Era o Frank que não lembrava meu nome. O Frank que enlouquece em alguns momentos e faz loucuras como quebrar móveis de hotéis caros. O Frank que é impulsivo e teimoso. O Frank que não mede palavras para dizer o que pensa, sem se importar se machuca alguém.

Esse Frank.

Claro, uma pequena parte de meu cérebro tentava amenizar toda minha paranoia "é passado, ele mudou, ele vivia um momento difícil naquela época"... Contudo... Ainda assim...

Ele não lembrava direito do que havia acontecido naqueles anos, tecnicamente, me conhecia há menos de um mês e já me havia me pedido em namoro... Eu queria gritar "yuhuu, fui pedido em namoro pelo Frank", mas, meu lado racional não conseguia deixar de pensar que isso era só mais um ato impulsivo dele.

Um ato impulsivo que pode me destruir em milhares de pedaços, porque ele é como um ataque cardíaco ambulante, ele torna, literalmente, todos os meus sonhos realidade... E é capaz de me destruir com a mesma facilidade.

Entretanto... E se no fim... Não for realidade... E sim uma grande ilusão bonita embalada em fita...

Suspirei, abrindo os olhos. Não queria me preocupar com esse tipo de coisa... Queria por fé de que tudo daria certo. Contudo, eu ainda era o Gerard que sentia o peito doer toda vez que precisava se apresentar novamente, já que ele se esquecia de quem eu era, o Gerard que tentava descobrir sobre o que ele gostava, só para tentar conversar e manter um assunto fluindo por gostar de ouvir a voz dele, e era plenamente ignorado. O Gerard que sentia culpa por se aproveitar de situações inapropriadas, como ele bêbado, porque não conseguia se afastar... Porque não conseguia parar de achar o cheiro dele o melhor do mundo... O Gerard que criava esperanças e tinha cada uma delas desfeitas todos os dias. Eu ainda era esse Gerard. E esse Gerard berrava que não queria passar por tudo aquilo de novo, entretanto, com uma embalagem nova e talvez de forma ainda mais dolorosa.

- Acho que alguém está pensando demais. - me assustei com a voz de Frank, ao que o olhei e encontrei os olhos ambares me fitando – Sempre forma uma ruguinha bem aqui... - ele pressionou o indicador no espaço entre os meus olhos, mostrando o ponto que estava falando -... Quando você pensa demais.

Desfiz a cara preocupada e sorri para ele, mandando aqueles pensamentos pesados para longe... Eu sabia que poderia me estropiar muito seriamente, mas ao menos teria boas lembranças.

- Você está bem? - me questionou enquanto se levantava e sentava olhando em minha direção.

Assim como eu, Frank continuava completamente nu e desviei o olhar dele, evitando olhar para baixo na direção que seu membro estava exposto.

"É sério Gerard? Depois de tudo que vocês fizeram você vai ficar com vergonha?".

Podia ser patético, mas ainda era vergonhoso olha-lo assim. Sabia que se olhasse não pararia, e não saberia me explicar caso ele notasse meu olhar tão interessado. Por um instante pensei que estava sendo tomado por mais uma onda de calor, mas não, era apenas pensamentos demais.

- Outra ruguinha – mais uma vez o indicador de Frank foi até o espaço entre meus olhos - Você fica uma gracinha pensando, pensando e pensando, mas te dou um chocolate pelos seus pensamentos. - ele se esticou até a bolsa térmica e literalmente pegou uma barra de chocolate – E então?

Peguei a barra, aceitando sua proposta... Era constrangedor, mas, decidi contar a verdade. Queria ver a reação de Frank aos meus pensamentos – Estava pensando que apesar de tudo que fizemos, ainda sinto vergonha de olhar o seu pênis... – abri a embalagem e mordi diretamente a barra com um sorriso – Por que fico imaginando bobagem quando faço isso... – era chocolate meio amargo, meu favorito. Estranhei um pouco, porque normalmente, compravam ao leite – Você sabia? – mostrei a barra – É meu sabor favorito...

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