— Tá bonitona, hein, Nat?! — Renan comenta, parecendo impressionado.

Natália dá um giro completo nos calcanhares e a saia meio transparente tilinta com o balançar das pequenas moedinhas bordadas na cintura. Carlos solta um assobio e olha para ela de baixo, focando a visão nas partes traseiras, digamos. Caíque e Felipe batem palma para completar. Ítalo também entra nessa, mas parece meio deslocado, sem saber se está no seu lugar mexer com uma menina mais velha, eu acho. Natália não se sente nem um pouco envergonhada, porém, acho até que era essa reação mesmo que estava esperando.

— Mas me admira muito você comentar isso, Renan. — Felipe deixa escapar. — Pelo que sei, mulher já não é mais seu forte...

Os outros riem e o encaram, esperando resposta. Até os mais novos. Sinto meu interior se revirar em antecipação.

— Não sei quais são suas fontes, mas acho que elas tão meio equivocadas... — Renan responde sem perder a compostura, a voz firme e estável, um sorrisinho na boca.

— Pena a fonte não estar aqui pessoalmente pra provar. — Carlos faz aquele barulho chato com a língua, que sempre repete quando tá descontente, e de soslaio pega o apoio dos outros caras. — Mas se a gente for ali nos States a história é outra, né...

O semblante do Renan imediatamente se fecha e eu não faço ideia de onde eles tiraram aquela informação, mas é claro que a falta de resposta imediata só confirma a teoria. Os olhares dos mais novos parecem curiosos e confusos, e penso que é a primeira vez que meu primo comenta tal coisa na frente deles.

Ainda bem, penso, mas logo o pensamento já não vale de nada, né, porque ele já está comentando, afinal.

— Velho, por falar nisso, a gente bem que podia passar umas férias lá na Califórnia, sei lá! Aproveitar os contatos do gringo e tal... — Caíque intercede, empolgado, mas Carlos olha pra ele com desgosto.

— E eu lá vou querer ficar perto de bicha? Sai fora!

— É, velho, muito mais jogo a gente ir pra Austrália visitar o João Vítor! — Felipe complementa.

João Pedro foca sua atenção completa à menção do primeiro nome, mas ao perceber que não querem papo com ele, volta a se remexer dentro dos bolsos, um pouco distante. Os mais velhos riem, meu sangue ferve. Mordo minha boca por dentro e, dessa vez, eu não deixo passar em branco. Noto que o Renan está mudo, o que me dá ainda mais vontade de interromper as risadas.

— É melhor mesmo. — eu digo, reunindo toda a coragem para que a fala não saia tremida. Todo mundo me encara; os mais novos, as meninas, todos. — Ir visitar o super bem sucedido pegador João Vítor. Mesmo porque o próprio Sander não receberia nenhum de vocês na casa dele, certeza.

Eles me fitam como se eu tivesse desafiado o rei da selva — e foi exatamente isso que eu fiz, sem querer querendo. Resolvo sair de perto, porém, porque não planejei aquela discussão! Não sei como vencê-la, então prefiro me afastar por enquanto, deixar minha adrenalina abaixar e refletir na melhor resposta.

Eu funciono assim.

Então desvio do meu primo para subir as escadas e vejo Renan me acompanhar de perto. Ninguém abre a boca para revidar e, antes de ficarmos fora de vista, ouço-o atrás de mim:

— E ele não mora daCalifórnia, idiotas.



-------------------------------

Oi, gente! Palmas pro Dani, sim ou não?

Enfim, trago uma novidade! Semana que vem vai sair uma coletânea de contos que eu participei!

A parte mais legal é que vai ser aqui no wattpad mesmo, então sigam o LGBTemas pra ler com  para ler com exclusividade uma história cheia de representatividade queer, e de aquecer coraçõezinhos, que eu escrevi <3

A parte mais legal é que vai ser aqui no wattpad mesmo, então sigam o LGBTemas pra ler com  para ler com exclusividade uma história cheia de representatividade queer, e de aquecer coraçõezinhos, que eu escrevi <3

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Aprendendo a Gostar de Você {Aprendendo III}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora