Cibele

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—... você deve amar muito os seus amigos, não é?

— É... eu amo muito eles sim...

Era loucura o que ele estava fazendo, se aliar com o assassino, aceitar ser classificado como um assassino também, sabendo que seria considerado culpado por algo que ele nem mesmo fez.

Mas... se isso significasse que o Porteiro iria confiar em si, e que ele poderia então evitar todo o sofrimento que a Equipe E teria no futuro... Ele faria o que fosse.

Porque ele amava muito todos eles, e não iria deixar que a tristeza alcançasse a vida daqueles que o salvaram tantas vezes... mesmo que eles nunca soubessem disso.

— Por que você quer garrafa de vidro, algum tipo de álcool, tecido...?

— Não faça perguntas. — Gustavo falou, acabando por rir.

Devia ser naquele mesmo dia, ou noite, não tinha certeza.

Nesse momento, o Portella estava pedindo ajuda para o Porteiro, afinal, do lado de fora daquela caverna, tinha mais chances das pessoas estarem o culpando, do que estarem pensando que havia sido o luzidio que havia causado aquilo.

— O que você... Certo, eu tento arranjar isso para você.

— Se possível, traga uma bolsa, e várias garrafas, bastante álcool, uma roupa inteira se precisar pra ser de tecido...

— Seria melhor você usar as roupas daqui, na verdade... seria mais difícil de te acharem, isso se você conseguir logo sua forma luzidio.

— Certo, não precisa do tecido, então...

Não demorou para ver o outro andar para longe, suspirando aliviado.

O que você está planejando, Tatá? — Emi perguntou, segurando o guarda-chuva com as suas mãos.

— Uma forma de conseguir lutar nesse lugar, não posso depender só de você, Emi.

Pode sim! Eu sou forte, eu consigo te proteger.

— Sim, sim, eu sei disso... mas vou proteger você também dos bichos ruins, vem, precisamos de alguns cristais vermelhos.

Gustavo começou a andar, segurando a mão da garotinha ao seu lado, em sua mente estava claro o caminho para a área onde tinha os cristais vermelhos, sorrindo fraco quando percebeu que estava certo.

— Emi, precisamos ser rápidos, você consegue quebrar esse cristal grandão em cristais pequenininhos?

Eu... eu acho que consigo sim.

— Pode tentar por favor?

Posso!

Por mais que o Portella tivesse que ficar de olho ao redor, para ter certeza que ninguém aparecesse ali, nenhum Minerador ou alguma criatura, mas... ele estava interessado em saber mais sobre a capacidade que aquela pequena criança tinha.

O cristal que estava na frente de Emi devia ter o dobro do tamanho dela, apertando forte o guarda-chuva, e com uma força que não era comum ter em um corpo tão pequeno, conseguiu enfincar a ponta do guarda-chuva dentro do cristal.

Pouco a pouco, o guarda-chuva entrava mais no cristal, chegando ao ponto daquele enorme cristal vermelho... se transformar em várias pequenas partes.

Olha, Tatá! Se quebrou todo!

— É... eu percebi...

Uma anotação mental: nunca ficar contra a Emi.

— Agora... como que a gente leva isso tudo pra lá? — perguntou baixo, olhando os vários pedaços do cristal.

Se Tudo Fosse DiferenteWhere stories live. Discover now