Uma Cicatriz Em Sua Mente

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—... como eles estão...? Estou sentindo falta deles... — disse baixo, olhando para os seus pés. —... esperem por mim, Equipe Brasa... eu logo irei voltar.

Não poderia perder tempo pensando em uma pessoa que estava morta, a consciência de Arnaldo Fritz não existia, restando somente o Anfitrião... será que ele o reconheceria se aparecesse em sua frente?

Se espreguiçou tranquilamente, podendo ver os agentes saindo da sala, continuando a andar na frente deles, sabendo que ainda deveriam estar surpresos por ele ter conseguido enfrentar as criaturas sozinho.

Ele não era mais fraco, ele não podia ser fraco... e isso, havia sido por todos eles.

Não soube quanto tempo teve que ficar esperando do lado de fora, pelo menos foi tempo o suficiente para conseguir se limpar do lodo que estava em seu corpo.

— Anthony... — sussurrou. — Há algum sinal dos ocultistas do lado de fora...?

Não consigo sentir a presença de outra pessoa que tenha o paranormal no corpo, além de você e os seus amigos.

— Eu tenho que deixar eles investigarem e conseguirem as informações, mas... se eles demorarem muito, Gal ainda vai aparecer de novo, e eu não sei o que ele vai fazer...

Entendo, isso é realmente uma coisa preocupante, principalmente com o fato de que você não sabe o que é que pode acontecer com você, e não queremos que você morra outra vez, e tenha que depender de Sato para voltar a vida novamente...

— Ele pode fazer isso?

Não temos a certeza, nem mesmo eu sei o que esse símbolo em suas costas faz, mas, se eu estiver certo e o símbolo for o que te traz de volta a vida... o que ele vai te tirar dessa vez?

Ele não poderia ignorar aquele questionamento, Sato já havia confundindo suas memórias antes... o que ele mais tiraria de si, se ele morresse outra vez?

Era por isso... que ele não iria morrer de novo.

Você sente raiva de Gal-Sal, Gustavo?

— Raiva...? — questionou.

Sim, afinal, foi ele que mandou te prenderem, e foi ele que fez com que toda a tortura começasse... você desejaria a vingança?

Ele... não sabia.

Olhou outra vez para suas mãos, tendo algumas cicatrizes, as unhas maiores e malcuidadas, e a sujeira, junto com algumas tatuagens feitas nas costas delas... ele queria sujar elas com sangue?

—... eu não tenho raiva dele.

Não?

— O que ele quer é exatamente isso... ele quer sentimentos ruins, para que então possa enfraquecer a membrana... — falou, começando a andar em direção as outras salas que ainda não tinha entrado, se afastando de seu grupo. — E eu não vou dar esse gostinho pra ele.

Você acredita, então, que não deixaria seus sentimentos se sobreporem a sua razão?

—... não posso prometer isso.

Não sabia o que aconteceria no futuro, mas se Gal ainda assim matasse aqueles que eram preciosos para si, se ele arrancasse um misero fio de cabelo daqueles que ele amava... não iria ter pessoa no mundo que o parasse, ele iria ter a certeza de dar a Gal o pior fim possível.

— Se eu tiver a chance, eu logicamente vou querer tentar machucá-lo da mesma forma que ele me machucou, e que vai machucar quem eu amo... mas não vou fazer disso o meu objetivo de vida.

Se Tudo Fosse Diferenteحيث تعيش القصص. اكتشف الآن