Parabéns Tatá

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Atualmente, é 15 de fevereiro.

Antigamente, essa não era uma data especial, na verdade, era apenas mais um outro dia comum para os antigos membros da Equipe Brasa, porém, esse é diferente... agora, 15 de fevereiro era um dia especial.

— Parabéns, Tatá! — Erin falou animada, balançando o mais velho. — Está fazendo vinte... vinte...

— Vinte e quatro.

— Isso! Vinte e quatro anos!

Haviam se passado poucos dias desde o dia que havia acordado de seu "tempo inconsciente", ainda estava tendo uma pequena dificuldade em algumas coisas, como andar por longas distâncias ou carregar algo muito pesado, mas, levando em conta a preocupação de sua família em si, nem se ele conseguisse fazer essas coisas ele poderia.

O pequeno apartamento que morava estava todo decorado, não havia sido uma surpresa como eles pretendiam, já que quase não tinha razão para que ele precisasse sair de casa e ir fazer algo, mas ainda ficou feliz de ver sua família toda junta, e se esforçando para isso.

Porém, o tempo para o luto estava sendo... complicado, haviam momentos que ele esquecia tudo o que havia acontecido e esperava encontrar seu pai pela casa, andando por aí, mas haviam outros momentos que parecia entender a realidade que estava vivendo, entender que Luciano havia ido embora, ou que aquele que sempre se preocupou com ele foi Kian, mas... não sabia explicar ao certo aquele sentimento, além de dizer que o sentimento era completamente confuso.

Olhava para o pequeno porta-retrato, havia a foto de todos ali, na festa de despedida, antes de Carpazinha... o tempo havia realmente mudado todos daquela equipe, nenhum havia continuado o mesmo.

— Não achava que estava falando sério quando o Fer falou que queria pintar o cabelo. — Tristan disse, chamando o mais novo para sentar ao lado dele no sofá.

— Era isso, ou ficar desabafando sobre toda a minha vida pra um psicólogo, e você sabe... não é bom ficar espalhando informações sobre o paranormal. — respondeu, se sentando ao lado dele, podendo sentir o braço do outro passar por cima de seus ombros e o puxar para mais perto.

E junto com tudo, a tal "tintura", realmente havia acontecido.

Óbvio, foi algo mais caótico do que ele esperava, a sua irmã já estava ficando um pouco melhor, mas ainda haviam momentos que precisavam agir com calma e tentar acalmá-la de alguma forma, sem saber qual poderia ser a próxima ação dela, então, quando ela quase implorou de joelhos para que pudesse ajudar a pintar o cabelo do irmão, e fazer eles serem "par de cabelo de fogo", o mínimo que esperavam era um banheiro inteiro com tons de laranja e vermelho.

Demorou um pouco para que ele conseguisse tirar a tinta de sua orelha, e se fosse prestar atenção em seu corpo, ainda haviam alguns rastros da bagunça que foi, junto com algumas mechas de seu cabelo que ainda estavam castanhas, mas, Gustavo não parecia estar se preocupando muito com isso.

— Sua sorte é que eu sempre tive uma quedinha por ruivas. — brincou, enquanto enrolava uma mecha do cabelo do mais novo em seus dedos, o fazendo rir.

— Então, se eu pintasse meu cabelo de loiro, você não gostaria mais de mim?

—... talvez a minha queda seja em relação a você, no final das contas. — respondeu, deixando um rápido beijo na mecha de cabelo que estava segurando, levando um tapa fraco logo depois.

— Você não muda mesmo, está sempre com uma cantada na ponta da língua...

— Ah, se preferir, eu não falo mais como o meu namorado ficou bonito parecendo um fósforo, mas só se aí você gostar mais de mim.

Se Tudo Fosse DiferenteWhere stories live. Discover now