-A sério, desculpa por termos de jantar aqui.-disse o Calum pela milionésima vez, enquanto comíamos a nossa refeição, naquela sexta-feira.
-Não há problema a sério, eu gosto de comer McDonald's.
-Sim, mas não é digno de um encontro.
-Estás a gozar? Fast-food é do melhor. Quem é que quer ir a um restaurante caro?
Ele riu-se um pouco.
-Quando eu tiver dinheiro que chegue, eu levo-te a um sítio bonito.
-Obrigada, mas acho que o importante é estar contigo e não onde ou que como.
-Tens razão. Quem é que quer ir a um restaurante caro onde é tudo tão chique que até falar parece mal educado.
-Temos de estar sempre calados ou a falar baixinho e de beber de copos esquisitos. Vivam as palhinhas e os copos de plástico!-disse eu dando um gole na minha Coca-Cola.
-E as batatas fritas e os hambúrgueres!-Disse ele levantando na mão o seu hambúrguer.
-E o molho que acabou de cair na tua camisola!
Ele olhou para baixo, rindo-se e limpando a sujidade com um guardanapo.
-Isto é embaraçoso.-comentou ele.
-Acredita, mais embaraçoso do que eu não é.
-Tu? Embaraçosa?
-Sim.
-Não acredito. -Disse ele sorrindo.
-Bem, tu ainda não me conheces completamente, Calum Hood.
Olhei para as horas.
-Já são 23:30! Eu tinha de estar em casa há meia hora. Já vou ouvir.
-Da próxima não vimos jantar tão tarde.
-Próxima?
-Sim, próxima.
Ele levantou-se depois de comer a última batata frita e eu levantei-me a seguir a ele, eu já tinha acabado de comer. Dirigimo-nos para o seu carro.
A meio do caminho ele pegou na minha mão e aproximou-se de mim, deixando as nossas caras a centímetros de distância. Eu afastei-o.
-Eu não dou beijos no primeiro encontro.
Ele riu-se um pouco.
-Tu és dessas?
-Yupe. E não me arrependo de ser.
-Então isso significa que vai ter de haver um segundo encontro.
Encolhi os ombros e sorri.
-Isso é um convite?
-É. -disse ele entrando no carro, eu também entrei.
-Adoro esta música.-disse eu mal ele ligou o carro e começou a conduzir.
Pus o volume mais alto e comecei a cantar a música. O Calum olhou para mim e riu-se.
-Eu disse-te que podia ser embaraçosa.-disse eu parando de cantar por momentos e depois começando outra vez.
O rapaz moreno juntou-se a mim. A sua voz era linda, ele cantava mesmo bem.
-Onde aprendeste a cantar assim?-perguntei-lhe assim que a música acabou.
-Eu apenas nasci com este dom.-disse ele com um ar triunfante.
Eu ri-me.
-Esta é a tua casa, certo?-perguntou ele assim que parou em frente ao sítio onde eu morava.
-Yupe, é aqui. Diverti-me muito, Cal. Até segunda.-disse abrindo a porta.
-Ei!-disse ele- Sais comigo outra vez?
-Claro.-disse e fechei a porta do carro.
Encaminhei-me para a porta de minha casa e abri as mesmas com as chaves que o meu pai me dera antes de eu sair.
Entrei em casa sem fazer barulho, mas o meu pai já estava à minha espera na cozinha.
-Estás meia hora atrasada. Já te disse que não podes simplesmente me desobedecer assim. Custava muito teres mandado uma mensagem a dizer que ias demorar mais tempo?
-Pai eu só reparei agora que era tarde.
-Ainda assim, filha. Tu vê lá o que andas a fazer com esse rapaz.
-Acho que comer McDonald's não é um crime.
Ele revirou os olhos e eu subi as escadas.
Entrei no meu quarto e fui para a janela ver as estrelas. Não dava para ver muito bem porque a janela era pequena, mas sempre era melhor do que em Nova Iorque, a cidade sem estrelas. Esta era uma das poucas vantagens de eu viver em Indianápolis.
Ouvia alguém bater à porta.
-Entra.-disse e vi o vulto do Ashton aparecer.-Estás bem?
-Sim, porquê?
-Porque bateste à porta e isso não é normal.
Ele riu-se.
-Está muito engraçadinha a menina, hoje. O encontro correu bem ahm? Vocês fizeram?
-O quê?
-Tu sabes.
Revirei os olhos.
-Não Ashton! E vê lá o respeitinho, ok? Eu nem sequer o beijei.
-És daquelas que não dá beijos no primeiro encontro?
-Yupe.
-Fazes bem, fazes.-ele riu-se.
-Olha se vieste aqui só para me chateares podes ir dar uma volta.
-Na verdade eu queria mostrar-te uma coisa.
-O quê?
-Eu tenho reparado que tu gostas muito de olhar para o céu e...
-Tu andas a espiar-me?
-Não, mas às vezes deixas a porta entreaberta e eu...bem, eu espreito.
-E tu querias dizer-me que...
-Bem eu queria mostrar-te isto, anda.
Olhei para ele desconfiada e ele fez sinal para eu me levantar. Assim fiz e segui-o até ao quarto dele.
-Tchanam!-disse ele mostrando-me a varanda que o seu quarto tinha.
Olhei para ele confusa. Ele pegou na minha mão e levou-me lá para fora.
-Deita-te no chão.-disse ele assim que fechou as portadas e nos deixou na varanda.
-Mas está sujo.
-Agh. Não sejas tão menina.-disse ele deitando-se e colocando os seus braços no seu peito.
Eu acabei por ceder deitando-me ao lado dele. Observei o céu estrelado que se estendia por cima de mim.
-Wow.-disse eu.
-Daqui dá para ver melhor as estrelas.
-É lindo!
-Eu sei.
-Tu também vês as estrelas?
-Às vezes, acho bonito. Porque é que tu gostas de as ver?
-É pessoal.
-Tão pessoal que não possas contar ao teu meio irmão? -Disse ele olhando para mim.
-Sim.-Disse sorrindo para ele.-Tu és mesmo estranho.
-Como assim?-perguntou ele confuso.
-Num momento insinuas que eu tive relações sexuais com um rapaz que conheci há uma semana e no momento seguinte mostras-me o céu estrelado visto do teu quarto.
Ele riu-se.
-Bem, estranho eu sou. Estranho é o meu nome do meio. Ashton Estranho Irwin.
Eu ri-me.
-Muito estranho mesmo.-comentei enquanto desprendia o meu olhar dos seus olhos brilhantes e fixava-o nos milhões de estrelas que eu tinha à minha frente.
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Hey!
Só pude publicar hoje, mas vou começar a publicar mais regularmente.
Pessoalmente amei escrever este capítulo ❤ Espero que tenham gostado.
Votem e comentem o que acharam.
Adoro-vos melhores leitores do mundo.
Bjs xx