1. Uma visita a Bangkok - PhuphaTian (1000 stars)

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De volta a PhaPhunDao, Tian não poderia estar mais feliz. Sua vida enfim parecia ter sentido, e por mais que tudo fosse muito diferente do luxo com o qual cresceu, nada lhe faltava. Poder estar cercado de pessoas tão especiais, e enfim voltar a ensinar as crianças que tanto amava, fez cada segundo de espera e esforço na faculdade valer a pena.

Além disso, não havia nada nem ninguém que fizesse Tian mais contente que um certo Green Giant acordando todas as manhãs ao seu lado, e fazendo questão de ir vê-lo durante o dia sempre que tinha a oportunidade.

- Está com fome, sr. professor? - Phupha perguntou, aguardando do lado de fora da sala de aula já vazia, enquanto Tian terminava de guardar seus materiais.
- Um pouco - Tian sorriu, contente por tê-lo ali depois de um dia cansativo.
Apesar r das longas horas preparando as aulas, seu esforço estava valendo a pena. As crianças sempre davam um jeito de surpreendê-lo com as habilidades que estavam desenvolvendo.
- Pensei que estaria faminto - o Chefe o envolveu em seus braços assim que se aproximou, deixando um beijo carinhoso em sua testa para renovar suas energias - Você anda trabalhando demais! Fico feliz que possa ter esses dias para descansar.

A vila estava entrando em um feriado religioso de três dias, aproveitando para comemorar o sucesso das vendas de chá e saquinhos aromáticos, além de dar um merecido descanso para os trabalhadores. Bom... pelo menos para alguns.

- Mas você vai continuar trabalhando... - Tian fez biquinho, provocando seu namorado um pouco, mesmo sabendo que ele não tinha culpa pelo cronograma rígido. Se ao menos eles pudessem aproveitar aquele tempo juntos...
- Sobre isso... acho que podemos ter uma pequena mudança de planos - Phupha sorriu, segurando a mão de Tian para guiá-lo em direção à base militar para o almoço.
- Como assim? Você não tem que trabalhar? - o mais novo perguntou, confuso.
- Recebi uma ligação do seu pai hoje...

- Do meu pai? - Tian falava com seus pais por telefone de vez em quando, e costumava mandar algumas cartas para casa só para aquecer o coração da mãe superprotetora, mas já fazia um tempo desde que não conversavam bem - O que ele disse?
- Primeiramente pensei que ele quisesse falar com você, mas ele disse que poderia ser comigo. Seus pais gostariam de te ver agora no feriado... então nos convidaram para ir visitá-los.
- Nós dois?! - Tian sorriu, surpreso.
Seus pais sabiam sobre seu relacionamento com Phupha, e nunca haviam se manifestado contra, mas aquela era a primeira vez em que expressavam o desejo de conhecê-lo melhor e acolhê-lo na família.
- Sim... seu pai até permitiu o adiantamento de uma das minhas folgas para que eu pudesse acompanhá-lo na viagem. Então... se você topar... podemos ir a Bangkok por uns dias.
- Tá falando sério? - Tian riu, e de repente cada pingo de cansaço restante pareceu simplesmente evaporar - É claro que eu topo!

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Logo após o almoço, os dois foram direto arrumar as malas. Teriam que viajar no mesmo dia se quisessem aproveitar, então todos os arranjos, explicações e despedidas foram feitas em poucas horas. Khama lamentou pelos jovens não poderem participar das comemorações, mas no fundo estava feliz por ver o casal enfim construindo sua vida juntos.

Depois da longa correria e das inevitáveis provocações de Yod e Rang, Phupha e Tian pegaram o ônibus para a capital, praticamente grudados um no outro.
- Tian... - o chefe chamou, acariciando os cabelos do namorado - Como são seus pais?... Tipo... você acha que eles vão ser tranquilos?
- Está nervoso, chefe? - Tian riu, levando uma mão até o rosto de seu Gigante, que já não parecia nem um pouco durão.
- Hm... um pouco - Phupha admitiu - Fiquei feliz por eles terem me convidado, mas como posso garantir que não foi apenas para me darem bronca por roubar o filho deles?
- Você tem um ponto - Tian gargalhou - Mas fique tranquilo. Eles já aceitaram minha decisão, e meu pai nunca deixou de ser grato por tudo que você fez por mim. Acho que o tempo que passei fora serviu bem para eles pensarem melhor em tudo. Os dois sabem como estou feliz aqui, com você, então acho que não vão te causar problemas.
- Eu espero que sim...

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As mãos de Phupha chegaram a tremer quando, já de noite, chegaram à casa intimidadora de Tian.
Tudo era tão bonito e luxuoso que, acostumado com sua vida simples, o chefe se sentiu estranho por não estar vestindo um terno ou uma roupa mais formal.
- Ei... relaxa - Tian pareceu perceber seu nervosismo, massageando a mão do namorado para ajudá-lo a relaxar.
Os dois tocaram a campainha e aguardaram, sendo recebidos por uma das funcionárias e encaminhados até a sala, onde os pais de Tian pareciam aguardar ansiosamente.
- Tian, querido! - sua mãe correu para abraçá-lo (apesar de que "esmagá-lo" talvez seja um termo mais apropriado).
- Que bom que vieram! - o pai cumprimentou sorridente, aguardando a vez de abraçar Tian - Obrigado por acompanhá-lo, Phupha. Sinta-se em casa.
- Muito obrigado, senhor - o chefe agradeceu como costumava fazer no trabalho, um tanto envergonhado.
- Ah, que isso! Você está de folga, não está? Vamos fazer o seguinte... aqui dentro não precisa se preocupar com formalidades. Sou seu sogro, não sou? Pode me chamar de pai.
Phu foi pego de surpresa, sentindo o rosto esquentar de vergonha. Era um pouco estranho poder tratar seu chefe com tanta intimidade, mas também um alívio por ser aceito pelo pai de seu namorado.
- Okay... obrigado... pai - ele sorriu, sem graça.
- Seja muito bem vindo, querido - a mãe de Tian também cumprimentou, finalmente largando o filho - Ouvi muito falar de você. É um prazer poder enfim te conhecer. Também pode me chamar de mãe se se sentir confortável.
- Obrigado - o genro quase deixou escapar um suspiro de alívio - É um grande prazer conhecê-la.
- Vamos, meninos. Sei que fizeram uma longa viagem e devem estar morrendo de fome. O jantar está sendo servido - ela sorriu, encaminhando-os para a sala de jantar.

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Apesar de ainda estar nervoso, Phupha se surpreendeu ao se divertir tanto no jantar. Tian não parava de sorrir, e isso já era suficiente para fazê-lo feliz, mas as conversas também foram leves e tranquilas, sem todo o julgamento que ele andava esperando.
Afinal, um simples chefe militar de uma pequena vila no interior não parecia ser o que uma família tão rica esperaria como parceiro para o seu filho único, mas por incrível que pareça eles pareciam ter aprendido a apreciar as histórias de Phapundao, e chegaram até a se impressionar quando ouviram um pouco sobre seus trabalhos.
Os resultados impressionantes que as crianças andavam tendo, ajudando os pais e trazendo novas ideias para a comunidade, eram a prova viva de que Tian era um professor incrível, e seus pais não puderam conter o orgulho.
Ao ouvir um pouco mais sobre a rotina de Phupha, a sra. Sopasitsakun também se impressionara com a determinação e os riscos que o jovem correra tantas vezes para proteger Tian e os habitantes da vila. Ela chegou até a dizer que estava feliz pela escolha do filho ao se relacionar com alguém de tão bom caráter, pedindo para que o chefe continuasse cuidando bem dele e aquecendo o coração dos jovens.

Tudo ocorreu muito melhor do que o esperado. O tempo passou voando, e logo estavam todos prestes a se recolher.

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Suas malas já estavam no quarto de Tian quando o casal subiu para o segundo andar, e após seus banhos e higienes noturnas, os dois se jogaram na cama, exaustos.
Phupha pareceu até tomar um susto com a maciez do colchão, acostumado com sua cama dura, arrancando uma risada do namorado.
Era de fato impressionante o quão tranquila e luxuosa era a vida de Tian antes de Phapundao, e ainda mais impressionante como ele abrira mão de todo esse conforto. Phu chegava a se perguntar se era mesmo digno de fazer parte daquela família.
- Estranho, não? - o garoto parecia ler seus pensamentos, se aproximando para abraçá-lo - Sei que tudo aqui é bem diferente, mas logo você se acostuma. É bom viver confortável de vez em quando... desde que não se torne dependente disso. Acredite, aprendi na prática.
- Você sente falta daqui? - Phu perguntou, abraçando a cintura de Tian.
- Na verdade, não muito - ele respondeu - Não há muito o que fazer por aqui quando se está sozinho, e a vida pode facilmente perder o verdadeiro propósito. O conforto não garante felicidade. Por isso eu prefiro viver de verdade e fazer as coisas por mim mesmo, mesmo que não seja tão fácil. Ter você ao meu lado e uma vida simples em Phapundao é mais que suficiente pra mim.
- Mesmo? - Phupha sorriu, voltando a se sentir mais seguro.
- Mesmo. Agora pare de se preocupar com isso... sinto sua falta e finalmente temos um tempo sozinhos. Quero aproveitar cada segundo.
- Mas...
- O quarto dos meus pais é distante no corredor, e eles dormem pesado. A cama também não range como a nossa. Acha que consegue mimar seu namorado, chefe?
- Ao seu dispor...

Fine Line - One Shots BLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora