Senhor Herói

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— Todos da Ordem que uma vez conheceram a família Leone estão arrasados, e vão ficar ainda pior quando verem a situação que a mansão ficou, eu conheço eles melhor do que eu me conheço... pessoas gentis, incríveis, que não mereciam morrer em quase todas as missões, pessoas que quando eu estava arrasado, me deram meu tempo de luto, a mesma coisa que fizeram com você... engraçado que só um de nós decidiu se aliar ao Kian, né?

Se afastando outra vez da garota, agora era ele que estava mais irritado do que o comum com toda aquela situação.

— Meus parabéns, Clarissa, eu aposto que a Samantha e a Alexia devem estar muito felizes com o que você fez... vá em frente e termine de cagar com tudo, terei a certeza de consolar todos quando você alcançar a sua vingança.

Vendo a loira andar para o lado de fora, Gustavo apenas preferiu... não ir pra lá.

Ainda era estranho, não era mais tão amigo de Arthur ou de Dante, e nunca havia conversado antes com os outros, a não ser Balu mas isso era outra história.

Entrando em uma sala com algumas poltronas, era melhor ir descansar por agora, havia saído correndo do aeroporto até a mansão, já esperando o pior...

—... pelo menos você vai voltar de novo, Joui... — sussurrou para si mesmo, já sentindo a falta do amigo.

Joui...

As vezes, suas palavras soavam quase como um pesadelo, no último dia que o viu, o Jouki havia dito que ele era "o mais próximo do herói que ele imaginava quando era criança"... isso parecia mais uma piada de mau gosto agora.

No final, parecia que os dois viviam em um ciclo vicioso, onde um não podia passar muito tempo junto com o outro, foi Gustavo morrendo em Carpazinha, depois sendo levado para o Orfanato, e então o japonês indo para as máscaras... eles nunca puderam passar muito tempo juntos.

E... se ele continuasse no Brasil, iria continuar dessa forma, só que pra sempre.

A última coisa que se passou em sua cabeça, antes de adormecer, foi olhar para o lado e ver o rastro de sangue de algum membro da família Leone... Gal-Sal... logo iria reencontrar ele.

Não soube por quanto tempo dormiu, havia tirado seu casaco para tampar seu rosto para a claridade não atrapalhá-lo, então, ele realmente não sabia quantas horas passou naquele sofá, mas, o que o acordou foi uma voz familiar... que até sentia falta de ouvir.

— 'Cê vai dormir até quando, suicida?! — Agatha perguntou, balançando seu corpo.

— Se nenhum pinscher de sangue me atrapalhasse, mais algumas horas...

Lentamente foi se sentando no sofá, os Abutres aparentemente já tinham se levantado, coçando seu olho e depois se espreguiçando, pôde ver finalmente a Volkomenn.

Seu cabelo mais longo, alguns rastros de maquiagem em seu rosto também. Vestindo a mesma camisa e casaco, mas com um mini short jeans com uma meia-calça preta, ao invés das calças que usava, e a impressão que tinha é que ela também havia ganhado alguns músculos com aquele tempo.

— É assim que me trata depois de tanto tempo?

— Você e os gaudérios me fizeram de lenda urbana na Ordem, como mais eu deveria tratar? — respondeu se levantando, bagunçando o cabelo da menor. — 'Tava com saudades, Volkomenn.

— 'Bora repor as tatuagens ai, suicida? Quero ver qual é teu elemento finalmente.

—... É, acho que dá...

— Então vamos logo!

Antes que pudesse dar alguma resposta a ela, Gustavo foi arrastado para o frigorifico, encontrando Carina já ali, parecendo estar esperando eles, junto com uma integrante da Obscurité, que ele nunca tinha conversado antes.

Se Tudo Fosse DiferenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora