Euv - Era Uma Vez...

36

Jady...

Olho ao redor com meu copo perto da boca e quando eu olho pra frente de novo a Natiele tá inclinada do outro lado me olhando, ela abre os braços sem entender e eu me viro olhando pro Dado que tá olhando pro lado voltando a encarar ela de novo.

Víctor surge atrás dela falando com o amigo dele mas eu foco na minha amiga que tá me olhando. Pedi pro Victor avisar que eu tava aqui ainda.

Meu celular vibra na bolsa e eu abro a mesma pensando que é ela mandando mensagem mas quando eu pego é um número desconhecido. Olho pra cima, e o celular vibra de novo, agora é ela.

_____

Natiele: Por que não veio pra cá?

Eu: Ele não quis.

Natiele: Mas você queria?

Eu: Depois eu vou aí amiga.

Natiele: Achei que você ia ficar com ele, mas não aqui...

Eu: Eu também mas ele veio com o Vasques e uma menina... Conhece o dono daqui, coringa . O de cabelo, barba e bigode verde.

Natiele: Tô vendo, esse tal de coringa é estranho, cuidado viu? Eu escolhi o lado de cá justamente por que não queria se meter no meio desse povo.

Eu: Eu tô com o Dado Nati.

Natiele: Dado pode ser conhecido e idolatrado por esses macho mas nenhum fecha com ele de verdade. É tudo falso, se rolar alguma coisa aí tu sai correndo... Quer vim pra cá?

Eu: Não Natiele, eu Jajá vou embora.

Natiele: Tá... Dado tá de pau duro ou te deixa desconfortável assim mesmo? Tô te achando estranha.

Bloqueio o celular rápido pra ele não ver e olho pra ela que rir de lá levantando o copo em cumprimento. Levanto o meu pra ela dando risada.

Dado: É a Natiele? - ele pergunta na minha orelha olhando pra ela que tá abraçada no Pêu e falando com o Victor, eu confirmo.

Eu: Falei pra ela que eu ia embora e apareci de frente no outro camarote... Com você - Olho pra ele por cima do ombro e ele sorri. - Aquela menina que chegou com você.

Dado: Minha irmã mais nova - passo a língua pelo lábio - A única que eu tenho, e que já era pra tá aqui - fala desviando o olhar do meu olhando pro lado. Ele se afasta por um momento mantendo a mão grande na minha cintura e um cara chega parando bem do nosso lado olhando pra mim e sorrindo. Ele tá com uma latinha aparentemente vazia sugando algo lá de dentro.
Eu em, doido...

Dado volta me abraçando por trás e eu desvio o olhar desse cara tocando sua mão com a minha fazendo ele virar a palma pra cima e entrelaçar nossos dedos, por um algum motivo eu sorrio olhando pra cima e ele abaixa a cabeça me dando um selinho. O primeiro beijo desde que a gente se viu.

Dado: Tudo bem? - pergunta baixo com a voz rouca e eu confirmo - Tá linda demais sabia?

Eu: Você também tá - Ele sorri me olhando com os olhos verdes e me dá mais um selinho demorado, eu viro de frente sem tirar minha boca da sua e solto nossa mãos passando minha não livre na sua cintura e ele usa a dele pra pousar na minha nuca me mantendo no lugar quando coloca a língua na minha boca me tirando um beijo e um fôlego junto.
Mesmo de salto eu me inclino mais me entregando a pegada que ele da no meu cabelo. Chupo sua língua com gosto do whisky e ele morde meu lábio inferior deslizando a mão livre da minha nuca pelas minhas costas até deslizar por cima do short preto de couro dando um tapinha se afastando. Dou mais um selinho nele.

Eu: Beija bem pra caralho - Falo baixo e ele rir, de repente ficando sério quando tira a mão da minha bunda afastando alguém que se aproxima.

Eu olho pro lado e é aquele cara, ele me olha sorrindo e olha pro Dado.

Xx: Deixa eu falar com ela chefe - aponta pra mim com a latinha de Brahma vazia.

