O Fim do Começo

471 78 170
                                    

Herói...

Se fosse procurar, haviam tantos significados para uma palavra de apenas cinco letras, significados que poderiam ir para algo mais religioso, ou apenas algo simplório.

Mas... seu irmão havia o chamado assim, ele havia concordado que ele era um herói, inventando um novo significado para aquelas palavras que, por um tempo, achava idiota.

— Eu... eu ainda 'tô de pé.

Em nome de Porteiro, seu irmão que o deixou, mas mesmo após a morte, se preocupava com ele ao ponto de não deixá-lo morrer mais uma vez.

E em nome de Luciano, seu pai que o deixou, e mesmo após tanto tempo, ainda o lembraria com carinho, não importasse o que Kian fizesse para tentar mudar isso...

... ele iria, ao menos, enfrentar a realidade mais uma vez, e acordar de seu doce sonho.

Estava tendo que usar sua espada de apoio para ficar de pé, mas sabia que ele não conseguiria ficar naquela luta até o final.

No mínimo alguns ossos foram quebrados naquilo, não tinha ideia de como deveria estar o próprio rosto, talvez com o nariz completamente quebrado.

— Gusta! Se afasta, a gente cuida disso. — Arthur falou, com sua sniper na mão, olhando o mais novo.

— A Carina tirou os rituais dele, Arthur... — resmungou baixo, vendo Joui se colocar na frente dele.

Percebendo que seria então protegido, se deixou se afastar, andando com passos bambos até a área que a Agatha estava.

Fechando os olhos, tentou acalmar sua respiração de alguma forma, era óbvio que Dante conseguiu curá-lo e impedi-lo de morrer, mas isso não impedia o fato de que ainda havia ficado a um pé da morte.

—... não me lembrava que era assim... quase morrer...

Olhando ao redor do corpo, só haviam marcas de sangue seco, não sabe quanto tempo foi que acabou ficando inconsciente, ou quanto tempo o ocultista ficou tentando cuidar dele... mas devia ter sido bastante, levando em conta o que estava acontecendo.

T-Bag já estava morto no chão, o machado do Balu já estava quebrado, isso significava que não iria demorar muito para que a Ordem ganhasse...

Sorrindo fraco, tombou a cabeça pra trás, respirando fundo.

—... foi mal, pai, vamos ver se consigo melhorar minha defesa...

Olhando a espada, estava praticamente quebrada, Kian devia tê-la despedaçado enquanto estava desmaiado, com medo de alguma outra pegar e usá-la.

Largando a espada no chão, já se sentia melhor de alguma forma, tentando alongar seus braços e pernas.

— Uma última luta... pelo menos por um longo tempo...

A cada passo que dava, sua velocidade aumentava, indo direto para o meio daquela briga.

— Gustavo! Derruba ele!

Então, logo depois de Balu acertar um golpe na perna de Kian, o Carvalho acerta um soco no rosto do primeiro ocultista, o vendo cair no chão, logo na sua frente.

Mas com uma rasteira, o mais novo logo caiu ao seu lado, sendo preso com um mata-leão.

— Me larga, seu merda! — brigou, dando cotoveladas no tronco dele.

A esse ponto, eles já deviam ter o anel para prender Kian...

Sentindo seu pescoço ser mais apertado, levou as suas duas mãos para o braço que o prendia, tentando usar o máximo de força possível para tirar a mão dele de perto de si para que Rubens conseguisse colocar o anel ali, e se soltar.

Se Tudo Fosse DiferenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora