Euv - Era Uma Vez...

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Dado...

Deixo ela pra trás.

Eu tô cansado demais, depois que você atinge uma idade você percebe que não vale a pena perder tempo tentando se convencer de algo que tá explícito ali pra você ver.

Jade quer curtir a vida de farra dela. Ela pode até gostar de mim mas ela não vai deixar de viver pra viver comigo. Não assim...
Mesmo que minha intenção não seja prender ela, ela ainda ia ter a vida dela. Mas me conhecendo eu ia acabar explodindo por causa da amiga dela sempre puxando ela prós lugares, deixando ela sozinha pra ir atrás de macho como ela fez muitas vezes. Amiga ele é! Mas é uma influência fodida que eu já tinha percebido antes mas nunca falei nada. Eu nunca comentei nada com ela pra ela não achar que eu tô tentando "afastar" ela da amiga dela.

Jade pode muito bem cuidar de si, ela é adulta e sabe o que é certo e o que é errado. Mas eu não tô afim de tá perto quando ela quiser fazer o errado.
O problema não foi show, não foi ela ter saído, não foi porra nenhuma disso, foi aquele Victor. Só recebe não e ainda continua encima. Ele só ia parar quando soubesse que ela tava com alguém. Mas pouco importa agora. Por mim os dois fica junto e morre feliz....

Aposto que com ele vai ser facinho pra ela assumir um relacionamento onde ela não tenha que se importar se tá correndo risco ou não.

Respiro fundo... Minha cabeça tá toda fodida.

Engulo a saliva olhando pro celular vendo a mensagem do Vasques e mais lá na frente eu pego ele dirigindo até o Jacaré.

Vasques: Qual é? Deu ruim?

Eu: Foi pro saco, quero saber de mais nada - Ele me encara.

Vasques: Pô irmão eu não sabia que ia dá esse cao tudo, desculpa mermo.

Eu: Tá tranquilo, eu ia ver de um jeito ou de outro e o final seria o mesmo - Falo enquanto dirijo olhando pra frente o tempo inteiro.

Vasques: Terminaram?

Eu: É - Falo o mínino e sigo o caminho chegando na favela em alguns minutos, subo lá  ficando lá por cima com Vasques e alguns conhecidos dos tempos antigos...

Ajeito o boné na cabeça segurando meu baseado preso nos dedos e do outro lado passo a visão pra uma menina preta com o cabelo liso loiro me olhando e sorrindo. Eu puxo a fumaça pra dentro desviando a atenção inalando a fumaça tentando buscar minha calmaria diária, quando expiro jogando tudo pra fora junto com o ar preso no pulmão eu respiro fundo pela boca, o ar frio batendo nos dentes trincados tirando a sensação de paz e trazendo a sensação de perda.

O vazio que tinha sentido e continuo sentindo ontem e hoje. Talvez tenha sido por isso... Amanhã eu vou embora e talvez só volte quando eu organizar a porra da minha cabeça.

Fico preso em meus pensamentos enquanto fumo, conversando de vez enquanto. Só pra descontrair mermo e vê se eu paro de pensar nela. Na cara que ela em olhou quando eu mandei tudo pra casa do caralho.

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Lua: Você não vai vim me ver? - Ela pergunta com a voz falhando - que mancada, Guilherme.

Eu: Mês que vem se tu tiver de férias da escola eu volto pra te buscar. - respiro fundo sentado na poltrona.

Lua: Pra onde você vai hein? Mês que vem tá longe.

Eu: Tô indo pro México, de lá eu pego a fronteira com os EUA... Tá longe nada.

Lua: Tá sim, eu tô bolada com você, Guilherme. Mas eu te amo, cuidado.

Eu: Também te amo minha princesa, quando eu chegar lá eu te ligo por chamada de vídeo - Falo fechando os olhos.

Lua: Você não pretende ficar por mais 10 meses não né?.

Eu: Não disse que vou te ver daqui a 1 mês Lua? Deixei gente na tua cola se tu fizer merda eu vou ficar sabendo.

Lua: Vai ficar mais 10 meses? Responde Dado.

Eu: Não sei Lua Maria. Depende de tudo que eu tenho pra fazer por aqui.

Lua: Vasques tá com seu carro ne? Ele teve aqui pedindo o salto da Jade quando eu vim buscar o cavaleiro pra levar pra casa da vó de novo.

Eu: Vou deixar na mão dele.... Vou desligar agora e te deixar quietinha.

Lua: Tá, te amo, cuidado quando chegar me ligue. Beijo.

Eu: Tchau, eu também te amo.

Ela desliga o celular encerrando a linha e eu respiro fundo olhando pela janela do jato sobrevoando e entrando terras mexicanas. Antes de pousar eu mando mensagem pro Benjamim, meu tradutor.
Preciso tirar as parada lá da Jamaica e mandar pro EUA essa semana ainda, semana que vem eu já quero tá lucrando com as vendas e me preocupando com os problemas internacionalmente, problema brasileiro fica pra resolver em território brasileiro.

Cansado eu desço no aeroporto e pego o caminho até o galpão em sinaloa.

Benjamin: Tá de volta - olho sério pra ele que se aproxima com metade da camisa no corpo me olhando com o óculos escuro no rosto.

Ele faz um toque comigo e eu cruzo os braços olhando prós caixotes dentro do galpão, tem mais 4 caras lá dentro conversando na língua nativa deles e eu não entendo porra nenhuma. Tá longe de casa é ruim demais mas é preciso. Só questão de tempo pra me adaptar de novo... Foi 3 semanas no Brasil mas pareceu 3 meses.

Eu: De volta aos negócios - Falo respirando fundo - Depois de manhã já vou pedir pra mandarem as mercadorias lá da Jamaica, pra cá, de cá lá pros estados unidos. Legalizado e longe de problema. Falou com o dono do lugar lá? - olho pro loiro do meu lado que assente vestindo a camisa do jeito certo.

Benjamin: Falei no dia que soube que você estava vindo.

Eu fico calado e sinto um aperto no peito. Saudade de casa.