125. Exame de sangue - RamKing (My Engineer)

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Uma das obrigações mais frustrantes para King era ir ao médico para check-ups de rotina e sair da consulta com uma lista enorme de exames para fazer. Uma ansiedade incontrolável o atormentava só por saber que precisaria recolher sangue.
- Mas eu estou tão bem... não preciso de exame nenhum! - Ele argumentou, tentando convencer Ram a deixá-lo ignorar a checagem.
Seu namorado o encarou, em silêncio. Ele não precisava dizer nada para que King soubesse exatamente o que estava pensando.
- É sério! Estou super saudável! Não há necessidade de paranóia.
- Amor... - foi a única palavra que Ram usou para insistir.
- M-mas... mas... a agulha!!! - King reclamou, inquieto.
- Eu vou estar lá com você.
- Mas... olha isso! - Ele mostrou-lhe a lista. - É muito sangue!
- Vai ser rápido. - Ram segurou sua mão, tentando assegurá-lo. - Depois eu te pago um sorvete.
- Sorvete? - King considerou por um momento.
- É... quando eu era pequeno eu ganhava sorvete se fosse tirar sangue sem reclamar.
- Deve ser por isso que você é tão corajoso - ele palpitou.
- Então você vem?
King engoliu em seco, inseguro, mas Ram o puxou para fora de casa antes que pudesse negar.

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- Tem certeza? - King perguntou pela terceira vez, enquanto esperavam que o monitor do hospital apitasse com sua senha.
Ram assentiu, acariciando sua mão.
- Vai ser tranquilo. Só vão precisar de uma picada.
A senha enfim apareceu na tela, e a respiração de King acelerou.
- Ai meu Buda... JÁ?! - Ele entrou em pânico. Ram se levantou e o puxou consigo, tendo que lidar com a resistência do namorado, que o puxava para trás. - Cool Boy! Não faz isso comigo, por favor!
- É pelo seu bem! Não se esqueça do sorvete!
Quando chegaram na porta da pequena sala, King teve que parar de resistir tanto para não passar vergonha na frente da enfermeira, mas sua expressão expunha seu medo de qualquer jeito.
- Medo de agulhas? - Ela perguntou, e ele assentiu com a cabeça, nervoso.
- Fique tranquilo. Vou garantir que seja rápido e que não haja nenhum problema - ela prometeu, com um sorriso simpático.
- Então dá pra ter algum problema? - King olhou para Ram, aterrorizado, e seu namorado voltou a acariciar sua mão.
- Relaxa! Quanto mais relaxado você estiver, menos você vai sentir - a enfermeira explicou. - Sente-se aqui, e seu namorado pode sentar logo ao lado. Você tem sorte de ter alguém com você, hein? Apenas tente se distrair, não precisa olhar. Alguma preferência de braço?
King e Ram sentaram-se como indicado, e King estendeu o braço esquerdo, relutante, para que não precisasse soltar a mão de Ram.
- P'King... - ele o chamou, olhando-o nos olhos quando King se virou e indicando que continuasse olhando para ele o tempo todo.
Enquanto a enfermeira amarrava o braço de King com um elástico e apalpava em busca de veias, Ram sorriu para distraí-lo, e pouco antes que ela pudesse perfurá-lo com a agulha, ele o surpreendeu com um beijo.
King ainda não era capaz de entender como um beijo podia ser tão bom. Uma onda intensa de calor e prazer o invadia sempre que os lábios de Ram se colavam aos seus e sua língua invadia sua boca. Era como um estado de hipnose em que tudo que importava eram os seus toques.
Cerca de um minuto depois, Ram finalizou o beijo, afastando seu rosto corado da expressão ainda surpresa de King.
- Prontinho! - A enfermeira sorriu, limpando o furo no braço de King, pressionando-o com um algodão e finalizando com um bandaid circular.
- Como assim? Já?! - King questionou, quase tendo um surto quando viu a bandeja com 5 tubos de sangue. O seu sangue.
- Sim! Viu só? É só ter uma boa distração - ela deixou escapar uma risada, e então pegou algo na gaveta. - Aqui, pra você! Por ter sido corajoso... - Ela colou um adesivo de estrela na camisa de King, como fazia com as crianças.
- O-obrigado... - Ele agradeceu, tímido, e seguiu com Ram para a daí da do hospital.
- Viu? Não foi tão ruim... - seu namorado disse, com o rosto ainda corado. Ele não estava acostumado a beijar King daquele jeito em público.
- Eu nem senti... - King comentou. - Obrigado pela ajuda.
- Não há de quê... - Ram sorriu de leve e mudou de assunto. - Sorvete então?

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Os dois para uma sorveteria próxima, onde Ram comprou sorvete para o namorado como prometido. Como as mesas estavam quase todas cheias, resolveram sentar na sombra de uma árvore no parque logo ao lado, para relaxarem com mais privacidade.
- Ufa... - King suspirou. - Parece que o peso do mundo caiu das minhas costas.
- Que bom... - Ram respondeu - sinto muito que a situação tenha te estressado tanto.
- Está tudo bem... estou feliz por ter me livrado disso logo - ele sorria, com os lábios sujos de sorvete. - Mas eu não teria conseguido sem você!
- É bom poder te ajudar de vez em quando... - Ram retribuiu o sorriso, sentindo seu corpo aquecendo apesar do sorvete gelado.
- Mas você sempre ajuda, Cool Boy! - King abraçou o braço de Ram e deitou em seu ombro enquanto terminava sua casquinha. - Você me conhece bem. Soube exatamente como me distrair hoje.
O rosto de Ram voltou a corar, e seu namorado deu risada.
- Qual é, não é como se não nos beijássemos o tempo todo! - King provocou - Estamos sozinhos agora, não precisa ter vergonha...
- Eu sei... - Ram suspirou. - Na verdade, eu queria ter mais coragem pra te beijar em público mais vezes...
- Eu não iria reclamar - seu namorado brincou. - Mas não precisa se preocupar com isso, okay? Eu imagino o quanto isso deve ser aterrorizante pra alguém tímido como você. Eu entendo perfeitamente! Só provoquei porque acho fofo quando você cora...
- Sério?
- Sim! E também porque o beijo foi muito bom...
Ram sorriu, dando um beijo na bochecha de King.
- Eu quis enfrentar um medo junto com você... fico feliz que tenha valido a pena.
- Ah se valeu! - King riu, e os dois trocaram sorrisos até entregarem-se aos lábios um do outro mais uma vez.

Fine Line - One Shots BLWhere stories live. Discover now