Dado: Não, rala - Fala empurrando ele de leve pelo peito e ele volta a se aproximar.

Xx: Calma aí pô, por que tu não viu ela empinando a bunda pra mim quando te beijou mas eu vi hein - Fala rindo apontando pra ele e eu olho pro Dado que tá encarando esse doido.

Dado: Mandei tu ralar porra - ele empurra mais forte e o cara se bate no coringa que tá de costas bem ali do nosso lado com a- Tá doidão mas nada vai me impedir de te jogar daqui de cima seu pela saco do caralho.

Coringa: Opa, qual foi? - Ele segura o cara pelo ombro quando tenta se aproximar pela terceira vez de olho em mim. - Que pega Dado? - franzo as sobrancelhas encarando o outro que também me olha

Dado: Da uma segurada nesse merda aí - fala trocando o copo de mão colocando a outra livre e gelada aberta nas minhas costas - Não sabe usar teus bagulho tu não usa.

Coringa: Mexeu com a tua mina chefe? - ele olha pro Dado e olha pra mim que confirmo - Mete o pé daqui viado - Fala puxando o cara pela camisa, ele passa batendo a mão no braço do Dado que segura o copo e o whisky gelado cai quase que todo na minha cabeça me molhando inteira e pronto.

No mesmo segundo que eu sinto o líquido gelado cair Dado me solta e geral grita, eu abro os olhos e ele tá apontando a arma pro homem que tá no chão com o nariz sangrando.

Solto meu copo no chão na mesma jogando o cabelo molhado de whisky pra trás olhando a cena.

Dado: Usa teus bagulho e fica no teu quadrado - o barulho de tiro me dá um susto e eu arregalo os olhos vendo o cara no chão com um tiro na perna e Vasques entra puxando o Dado pelo braço.

Vasques: Calma aí porra.

Dado: Calma? Ele usa as porra dele vindo com papo furado pra cima de mim e tu me pede calma? Não fode Vasques. Ele entrou em uma comigo agora nessa porra... Não sabe usar então não usa. - aponta pro cara no chão.

Coringa: Tô ligado pô, ninguém tá contra tu não parceiro, tá doido? Ele tá errado mermo e é pouco papo. Mas aí vai fazer um bagulho desses na frente da tua mina? - ele interfere - Qual foi tira esse maluco daqui.

Olho pro tanto de sangue no chão assustada e o cara respirando com dificuldade quando levantam ele me olhando antes de sumir e a irmã do Dado olhar pra cá.

Vasques sai indo até ela que olha pra ele, pegando na mão dela ele trás ela onde eu tô.

Vasques: Tomou um banho hein? - Olho pro Dado no canto enquanto o Coringa tá na sua frente falando com ele e ele guarda a arma na cintura de novo passando a mão tatuada no nariz e me olhando.

O som continua por que não parou por causa disso, tudo aconteceu enquanto o funk tocava e geral depois que o cara saiu carregado com a perna sangrando tá olhando mas começando a dançar de novo.
Ele atirou em uma pessoa e todo mundo tá agindo como se fosse normal...

Coringa: É isso pô - Dado fica me olhando sério e estende a mão com o anel no dedo mindinho pra mim. - Só curte chefe. - Fala olhando pra cá e apontando pro Vasques.

Dou um passo pegando na mão dele que me puxa pra sua frente.

Vasques avisa que vai levar a irmã dele pra casa e depois que eles se despede indo embora eu sinto a mão dele no meu cabelo molhado pelo whisky.

Não conheço a irmã dele mas acho que ela não viu o que rolou, só viu que tavam tirando o cara do chão, antes dela sair com o Vasques ela trocou beijo no rosto comigo e os dois foi embora descendo as escadas.

Dado: Te molhou toda aquele fudido - olho pra ele que faz tsc colocando meu cabelo pra trás - Ta tudo bem minha Pocahontas? - levanta meu queixo me fazendo olhar bem pra ele.

Eu tô em choque mas tô bem.

Eu: Tô bem, obrigada - ele me olha sério e eu sorrio fazendo ele sorri passando a mão no meu rosto limpando o whisky.