128. Perdão - YokDan (Not Me)

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{Um agradecimento especial para @HoraGrace por pedir por YokDan}

     Pode-se dizer que Dan largou tudo pela arte... e por amor.
Seu emprego na polícia era apenas mais um peso; um lembrete dos seus maiores erros e arrependimentos, e apesar disso ele não fazia ideia do quanto se sentiria aliviado ao deixar o cargo. Agora ele não mais sentia como se suas crenças e seus deveres vivessem em conflito, e podia focar no que realmente importava.
Para tomar responsabilidade por seus atos, Dan se assumiu como Unar. O reconhecimento permitiu que interagisse mais com outros artistas e que participasse mais da comunidade, contribuindo com suas críticas e compartilhando mais de seu talento. Ele sentia que finalmente estava no caminho certo, mas isso não era tudo. Ele não seria capaz de se sentir bem novamente se Yok não o tivesse perdoado.
Yok, que além de seu namorado era seu maior confidente e mais novo companheiro de trabalho. Os dois viviam frequentando museus e eventos, dando entrevistas e participando de projetos para protestos e caridades, mas os melhores dias eram os que podiam pintar juntos, inspirando-se um no outro e conversando durante os processos. Era como a vida dos sonhos.
Apesar de todos os acontecimentos passados, Dan nunca se esqueceu de sua promessa a Yok, e resolveu aproveitar a flexibilidade de suas carreiras para fazer uma surpresa: Um dia, ele inventou um evento de arte expressionista, e convenceu Yok a acompanhá-lo. Apesar dos esforços, porém, não demorou muito para que seu namorado suspeitasse da rota do carro.
- Onde é esse tal evento? Estamos quase saindo da cidade... - ele questionou.
- Pois é, é bem longe, mas eu garanto que vai valer a pena - Dan respondeu, sorridente.
- Hm... estranho que eu nunca ouvi falar dessa exposição... sendo que eu estou sempre muito atualizado, especialmente quando se trata de Expressionismo... - Yok comentou.
- Acho que você anda trabalhando demais... - ele sugeriu, tentando desviar do assunto.
- Mesmo? Acho que não... - Yok insistiu. - Acho que fui enganado mais uma vez. Por acaso você está me sequestrando?!
Dan o encarou, assustado. Ele temia que Yok jamais confiasse nele novamente, e que algum dia acabasse perdendo-o de vez. Após engolir em seco e abrir a boca para se explicar, no entanto, Dan viu seu namorado deixar escapar o riso.
- É brincadeira! - Yok esclareceu, risonho, e Dan suspirou de alívio. - Mas falando sério... para onde estamos indo de verdade?
- Aff, você não tem graça - Dan reclamou, fazendo Yok rir ainda mais. - Não vou te falar! Continua sendo surpresa, mesmo que a mentira não tenha durado nem uma hora. O que eu posso dizer é que ainda temos um longo caminho pela frente.
- Hm... certo. Vou ter que me distrair então - Yok disse, estendendo seu braço para apertar uma das bochechas de Dan e fazê-lo sorrir.

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Pouco mais de uma hora depois, Dan desviou da estrada e entrou no terreno de um sítio, estacionando ao lado da casa principal. Yok cochilava ao seu lado, e foi preciso acariciar seu rosto algumas vezes para que despertasse.
     - Chegamos... - Dan disse, encarando seus olhinhos sonolentos com um sorriso.
     Yok olhou em volta, curioso, e depois de volta para Dan. Antes mesmo que pudesse pedir por mais esclarecimentos, seu namorado saiu do carro e deu a volta para abrir sua porta. Yok se levantou com um sorriso, e então viu um casal caminhando em direção à eles. 
     - Filho! Quanto tempo! - A mãe de Dan não hesitou em tomá-lo em um abraço assim que o alcançou. - E você deve ser o querido Yok! - Ela transferiu o abraço para o genro, que demorou alguns segundos para processar a informação e abraçá-la de volta, surpreso.
     - Que bom que vieram! - O pai cumprimentou, com um sorriso. - É um prazer finalmente conhecê-lo, Yok.
     - O prazer é todo meu - ele se curvou com respeito aos dois assim que sua sogra o soltou, com o coração quase saltando pela boca de nervosismo. Dan, que notou sua inquietação, tomou sua mão para acalmá-lo, deixando claro que o relacionamento dos dois já estava esclarecido.
     - Filho, podem levar suas coisas para o seu quarto. Por favor apresente tudo para ele e faça-o se sentir em casa - sua mãe pediu.
     - Isso. Estaremos na cozinha caso precisem de alguma coisa. A comida ficará pronta em breve. Vocês devem estar morrendo de fome, não é? - Seu pai completou.
     - Podem deixar, eu cuido de tudo. Podem ir lá terminar as coisas com calma.
     - Certo. Sejam bem-vindos, queridos - a mãe disse antes que os dois voltassem para dentro, deixando a porta aberta para o casal.

Fine Line - One Shots BLWhere stories live. Discover now