Euv - Era Uma Vez...

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Dado ...

Cruzo os braços no peito segurando o malote só em nota de 50 nas minha mãos e olho pro Leão tatuado nas costas toda do cara que tá de frente pra porta de vidro fechada olhando pra piscina do terraço e a praia no longe.

Leal: Chegou na hora - Fico calado só esperando ele virar - Olha minha confiança voltando de novo.

Eu estreito os olhos sério, eu tinha em mente em jogar as notas desse pela saco tudo enrolada em malotinho de 200, mas depois do que ele me falou... Tava, e ainda tô puto pra caralho por causa disso, pedi pro Vasques juntar todas as notas, eu vou espalhar as nota pelo chão e ele vai catar tudo se quiser saber se tem 5mil.

Eu: Preciso da tua confiança não, Leal - Ele se vira rindo e eu faço o que disse que ia fazer. Erguendo o olhar pro seu eu estico o braço e jogo as notas no piso branco do chão fazendo o estalo do impacto ser ouvido pela sala enquanto olho pra ele - Não sei como e por que sumiu 5mil da sua sacola mas eu trouxe o restante - Aponto com a cabeça pro chão em direção as notas de 50 espalhadas - Te dei minha palavra que tinha 50mil se faltou 5 eu não tava ciente.

Ele me encara em silêncio com os braços cruzados sustentando o olhar no meu. Até apontar pra mim.

Leal: Eficiente, mas muito marrento, se tu deu a palavra que tinha 50mil era pra ter 50mil por que eu confiei nas palavras que saiu da sua boca. - Ele abaixa a mão.

Eu: Seu dinheiro tá aí - aponto com a cabeça novamente - joguei nos teus pés como eu te disse que ia fazer, agora eu quero ouvir você repetir o que você disse por telefone - ele passa a língua pelo lábio me encarando - Não sabia que tava faltando - dou um passo me aproximando um pouco pra olhar bem dentro dos seus olhos - Se eu falei que tinha 50mil foi por que pra mim tinha 50mil e eu confio na minha intuição... Teu dinheiro tava certo, agora se foi um dos seus que te passou a perna e você ta cobrando de mim eu vou querer o trilho disso aí - Aponto pro chão - 15mil.

Leal: Você tá pedindo muito - eu contei o dinheiro.

Eu: Tu não me conhece e eu não te conheço Leal, pode ser brabo e tentar me confrontar por celular e os caralho mas eu mato no peito e te enfrento na tua cara, menino que tá brincando de ser bandido?

Leal: Infelizmente foi a vibe que você me passou - ele sorri me olhando - Sabe o que acontece Dado - Ele faz uma pausa respirando fundo - Tu me disse uma coisa, e no fim foi outra... Você tá dizendo que não sabia - ela levanta as mãos pro alto fazendo uma cara de deboche - Eu também não sabia.

Eu: O que você fez com o dinheiro que não contou?

Leal: Confidencial - Ele sorri falso - Mas confiei na tua palavra, a qual não tava correta. Eu trabalho com confiança Dado, meu vulgo não é leal atoa. Se eu confiar em você, tu pode confiar em mim, a palavra pra mim é tipo sexo pra um libertino dominado pela luxúria. Vale muito no mundo de hoje em dia que não ver valor em mais nada a não ser o dinheiro... E você deu sua palavra dentro da minha casa - ele aponta pro chão enquanto eu mantenho a atenção nos seus olhos.

Eu: Não sabia que tava faltando - Falo estreitando os olhos, analisando ele que abre os braços - Falo pra voce olhando no teu olho - aponto pra ele - Não tinha consciência nenhuma que tava faltando algo, também não sei se é você querendo me tirar a otário achando mesmo que eu seja um menino brincando de bandido. Se esse caô tiver sido aprontado por um dos seus eu quero 15mil e se foi um dos meus eu te dou mais 15 mil... O triplo dos 5 aí.

Leal: Admiro tua coragem - fala se abaixando começando a pegar as notas - Vim na minha casa, jogar meu dinheiro nos meus pés... Coragem você tem e eu vi no estante que você não correu dos meus olhos no primeiro dia, detalhes Dado, detalhes.