120. Realidade Paralela - PatPran (Bad Buddy)

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{Um agradecimento especial para @GoldenHimeros e @Amandacosta738 por pedirem por mais PatPran}

    Pran poderia ter percebido que não seria um dia comum assim que acordou, ouvindo o mesmo barulho irritante do despertador de sempre, mas quinze minutos mais tarde do que deveria.
     Ele saltou da cama, confuso. Não havia tempo para pensar em como ele não se lembrava de ter mudado a configuração do despertador do seu alarme no dia anterior. Trocando-se às pressas, ele recolheu seus pertences espalhados pelo quarto durante o fim de semana, esforçando-se para não esquecer nada. Ele não estava nada afim de voltar para a casa dos pais só para buscar algo.
     Pran desceu para tomar café, ainda exaltado - céus, como ele odiava se atrasar - e chegou até a chamar a atenção de sua mãe, que ainda arrumava a mesa.
     - Que pressa é essa, filho? O café nem está pronto!
     - Mas... mas... - Pran checou o relógio mais uma vez, confuso. - Eu preciso pegar o ônibus!
     - Como assim? O Pat não vem te buscar?
     A cabeça de Pran pareceu parar de funcionar por um instante, seu corpo paralizado em choque. Desde quando sua mãe citava o nome de Pat daquele jeito? E desde quando eles sequer podiam ter qualquer contato sem ter que manter segredo? O Pat? Me buscando pra ir pra faculdade? Não... pera... eu devo estar tendo algum sonho esquisito.
     Antes que pudesse processar a informação e elaborar uma resposta, seu celular começou a tocar.
"Pat😃❤️"
     Desde quando o contato dele é assim? E eu ainda coloquei um coração?! Eca! O que tá acontecendo comigo?
     - Alô? - Ele atendeu, sem saber o que esperar.
     - O-oi... bom dia! - A voz do namorado soou hesitante do outro lado da linha. - Tudo bem?
     - Bom dia... tudo sim - Pat fingiu um sorriso normal para a mãe e subiu correndo de volta para o quarto, para falarem mais livremente. - Escuta... por acaso você vem me buscar aqui? Porque eu acho que minha mãe ficou maluca.
      - Nossa, ainda bem, você também tá confuso! Minha mãe acabou de me entregar uma caixinha com comida pra você! O que tá acontecendo?! Desde quando eles sabem da gente?
      - Eu não faço a mínima ideia! Tem certeza de que isso não é um sonho? Eu devo estar dormindo ainda...
     - Não! Eu também tô aqui, confuso, e meus sonhos geralmente são menos esquisitos que isso... têm pássaros gigantes com cabeça de dinossauro ou algo assim, mas nada sobre nossos pais sabendo e aceitando o nosso relacionamento.
     - Tá, mas... pera - Pran surpreendeu-se mais uma vez ao olhar com mais atenção para a sua escrivaninha. Eu acabei de achar uma foto nossa! Em um porta retrato! No meu quarto!
     - Como assim?! Como isso foi parar aí?!
     - Eu não faço a mínima ideia, não lembro nem de termos tirado essa foto! Isso tá esquisito demais... o que a gente faz? Será que a gente pergunta diretamente?
     - Eu sei lá... melhor não. Talvez perguntas indiretas sejam melhores...
     - É, eu também acho... vamos tentar o seguinte então: vamos agir como se nada estranho estivesse acontecendo. Você vem me buscar e a gente compartilha o que descobrimos no caminho.
      - Certo... boa sorte então.
      - Boa sorte pra você também.
      - Pran...
      - Hm?
      - Eu te amo.
      - Eca... - Pran riu. - Eu também.

—————-

     A sensação de ir buscar Pran era esquisita. O nervosismo atacou Pat logo em frente à porta, como se estivesse visitando a família do namorado pela primeira vez. Na verdade, tecnicamente era sim a primeira vez.
     Por acaso, Pran não demorou para atender à campainha.
     - O-oi... - seu namorado cumprimentou, visivelmente tímido.
     - Oii... pronto pra ir?
     - Sim, só vou pegar minha mochila e...
     - Pat, querido, que bom que veio! - A mãe de Pran apareceu na porta, e os dois se entreolharam, em choque. Nada daquilo parecia ser real. - O que há com vocês hoje, hein? Por acaso vocês brigaram?
      - Não... por quê? - Pran, tentou seguir com o fluxo.
      - Primeiro você acorda estranho, achando que tem que pegar o ônibus, e agora vocês nem sequer se deram um beijo de bom dia! Espero que a discussão não tenha sido grave.
      - Beijo de bom dia? Aqui? Agora?! - Pran questionou, chocado.
      - Está tudo bem... a gente só esqueceu! - Pat disse, com pressa, lançando um olhar alerta para Pran - Sabe como é, estamos com muita coisa na cabeça recentemente.
     Com um sorriso no rosto, Pat inclinou-se e selou os lábios do namorado, que em segundos transformou-se em um verdadeiro pimentão.
     - Ah, que bom então, queridos - a mãe de Pran riu, parecendo aliviada. - Eu já iria dizer que nunca vale a pena ficar se estressando tanto por discussões normais de casal. Mas vocês sabem disso, não sabem? Já estão juntos há tanto tempo! Eu nem deveria me preocupar.
     - É... sabemos sim... - Pran respondeu, tentando relevar a bizarrice da situação. - A gente precisa ir... tchau mãe...
     - Tchau! - Pat despediu-se com uma reverência educada e um sorriso largo no rosto.
     - Tchau queridos, se cuidem!

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