11. Pesadelos - DeanPharm (Until We Meet Again)

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     Desde que Pharm e Dean voltaram a dormir juntos sempre que possível, nenhum terror noturno os havia atormentado.  Tudo andava tranquilo até demais, e é claro que não duraria para sempre. Afinal, mesmo depois de pararem de ter visões tão frequentes, a tendência a terem sonhos vívidos nunca passou.

     Aquela era apenas mais uma das noites que eles passavam no apartamento de Pharm,  dormindo espremidos na cama pequena, depois de uma tarde especial preparando sobremesas tailandesas para presentear a avó de Dean na manhã seguinte e aproveitando algumas horas românticas juntos.

     Pharm estava em uma fase de sono um tanto leve quando acabou acordando com um movimento brusco na cama. Ao olhar para o lado, viu seu namorado se revirando, inquieto, murmurando algumas palavras sem contexto.
     - Pharm!... Onde?... Não!
     Ele estava obviamente perturbado, e não era difícil deduzir que se encontrava preso em um pesadelo terrível.
     Mesmo depois de tantas noites juntos, Pharm nunca tinha visto Dean daquele jeito. A única solução seria acordá-lo e tentar acalmá-lo de alguma forma, já que a inquietação parecia estarlonge de passar.

     - P'Dean... P'Dean - ele chamou, tocando seu ombro com calma, insistindo algumas vezes - P'Dean! - com um tom de voz um pouco mais alto e um leve chacoalhão, seu namorado enfim abriu os olhos, alerta - P'Dean, o que aconteceu? Você está bem?
     Ele pareceu perdido por alguns segundos, olhando em volta confuso. Assim que seus olhos alcançaram Pharm, Dean rompeu em soluços, abraçando-o com força enquanto as lágrimas rolavam sem parar.

     - Shh... está tudo bem. Foi só um pesadelo - Pharm falou baixinho, tentando tranquilizá-lo - Eu estou aqui. Você está seguro - Dean deitou a cabeça em seu peito, e ele apenas o puxou para cima de seu corpo.
     A diferença de proporção dos dois era significativa, mas a pressão que o peso de Dean fazia sobre Pharm quando deitavam daquele jeito era de alguma forma confortável, e a posição acabava sendo tranquilizadora para os dois.
     O pequeno acariciava os cabelos de Dean com carinho, enquanto esperava as lágrimas de choque cessarem, e chegava a ser capaz de sentir seu coração batendo forte contra o ouvido encostado em seu peito.

     - Quer conversar sobre isso? - Pharm perguntou, ao perceber seu namorado mais calmo - Eu sei que é difícil, mas costuma ajudar.
     - Eu... - Dean começou, relutante - eu sonhei que você tinha sofrido um acidente e estava em estado grave no hospital, mas ninguém me deixava entrar. Você estava sozinho e eu não podia estar lá pra você. Você estava muito mal e eu não podia fazer nada a respeito - Dean suspirou, tenso - Além disso, no contexto do sonho a culpa pelo acidente tinha sido toda minha. Eu sei que foi só um pesadelo, mas foi tão vívido...

     - Eu estou bem, P'Dean. Por mais vívido que possa ter sido, já acabou. Nada ruim aconteceu de verdade - Pharm continuou seu cafuné - Sabe o que pode te ajudar com isso?
     - Hm? - Dean murmurou, com o rosto colado no corpo de Pharm.
     - Você se lembra de algo realmente estranho ou sem sentido que apareceu no sonho, mas que acabou nem questionando por causa da tensão?

     Dean passou alguns segundos pensando, mas logo soltou uma risada.
     - Os médicos usavam jalecos cor de rosa com bolinhas amarelas - ele contou.
     - Viu só? - Pharm riu junto - Eu nunca vi ninguém com um jaleco desses. Foi apenas um pesadelo sem sentido, P'Dean. Pode ficar tranquilo.
     - Você tem razão - o rostinho que antes se escondia ergueu-se para encarar Pharm com um leve sorriso e um brilho nos olhos - E você está bem. É o que importa.
     - Estou melhor do que nunca - ele aproveitou para selar seus lábios com carinho - Agora volte a dormir, okay? Não podemos acordar tarde.
     - Mas... eu não quero ter pesadelos de novo - Dean, que era enorme, agora parecia uma criancinha perdida. Era um lado dele que apenas se revelava para Pharm, que se sentia bem em poder retribuir todo o cuidado que Dean sempre tivera com ele - Quero ficar aqui com você.
     - Vamos fazer o seguinte então - Pharm sorriu - eu te ajudo a ter pensamentos positivos até adormecer, pra não ter mais pesadelos. E da próxima vez que você estiver em uma situação muito ruim, conte os dedos das mãos. Se tiver mais ou menos que 10 você saberá que é um pesadelo, e pode tentar transformá-lo em algo menos ameaçador.
     - Isso funciona mesmo? - Dean perguntou, surpreso.
     - Funciona, eu fazia muito isso quando era pequeno - ele confirmou - Agora pense em uma memória feliz. Vou te ajudar a cair no sono.
     - Hm... que tal o nosso primeiro encontro? Aquela visita ao aquário foi realmente incrível - o maior sugeriu.
     - Pode ser - Pharm o aconchegou melhor em seus braços - Agora feche os olhos e relaxe.

     Dean obedeceu, respirando fundo e se concentrando apenas nas palavras do namorado.
     - Imagine que estamos de volta ao aquário, mas não há mais ninguém lá - ele começou a narrar, com uma voz tranquila - Podemos até ouvir o som da água de tanto silêncio, e estamos cercados de peixinhos coloridos. Tem um peixe vermelho, outro amarelo, um azul bem grandão...
     Pharm foi tentando descrever o ambiente mais calmo possível, sentindo o corpo de Dean relaxando cada vez mais. Em pouco tempo ele já estava quase roncando, e o pequeno apenas sorriu, contente por poder cuidar da sua pessoa especial.
     Logo, os dois estavam dormindo tranquilos novamente, sabendo que teriam um ou outro até o fim de seus dias. E talvez além...

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