigo, e eu acabei me aproveitando dos sentimentos dele para conseguir informações. Assim que eu já não tinha mais o que extrair, o descartei como lixo, e acho que nunca vou me perdoar por isso.
A expressão de Porsche passou a comunicar puro ódio, e ele parecia prestes a saltar de sua cadeira para acabar com Kim quando seu irmão estendeu o braço para segurar sua mão e acalmá-lo.
- Calma! Escuta até o final! - Porchay insistiu, e seu irmão bufou, cruzando os braços e voltando a encarar Kim com seu olhar julgador.
- Mas o que eu demorei muito pra admitir era que eu também gostava do Porchay. Na verdade, ainda mais do que isso. Eu o protegi em silêncio e anonimato por um tempo, já que ele já não queria mais saber de mim, mas não consegui viver assim pra sempre. Tentei voltar a me aproximar dele quando ele entrou na faculdade, mas ele tinha motivos até demais para não confiar em mim. Juro que tentei superá-lo, mas a cada dia eu me arrependia mais das minhas atitudes e sentia mais falta de tê-lo por perto. Depois de tentar me aproximar muitas vezes, sem sucesso, resolvi pedir ajuda pro Kinn, mesmo sem dar detalhes do que tinha acontecido. Ele me ajudou muito. Me fez perceber que eu precisava me abrir, e que não podia deixar de pelo menos me explicar e pedir desculpas. Então eu fui honesto com o Porchay. Expliquei tudo o que eu tinha feito e o porquê. Mostrei que não havia mais nenhuma informação que ele pudesse me oferecer, porque tudo já tinha se esclarecido, mas que eu ainda o queria por perto porque sinto algo genuíno, e implorei para que ele me perdoasse. Ele me ouviu e me deu a honra de uma segunda chance, então me comprometi a me redimir mais a cada dia e fazê-lo muito feliz. Estou contando tudo isso porque quero deixar claro que agora só tenho as melhores intenções do mundo em relação a ele e a esse relacionamento. Eu amo o seu irmão, Porsche. Sei que ele merece o melhor, e vou sempre querer fazer de tudo para proporcionar isso pra ele. Se algum dia eu for irresponsável com os sentimentos dele de novo, eu te dou permissão para acabar comigo.
Os segundos de silêncio que se seguiram pareceram durar uma eternidade. Porsche revezava seu olhar pensativo e conflitante entre Kim e Porchay, que seguravam as mãos por debaixo da mesa.
- Porchay... - ele enfim se manifestou.
- Hm... - Porchay murmurou, implorando aos céus para que não fosse uma bronca.
- Como vocês sentiu com tudo isso? Como se sente agora? Pode ser honesto, não vou deixar ninguém te fazer nenhum mal.
- Sendo bem sincero, eu sempre gostei do P'Kim. Desde que eu descobri os vídeos e músicas dele na internet. Quando a gente se conheceu, e quando ele se aproximou de mim, eu estava nas nuvens... mas por estar apaixonado demais eu estava cego. Eu me dedicava demais a algo que não era recíproco, e depois descobri que tinha sido usado. Eu me senti péssimo, de verdade. Fiquei bem mal por uns meses, mas eu aprendi muito com isso. Quando ele tentou se reaproximar eu resisti com todas as minhas forças, por mais que eu ainda tivesse sentimentos por ele. Saiba que eu não dei essa segunda chance por impulso ou ingenuidade. Tomei essa decisão porque genuinamente acredito nele, e ele só tem se provado cada vez mais desde que começamos a namorar. Não me arrependo nem um pouco. Temos um relacionamento saudável, e eu nunca estive tão feliz - Porchay contou, sem resistir uma espiada no seu namorado e um sorriso idiota.
- O que você acha sobre isso? - Porsche perguntou para Kinn, que o abraçou pelo ombro para tranqulizá-lo.
- Eu acho que eles fizeram bem em resolver as questões deles, e que o que importa é que estão felizes. Eu posso afirmar com certeza que nunca vi meu irmão se importando tanto com alguém, ou feliz desse jeito. O que ele fez no passado não foi certo, mas acho que o Porchay está sob bons cuidados agora.
- Hm... - Porsche libertou um suspiro, e voltou a encarar o cunhado. - Eu nunca faria nada pra impedir a felicidade do meu irmão... então eu estou te dando uma chance. Mas, como você mesmo disse, se você for um babaca de novo, eu juro que vou te fazer se arrepender profundamente - ele ameaçou, e Kim apenas assentiu com a cabeça.
- E como você está dando sua palavra, eu não vou fazer nada pra impedir... - Kinn complementou, e Kim assentiu mais uma vez.
- Pode voltar a respirar agora... - Porchay comentou, e seu namorado deu um suspiro tão forte que os mais velhos não conseguiram segurar as risadas. - Acho que deu de tensão e ameaças por hoje, né? Será que podemos ter um jantar tranquilo?
- Com certeza, Chay - Kinn sorriu, e a comida enfim chegou à mesa, servida pelos guardas como em um restaurante.
- Então quer dizer que gostar de caras da máfia é coisa de família? - Porsche brincou com seu irmão, permitindo-o relaxar de verdade.
- Acho que sim... - o caçula riu, enquanto Kim ainda se recuperava da tensão.
- Falando em família... olhem só para nós! Agora somos ainda mais como uma - Kinn observou.
- E somos... mas não deixe o Takhun ouvir isso - disse Chay. - Se ele descobrir que estamos fazendo um jantar em família sem ele, ele vai pirar.
- Por acaso vocês tem algum irmão mais velho secreto? - Kim brincou. - Quem sabe eles não acabam juntos também.
- Não que eu saiba... - Porsche riu. - Mas a esse ponto eu também não duvido de nada.

Depois de um longo jantar agradável, os casais se despediram para curtirem o resto da noite sozinhos. Antes de fechar a porta, Porsche olhou fundo nos olhos do irmão e disse:
- É pra usar proteção sempre, okay?
O alívio de Chay foi não precisar encará-lo por muito tempo, com sua cara queimando de vergonha. Kim permitiu-se rir assim que os dois ficaram sozinhos no corredor, e seu namorado corou ainda mais.
- O que foi? Ele tem razão - Kim comentou.
- Agora que foi aceito vai ficar puxando o saco dele, é? - Porchay provocou, enquanto caminhavam para os cômodos de Kim.
- Vou. Não quero que ele me encare daquele jeito nunca mais...
- Você foi muito corajoso. Assumiu um grande risco quando contou a história.
- Eu sei... mas não quero ser como o meu pai e esconder coisas da minha própria família. Quis ser honesto e deixar claro o quanto você é importante pra mim, e que não vou mais cometer os mesmos erros.
- Você é incrível! - Chay parou de andar o abraçou. Kim não apenas o apertou com paixão, como o ergueu acima do chão e o rodou pelo ar.
- Você não merece nada menos que incrível - Kim sorriu e beijou sua testa antes de soltá-lo, virar-se de costas e agachar-se um pouco. - Vem, eu te carrego até o quarto.
Porchay riu e subiu em suas costas, roubando alguns beijos em sua bochecha enquanto era levado de cavalinho.
- Você anda me mimando demais... - ele comentou.
- Ah, mas estamos apenas começando!

Fine Line - One Shots BLWhere stories live. Discover now