Uma História Alternativa

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— Eu matei a pessoa que eu mais odiava.

Apertando fortemente seus próprios punhos, Gustavo abaixou a cabeça... será que se ele conseguisse entrar na história antes mesmo dela começar, e se tornar amigo da Agatha... as coisas seriam diferentes?

— Quem?

— A Agatha.

Se pudesse mudar antes mesmo de tudo aquilo começar, poderia dar uma vida melhor a garota? Ela era alguém sem família alguma, que ficava constrangida com o pequeno ato de carinho que recebia de Ivete ou de Arthur... que se arrependeu amargamente por não ter conseguido conversar com Elizabeth uma última vez antes dela morrer...

Antes, Agatha Volkomenn não era uma de suas personagens favoritas, mas agora... conseguia entender melhor sua situação, porque ele também havia se tornado alguém, que não tinha ninguém ao seu lado.

— Se vocês querem saber como entrar no bunker, é só encostar o livro no scanner da parede. — "Gabriel" falou. — Eu, honestamente, não tenho nada a perder, na verdade...

— Você acha que aquela menina merecia? — Thiago questionou.

—... eu só quero que isso acabe, eu nunca quis que começasse.

— Eu só não entendi porque você achou que matar ela ia acabar com isso... ou você matou por prazer?

— Porque ela merecia.

Queria já leva-los para a escola, poderia ter uma chance maior de salvar Daniel e Alexsander, mas, ao mesmo tempo, eles tinham que ter aquela conversa com a Agatha e levá-la até o Senhor Veríssimo, se não... ela poderia não estar em Desconjuração.

— E o Gustavo merecia morrer? Porque você e eu sabemos que ele morreu lá... mesmo que esteja aqui com a gente agora.

— Eu... — começou a falar, olhando para o Portella. — não tinha como saber que aquilo ia acontecer... Como eu ia saber?! Não estava nos planos!

Sabia que a Volkomenn estava falando a verdade de certa forma, já que ela realmente não sabia do que iria acontecer naquele lugar durante a madrugada. E além de Lina, que era sua melhor amiga, a garota só tinha uma leve preocupação por Matheus, já que foi ele que a avisou sobre o que iria acontecer e que não era para ela ir pra lá.

Estava pensando ainda o que poderia fazer, não queria envolvê-la demais, mas ainda assim, tinha que levá-la até o Veríssimo... cada vez ficava mais confuso a sua cabeça, não sabia se usava as informações que tinha, ou se apenas ignorava tudo ao seu redor e deixava acontecer como as coisas deveriam.

—... se você realmente não se importa — o Fritz começou a falar. —, a gente vai te levar pra escola e você vai falar isso na cara da Agatha.

— O que vocês quiserem.

— Tá, alguém se opõem?

— Eu não quero levar ele, eu não quero. — Alexsander respondeu.

— Eu também não acho uma boa ideia. — Gustavo decidiu se pronunciar.

— Ah, eu quero levar ele pra escola

— A gente vai levar ele? — o repórter questiona, enquanto Elizabeth tentava procurar por algemas por suas coisas, não encontrando nada. — Alguém tem algo contra? Tirando você, Alex, você eu entendo, ele era seu aluno, você não quer botar ele em perigo, e o Gustavo é amigo dele, eu não ligo, esse moleque é um verme.

— Espera! Se vocês me levarem, eu vou morrer. Vocês sabem disso, né?

— Hum, eu não ligo.

— Eu posso dar a informação que vocês precisam. E eu sei como parar o que vocês querem

Se Tudo Fosse DiferenteWhere stories live. Discover now