Santo Berço

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— O Lu me mataria se escutasse o que você falou agora... Mas, logo sua missão vai acabar, de acordo com os relatórios que a Elizabeth está mandando... Eu estarei te esperando aqui em São Paulo... Tatá?

Tristan não sabia, mas Gustavo havia acabado dormindo durante a ligação, ter ingerido mais do que o comum de álcool havia o seu preço, fazendo o mais velho acabar rindo.

— Espero que você esteja sóbrio na próxima vez que vier fazer declaração melosa pra mim... e também que não seja quase de madrugada... Fica bem, Tatá.

E com isso, o Monteiro desligou a ligação.

Gustavo lentamente abria seus olhos, sentindo apenas uma forte dor de cabeça, olhando ao seu redor.

Ele estava deitado no chão, podendo ver uma de suas mangas babadas, conseguindo ver Arthur colocar sua calça...? O que tinha acontecido?

Se lembrava do início, eles brincando de "Eu Nunca", mas, a partir de um ponto, sua memória já estava bastante confusa, a última vez que ficou assim, foi quando acabou bebendo demais em sua festa de despedida, com a Equipe Brasa.

Apenas de ouvir as vozes já sentia sua cabeça latejando, sabia que era o policial falando com Thiago sobre as coisas do cemitério, então nem se preocupou de tentar prestar atenção em algo. Se sentando, começou a mexer em seu celular, ficando ainda mais confuso.

— Eu liguei pro Tristan...? — questionou para si mesmo, mas, não se importou muito, indo ver o grupo com sua Equipe.

Ali só tinham mais mensagens de Erin, principalmente pedindo desculpa por não ter respondido na hora as mensagens, e também falando que Fernando estava preocupado consigo, por ele ter ficado um bom tempo sem mostrar sinal de vida, tendo algumas mensagens de Tristan comentando sobre a ligação e um "pedido de casamento", provavelmente alguma coisa que ele havia sonhado.

Suspirando derrotado, decidiu se levantar, andando até a equipe, se espreguiçando no processo.

— Ela 'tá em recuperação, vai ficar bem, mas... o que aconteceu?! — Victor, o policial, perguntou para Thiago.

— Deixa eu falar, meu querido... Ô, Joui, vai lá pra dentro por favor pra eu conversar aqui com o senhor sobre essas coisas mais sérias, 'tá bom? Eu vou explicar tudo que aconteceu pra ele, você pode ir lá pra trás...

— O que 'tá rolando...? — questionou assim que se aproximou, vendo o Jouki se afastar.

— Aceita uma água... policial?

— Quê agua? Eu quero explicações!

— Não grita, porra... — murmurou, colocando sua mão na testa. — Tuca, você sabe se tem remédio pra ressaca aqui?

— Acho que a Ivete deve ter algum...

— Eu vou explicar, mano, calma, não grita não, 'tá cedo, mano.

Se ele continuasse com aquela dor de cabeça, não era nem do Deus da Morte que teria que se preocupar, e sim como não surtar com sua cabeça parecendo que iria explodir a qualquer minuto.

Preferiu andar para dentro do bar de novo, se sentando na primeira cadeira que viu, tentando massagear sua testa, querendo melhorar a dor de cabeça que estava sentindo.

Nesse ponto... Cibele, Murilo, e alguns outros civis já haviam se tornado luzidios... se conseguisse passar pelo labirinto sozinho, poderia facilmente evitar a morte de Thiago, mas precisaria que o porteiro fizesse o símbolo em si para isso, como chegaria nele, antes da maior revelação, e pediria sobre isso?

—... o que eu falei pro Kenan adiantou de algo...?

Olhava para seu celular a cada minuto, mesmo que a claridade da tela incomodasse seus olhos, não demoraria para eles irem para Santo Berço, e se tudo ocorresse como estava planejando... ele não voltaria para São Paulo.

Se Tudo Fosse DiferenteWhere stories live. Discover now