Acordar de Um Sonho

465 78 273
                                    

Lentamente, sua visão escurecia.

Conseguia ver de relance Dante na sua frente, enquanto Joui parecia desesperado por alguma coisa.

Seu olhar triste se tornou raivoso, olhando para algo que já não conseguia ver...

Seus olhos se pesavam a cada segundo, sentindo alguma coisa apoiando sua cabeça para que não se deitasse no chão.

Então... seria ali que ele morreria de vez?

Estava doendo...

Apenas pôde sorrir fraco, vendo olhos rosas fazendo parte de sua visão.

Fernando estava logo na sua frente, apoiando sua cabeça, enquanto falava algo para Dante.

Pouco a pouco, decidiu fechar os olhos, ainda sorrindo.

... talvez, as portas do céu finalmente haviam se aberto para si?

...

— Elas vão estar abertas... mas ainda não é a hora de você vir, irmão.

...

O que?

Abrindo os olhos, toda a dor havia desaparecido, estando... em um lugar completamente branco.

Não importava pra onde olhasse, não havia nada, nenhuma cor... na verdade, havia uma pessoa.

Um garoto jovem, de pele acinzentada, e olhos completamente pretos...

—... Oi, Porteiro. — sorriu, vendo a figura também sorrir.

Por que Porteiro estava logo ali?

— Aquele cara realmente te deixou irritado... não pensei que meu nome se tornaria um tabu.

— Eu não pensei que eu ficaria tão... chateado. Eu pensei que daquela vez que te vi, seria o último adeus.

— Na verdade seria, mas eu não podia deixar meu irmão me acompanhar, por isso que voltei... enquanto eu estou aqui, pelo o que aquele cara falou... seu coração se mantém vivo, vai dar tempo de você ser salvo.

—... foi um cara de olho azul que te falou isso?

Porteiro apenas riu, se sentando no meio da imensidão branca, batendo com a mão no chão ao seu lado.

Só então que Gustavo reparou as roupas que ele estava usando, eram as que ele tinha usado quando tinha entrado em Santo Berço, sua mente estava recriando tudo daquela época?

Decidindo não se perguntar tanto, só obedeceu o mais velho, se sentando ao lado dele.

— Pretende me deixar quanto tempo preso aqui?

— O suficiente para que consigam te salvar, me disseram que seus machucados se curavam mais rápido... não acho que seja muito tempo. — respondeu, sorrindo. — Eu não pude salvar meus outros irmãos... então, queria que você fosse diferente.

—... nem na morte você me deixa em paz...

— Você só morre quando eu deixar morrer, você que se vire com isso. — disse, acabando fazendo os dois rir.

Talvez pela primeira vez em tanto tempo... o Carvalho sentiu a verdadeira paz.

Não tinham escriptas procurando por ele, não tinham agentes da ordem tentando fazê-lo voltar... só estava ele, e seu irmão.

— Você não tinha me dito que tinha uma irmã.

— Irmã? — Gustavo perguntou. —... De quem você está falando, exatamente?

Se Tudo Fosse DiferenteWhere stories live. Discover now