♥ 62 || Paternal Instinct ♥

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     No entanto, apesar de estar assustado e em uma posição pouco confortável não me sinto com tanto medo como naquela época. Não ouso dizer que isso são ações de minha terapia, posso nomear como instinto de sobrevivência e proteção. Minha mãe estava certa quando disse que somos capazes de fazer o mundo girar na palma das mãos, de muitas das vezes agir como leões para proteger aquilo que geramos com todo amor do mundo. Se agora estou tirando forças para fazer algo, devo agradecer ao meu pequeno e ao meu alfa.

     Ah, Jungkookie. Posso sentir o quanto está aflito e isso me deixa mais preocupado. Passei alguns minutos em um choro silencioso, imaginando a situação de meu alfa quando descobriu. Não faço ideia de que horas são, de onde estou ou o que vai acontecer comigo, apenas tento manter a cabeça no lugar para agir conforme o instinto de sobrevivência exige de mim. De repente todas as luzes se acenderam e pude perceber que estou em uma espécie de porão velho cheirando a mofo, cheio de umidade onde até mesmo os ratos passeiam. Porém não pude gritar, impossível fazer tal coisa quando se tem a mira de uma calibre trinta e oito direto em sua cabeça, quanto mais sendo apontada por um louco.

     – Trouxe seu jantar, meu bem. – Disse o alfa colocando a bandeja com um pote de cup noodles² em minha frente. – Acho que esse é seu sabor favorito, certo? – Tudo o que fiz foi vomitar ao sentir o cheiro horrível daquela refeição. – Oh, não seja mal educado, Jimin.

     – Por favor... Por favor, me deixe ir. – Pedi quando tentei me recompor, mas a cabeça ainda girava pela tontura. – Eu estou com medo, Hyung.

     – Não vou fazer nada de ruim com você, meu anjo. – Seu tom de voz estava realmente me amedrontando. – Me desculpe por deixá-lo aqui embaixo, a situação está um pouco desagradável lá em cima.

     – Eu quero ir para casa... Quero ver Jun... – Sua expressão mudou, assim como a força com a qual sua mão voltou a tocar minha bochecha me fazendo cuspir sangue.

     – Não seja ingrato! – Seu humor também se modificou e depois de receber três chutes que acertaram meus braços, mas que seu destino era meu abdômen tudo o que eu desejava é que tal inferno acabasse de uma vez. – Você quer falar com aquele velho de merda, tudo bem.

    Percebi quando ele tirou um telefone do bolso e discou um número qualquer. Somente acreditei que era Jeon quando ouvi sua voz do outro lado da linha. A vontade de chorar foi imensa, mas apesar do medo foi impossível me controlar.

     – Jimin?! Vida... – Sua voz continha todo o desespero que imaginei.

    – Meu filho, está nos ouvindo? – Chorei ainda mais quando ouvi a voz do meu pai, mas recebi outro tapa antes de pedir por socorro. – Jimin!

     – Ah, não se desespere, sogrinho. – Disse Taemin novamente naquele tom de voz tranquilo. – Estou cuidando bem do gatinho.

     – Deixei-o em paz, demônio! – Meu pai gritou. Certeza que minha mãe e ele estão sofrendo tanto quanto meu alfa.

    – Adoraria fazer isso se minha conversa fosse com você, senhor Min. – O tom de seriedade voltou a voz do mais velho. – "Sou a última pessoa que seu irmão irá querer ver na vida...”, ainda se lembra dessas palavras, Jeon? Ou prefere que lhe chame de senhor Jeon?

     – Corte voltas, seu maldito. Me diga onde está e vamos resolver isso de homem para homem. – Jungkook o ameaçou no mesmo tom, momento exato que o senti puxar meus cabelos. – Não encosta nele.

     – Oh, meu bem. Já fiz muito mais que encostar. – Taemin blefou para provocar meu alfa, sabia no qual sentido ele fez Jeon entender aquela frase, mas ele apenas tocou em minha para cumprir suas agressões gratuitas. – Devo admitir que fez um bom trabalho cuidando daquele corpinho.

Love Again ♥ JIKOOK ABO Onde as histórias ganham vida. Descobre agora