- Já que estamos voltando, por que você não compra aqueles pijamas? Acho que você deveria. - o olhei com face questionadora e ele riu - Aquele "família". Vi você os namorando... Devia comprar, acho que a sua ômega ia gostar... São fofos.

Engoli o seco. Quando ele me vira os olhando? Tinha certeza que havia disfarçado bem...

- Não sei se ela irá gostar... – falei com sinceridade. Não era como se eu fosse uma "família" com Brianna no fim das contas - E ela não é minha ômega.

- Ah, mas você disse que ela usa pijamas de ursinhos e unicórnios. É claro que ela vai gostar... – afirmou.

- Não é bem essa questão... – disse tentando não soar rude.

- Bob, vocês com certeza são uma família, só você não percebeu isso. – me fitou seriamente – Compra, vai! – disse me incentivando.

- Eu não sei... – murmurei.

- Compra! Compra! Compra! – ele começou a fazer torcida organizada?

Enfim, Frank insistiu tanto que acabei comprando. No fim, estava diante do meu apartamento sem saber o que fazer. Aquilo fora extremamente impulsivo...

Contudo, Frank sempre me inspirava a fazer coisas do tipo... Sair da faculdade de medicina e entrar numa banda, sair de casa e ir viajar num trailer caindo aos pedaços com um bando de alpha fedido... Coisas assim. Normais.

Entretanto, jamais me arrependi de alguma coisa...

"Ela não pode ver o meu..." – pensei.

Era literalmente um conjunto família. Todo com estampa de vaquinhas rosas, tinha o da mamãe, bebê e papai. Poderia ter comprado apenas o dela e o do bebê, contudo acabei comprando o conjunto inteiro... Eu era meio idiota em alguns momentos. Entretanto, acho que não era um pecado tão grave desejar ter algo que me ligasse a eles... Mesmo que ela nunca soubesse.

Por que eu não era o "papai" e duvidava que Brianna fosse querer entrega-lo ao pai real de Bryan... E sinceramente, não iria querer que ela o entregasse a qualquer outra pessoa... Ficaria comigo.

Desde que ela chegara ao meu apartamento, eu me dizia todos os dias e todas as horas que apenas estava ajudando-a por que havia sido imprudente em fazer aquele teste. De certa forma, tinha de ajuda-la já que EU não dei escolha a ela. Uma questão de responsabilidade.

Dentro de mim, porém, sabia que isso era uma grande mentira. A ajudava por que a amava... Por que eu realmente gostaria de ser o pai de Bryan, mesmo que apenas por aqueles meses... Entretanto, jamais forçaria essa situação a ela.

Depois de tirar da caixa o pijama destinado a mim e deixar apenas o dela e o do bebê, entrei em meu apartamento, colocando a chave dentro da vasilha que ficava em cima do móvel ao lado da porta.

- Brianna... Cheguei.

Ela correu para meus braços em prantos e levei um susto com sua atitude.

- Bob! – disse chorosa.

Fiquei assustado – O que aconteceu? – com seus olhos brilhantes e um lenço na mão, ela me fitou.

- Ele morreu! – entendi ainda menos - O Marley morreu! – ela chorava em meus braços e só nesse momento percebi a TV pausada em uma cena do filme "Marley & Eu", respirei fundo, me recuperando do quase ataque cardíaco.

- Ele teve uma boa vida, né? - falei a abraçando de volta e tentando amenizar todo o choque pela morte do Marley - Ele foi muito feliz.

Ela balançou a cabeça em concordância, contudo ainda chorava copiosamente...

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