79. O essencial em uma festa - PureFolk (My Gear And Your Gown)

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{Um agradecimento especial para @KAONawatt por pedir por PureFolk}

     A semana de Pure havia sido difícil. Trabalhos demais, provas demais, aulas demais... ele estava exausto, e tudo que ele precisava era de uma forma de relaxar. O problema era que seu namorado, Folk, teria que ficar até tarde na universidade, e ele teria que dar um jeito se distrair até poder vê-lo, para que não ficasse louco.
     - Por que você não vem pra uma festa com a gente? Faz tempo que não saímos juntos - um de seus amigos perguntou.
     - Vocês sabem que eu namoro... - Pure respondeu, lembrando-se de como costumava passar as festas paquerando e dando amassos com estranhos. Ele já não via mais sentido ou graça naquele tipo de coisa.
     - E daí? Você não precisa paquerar ninguém! - Seu amigo argumentou. - Vamos apenas beber, relaxar, dançar e curtir um pouco. Seu namorado pode ir para lá mais tarde também.
      De repente, a ideia não parecia tão ruim. Pure poderia beber e passar o tempo com seus amigos, e depois aproveitar o resto do tempo com Folk.
      - Tá... eu topo.

Pure: Oi amor
Pure: Tudo bem se eu for beber com os meus amigos?
Pure: Você poderia me encontrar lá depois que acabar aí... o que acha?

Folk: Tudo bem, te encontro no bar depois então
Folk: Divirta-se
Folk: Mas tome cuidado e vê se não bebe demais, viu?

Pure: Pode deixar
Pure: Bons estudos, querido
Pure: Amo você❤️

Folk: Também te amo❤️

——————————

     Assim, Pure seguiu seus amigos até o bar, encontrando-se em um ambiente de festa pela primeira vez em muito tempo. Há pouco mais de um ano ele teria achado loucura, mas a verdade era que ele nem sentia falta. Seu conceito de felicidade mudara muito desde que se apaixonara por Folk.
     Todos beberam uma rodada, conversaram, deram risadas, e enfim Pure começava a relaxar. Ali, ele era capaz de se lembrar o motivo de ter começado a ir em festas anos atrás, e de que não era apenas para paquerar. Beber era bem mais divertido entre amigos do que entre estranhos.
     Mas o tempo ia passando, e assim como as rodadas de bebida chegavam e desciam pelas gargantas uma atrás da outra, seus amigos iam um por um sendo puxados por garotos e garotas para a pista de dança ou para algum canto isolado, até que ele estivesse sozinho no sofá da mesa, caído em reflexões embaçadas pela bebida.
     Ele sentia falta de Folk. Queria que ele estivesse ali. Queria estar nos braços dele em vez de sozinho no sofá, tendo que recusar as pessoas que se aproximavam, querendo paquerar. A um certo ponto, ele já estava tão cansado de repetir que namorava que passou apenas a levantar a mão, mostrando a aliança de namoro.
    
   
      Quando chegou no bar, em busca de Pure, Folk o viu sozinho em uma mesa grande, um tanto melancólico, e ao se aproximar o viu levantando a mão, mostrando sua aliança sem nem ter olhado para ele.
     - Amor? Está tudo bem? - Folk perguntou, preocupado, e ao ouvir sua voz, Pure pareceu despertar em um salto, como se estivesse dormindo acordado.
     - Folk! - Ele exclamou quando enfim olhou para o namorado, abrindo um sorriso enorme e correndo para abraçá-lo.
    - Por que está sozinho aqui?
    - Meus amigos me abandonaram pra paquerar, e eu estava te esperando - ele explicou, levando as mãos ao rosto de Folk e puxando-o para um beijo, já um pouco tonto, e foi aí que Folk percebeu que ele estava bêbado.
     - Entendi... você quer ir para casa? Parece cansado.
     - Para casa? Não! Você acabou de chegar! Não estou nem um pouco cansado. - De fato, a expressão melancólica e sonolenta de Pure havia desaparecido por completo. - Vem comigo! Vamos dançar!
     - Dançar?! - Folk questionou, já sendo arrastado com pressa para a pista lotada - Mas eu não sei dan...
     - Shhhh... - seu namorado levou um dedo aos seus lábios, já remexendo seus braços de um lado para o outro, e então Folk percebeu que, na verdade, ele estava MUITO bêbado - Só relaxa.
     Folk não estava nem um pouco acostumado com ambientes tão lotados ou agitados, mas quando Pure agarrou-se a ele, dominando a pista como se fosse apenas dos dois, olhando-o com um brilho nos olhos sob as luzes coloridas, não havia como resistir. Folk embebedou-se na música e perdeu a noção do tempo.
     Haviam tantas pessoas em volta, mas Pure não desviava o olhar dele, e aquela era a melhor sensação do mundo. Apenas quando estavam exaustos e suados, abandonaram o estabelecimento para voltar para casa.
     Ainda assim, não era como se a festa tivesse acabado para eles. Entregues à privacidade do apartamento de Folk, os dois foram tomar banho juntos e acabaram indo dormir apenas pouco antes do amanhecer.

     Ao acordar na tarde seguinte, a cabeça de Pure parecia querer explodir. Folk já não estava na cama, mas apareceu em seu campo de visão com um prato de frutas e torrada e um grande copo de água.
     - Bom dia, festeiro - seu namorado cumprimentou, com um sorriso.
     - Bom dia, lindo... - Pure resmungou, ainda sonolento.
     - Está mal de ressaca? - Folk perguntou, e Pure apenas assentiu com a cabeça. - Você se lembra de alguma coisa pelo menos? - Ele riu, ajudando o namorado a se levantar.
     - Se eu me lembro? - Pure o olhou, com muita cara de sono, mas sério. - Claro que eu me lembro! Foi a melhor festa da minha vida!
     - Mesmo? Mas você não costumava ir em tipo... centenas de festas todo ano? - Folk colocou o prato e o copo em uma bandeja de madeira, levando até o colo de Pure.
     - Sim... mas eu não tinha você comigo. Nunca gostei tanto de dançar com alguém - ele justificou.
     - Mas eu nem dançar sei!
     - Não importa! É fofo! - Pure sorriu, tomando o copo de água. - Por que não nos conhecemos antes? Teria me poupado tantas noites gastas e esquecidas...
     - Bom, não sei... mas pelo menos estamos juntos agora.
     - Ainda bem - Pure suspirou, contente, e sua dor de cabeça foi melhorando em pouco tempo.

     Mais tarde, enquanto os passavam o tempo juntos no apartamento, Pure colocou uma playlist em seu celular, levantou-se de repente e estendeu sua mão para Folk, sorrindo.
     - Dança comigo de novo?
     Folk o olhou, relutante, mas aqueles olhos brilhantes não falhavam em convencê-lo nunca, e o encantavam na intimidade do quarto ou no meio de uma multidão.
     Eles dançaram risonhos sob o tapete, ainda de pijama. E Pure teve certeza de que nenhuma festa jamais valeria a pena sem Folk.

Fine Line - One Shots BLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora