Mais Um Milagre

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De início, aquela informação... parecia não ser real.

— Onde 'tá o Carvalho...? — Agatha perguntou.

Todos os agentes da missão estavam ali, Dante estava dando um abraço apertado em sua irmã, os Gaudérios estavam ao redor de Arthur, perguntando sobre a missão, mas... nem Luciano, nem Gustavo estavam ali.

— Agatha... — Kaiser começou a falar, parecendo estar... triste. — Nós não conseguimos.

— Como? Isso... Isso não tem como ser verdade, como assim vocês não conseguiram?! — perguntou, sentindo o desespero tomar conta de suas ações.

—... Luciano se tornou Kian, e... para podermos fugir, o Gusta ficou pra trás... — dessa vez, havia sido o Cervero que falou.

Aquilo... aquilo não podia ser verdade, de forma alguma aquilo era real.

Gustavo, ele se foi...?

Gustavo...

— Eu tenho que matar Kian. — Agatha falou.

Andou com passos pesados até a sala de rituais, não estava pensando direito, não tinha como ela pensar direito com o que estava acontecendo. Se havia sido Kian que tinha matado o seu irmão, se tinha sido ele...

Ela devia arrancar seus membros de seu corpo e dar de comer para criaturas... Queimar o resto, para que até a sua alma perecesse, uma morte não era o suficiente para um homem tão horrendo...

Onde estava... onde estava seu livro? Ela tinha que ir lá e mata-lo de uma vez.

Porém, assim que o pegou, viu um papel caindo, vindo do meio das páginas do livro de rituais, e assim que pegou, a caligrafia familiar fez ela voltar para a realidade:

"Não pare, Volkomenn.

Você não pode agir de forma impulsiva, não agora.

Existem muitos outros além de mim que você deve ajudar a entender o Outro Lado.

Se mantenha viva."

Foi então que a dura realidade a atingiu.

No final das contas... ele realmente tinha morrido, Gustavo Carvalho não estava mais naquele mundo.

Todo o estudo, não havia adiantado de nada? Nenhum dos rituais que ele aprendeu, ou o tempo que ele havia passado treinando... nada daquilo sequer adiantou?

A conversa que teve com ele na ala médica... ele havia dito que salvaria Elizabeth da morte, mas... o preço havia sido ele?

A vontade que tinha de jogar tudo na parede, mas do que isso adiantaria no final das contas?! Gustavo continuaria morto no final do dia, continuaria morto mesmo depois de todo esforço que fizesse...

— Oi, Agatha...

Se virando para porta, não reconhecia aquela pessoa, mas pelo o que tinham falado, devia ser Fernando, em seu corpo original.

—... oi...

— Você quer conversar?

— Por que você acha isso?

— Bem, você era uma das pessoas que o Tatá tinha mais carinho... imaginei que estivesse pra baixo.

Só então ela percebeu, ele também não estava bem, provavelmente, estava apenas a usando de alguma forma para substituir a falta do filho? Era o luto, que ele já havia passado uma vez, e estava passando de novo.

—... sabe, indiretamente, foi ele que me trouxe pra Ordem. — confessou, com os olhos um pouco marejados. — O velho me falou que foi ele que pediu para me procurarem, mesmo que ele nem estivesse aqui pra me receber... e eu acho que posso dizer que eu entrei na Ordem, principalmente, por causa dele... e agora, 'tá eu aqui, sozinha... de novo...

Se Tudo Fosse DiferenteWo Geschichten leben. Entdecke jetzt