Culpado

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— Você ficou mais burro?! — brigou, vendo o outro lhe dar o dedo do meio. — É isso que você fala para a sua família, e o melhor professor possível de todo esse lugar?

Olhando para os três, pôde ver Luciano fungando baixo, tentando não demonstrar que havia chorado, enquanto Erin não se importava em esconder, e o Tristan... bem, ele estava com um grande sorriso no rosto, mas era possível ver os olhos brilhando por conta das lágrimas que ele segurava.

—... eu voltei... eu finalmente voltei pra vocês, minhas fagulhas. — disse sorrindo.

Gustavo Portella havia finalmente retornado para a sua família.

— Gente... preciso me levantar. — riu fraco, ainda tentando acalmar a melhor amiga.

Erin nesse ponto já chorava menos do que antes, seus olhos estavam irritados de tanto secar lágrimas, já sentada ao lado do outro.

— Eu acho melhor ir na enfermaria, o que vocês vieram fazer aqui?

— Viemos entregar relatório de missão.

— E a sua recruta, Tristan? Não deveria estar aqui?

— Ela foi cuidar da floricultura dela, ai tinha missão com eles e... é.

— Eu... vou ir lá na enfermaria, enquanto vocês entregam o relatório da missão, tudo bem?

— Tudo bem... — Erin respondeu, fungando logo depois. — Eu estou realmente feliz, Tatá, muito feliz...

—... Também estou muito feliz.

Com isso, ele se levantou, andando na direção da enfermaria da Ordem.

Assim que chegou, conseguiu perceber que estava diferente de quando Desconjuração começa, não podia julgar, levando em conta que ainda estavam arrumando a base.

Logo na sua frente, conseguiu ver duas mulheres e um homem, Cibele estava com a aparência familiar, usando seus cabelos pretos presos em um rabo de cavalo com uma camisa preta de botões e uma calça azul, além de sapatos também pretos.

Já a outra, parecia ter por volta de 30 ou 40 anos, tendo pele clara, longos cabelos castanhos cacheados e olhos escuros, que tinha um olhar cansado e pesado. Ela estava usando uma camisa social branca manchada de sangue, uma calça escura e sapatos marrons, conseguindo ver algumas cicatrizes ao redor dos seus braços e bandagens em ambas as mãos.

Já o homem, ele era um rapaz magro entre seus 30 anos, tendo o cabelo repartido ao meio castanho e olhos da mesma cor, com um óculos redondo e preto. Ele usava um jaleco branco por cima de uma camisa bege e uma gravata vermelha, além de uma calça e sapatos marrons.

Sendo os dois, Marcela e Renan Geleerd, os pais de Matheus, amigo do antigo dono de seu corpo.

— Hã... com licença...?

Assim que chamou a atenção para si, os três olharam em sua direção, tendo Cibele correndo para ele e o abraçando.

— Você 'tá aqui! — ela falou, se afastando logo depois. — Você... ficou mais alto? Como isso aconteceu? Falaram que você tinha morrido...

— É uma longa história... — respondeu, olhando com receio para o casal.

Não sabia como eles reagiriam, eles conheciam o dono original do corpo que ele estava, o que eles fariam?

Por algum motivo, conseguia se lembrar de situações de seu passado que eles estavam ali, se lembrava de vezes que foi na casa de Matheus e os encontrou, ou vezes que estava com ele e Gabriel, comendo junto com os pais do garoto, mesmo que... não entendia o motivo de ter aquilo em sua cabeça.

Se Tudo Fosse DiferenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora