Se Tudo Fosse Diferente

Silêncio Acolhedor

Um homem loiro com o cabelo penteado para trás, usando uma camiseta cinza em baixo de um colete formal branco, calças jeans claras e tênis, era claro uma aparência elegante e orgulhosa. Ele parecia ter um olhar cativante, passando seus olhos entre os agentes, e logo depois de ter parado um tempo para observar Joui, os olhos dele se fixaram em si.

— Parece que finalmente consegui o prazer de conhecer aquele que interferiu o Equilíbrio e continuou para contar história!

Ele estava de frente da Magistrada, ele estava de frente de Nathaniel.

Ele estava de frente contra uma promessa do passado que havia feito, e agora, ele teria que pagar pelo o que prometeu.

Gustavo estava com medo do que ela poderia falar, principalmente na frente de seus amigos, se ela mencionasse sobre o acordo que havia feito, ou alguma coisa que envolvesse que ele estava interferindo o Equilíbrio com a sua existência... o tratamento que recebia mudaria ainda mais.

Antes que pudesse fazer alguma coisa, falar alguma coisa para seus amigos, ou agir de alguma forma, conseguiu ver a Magistrada erguer um de seus braços, e então, tudo distorcer.

As sombras ao seu redor começam a se mover, se alongando, as paredes se curvavam e se retorciam, todo o ambiente vibrava. Todas as coisas se distorciam ao seu redor, todas as pessoas se distorciam, todos estavam sendo massacrados e distorcidos ao seu redor, inclusive os marcados, inclusive quem não era marcado, as únicas pessoas que se mantinham normal... era ele.

Quando percebeu, não havia mais nada ao seu redor, tendo apenas a sensação do desespero do símbolo que havia na máscara da magistrada abaixo de si, ouvindo sussurros ecoando para o infinito.

E diferente dos outros, tinha apenas uma pessoa na sua frente.

— Soube de seus feitos, o único que conseguiu interferir o equilíbrio, e ainda sair vivo... eu devia ter feito como você, tempos atrás.

Na sua frente, estava Nathaniel.

—... pensei que você iria conversar com Joui.

— Você também sabe sobre isso? Então é verdade o que eu ouvi... você sabe do futuro. — falou, sorrindo como um galanteador. — Veja, eu tenho um presente aqui.

Nas suas mãos, ele mostrou uma máscara, diferente da que se lembrava que Joui usava, ou a que ele mesmo usava.

Parecia uma máscara de gás, tendo desenhos em cinza, um dos olhos pintado de amarelo, enquanto o outro era vermelho, aquela máscara... era a sua.

Apenas conseguiu engolir seco, sabia que não deveria conseguir usar um ritual ali, ele estava em desvantagem, ele teria que se aliar, e então...

— Mas, você não interfere mais o equilíbrio, Gustavo.

... Como?

— E-Espera, como assim?

— Decidimos trazer você aqui, sozinho, mais para podermos ter uma... "troca de informações", estamos procurando por uma coisa que é um problema maior para gente do que você.

— Me responde, Nathaniel, como assim eu não interfiro mais?

— Tão interessado em passar um tempo comigo? Se eu soubesse de sua existência antes, talvez eu te levasse comigo... mas, a verdade é essa, você não é mais um problema para as máscaras, ou você acha mesmo que elas só te deram um tempo de despedida, depois do acordo que fez?

O motivo então delas não terem ido atrás dele, aquele tempo inteiro... era por isso?

Ele não era mais um problema para as máscaras, ele poderia viver com todos da Ordem, poderia ficar com eles...