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Jadylla...

Separo as mechas do Jumbo ajudando minha mãe que tá trancando o cabelo de uma menina aqui em casa e meu celular vibra encima do braço do sofá.

É Relíquia me perturbando pra sair com ele hoje, tô a 4 dias só adiando por tá ocupada e cansada demais... Ele teve aqui em casa ontem, a gente conversou pra caramba aí na frente eu ele e a Natiele, eu disse que de hoje não passava. É sexta e eu tô de bobeira por agora...
Passei a noite também, na verdade, a madrugada conversando com o Dado, eu não acho que a gente vá ficar de novo mas tá sendo bom conversar com ele esses dias.

Minha mãe conversa com a menina enquanto faz a trança dela e eu fico ali mexendo no Instagram... Eu tô juntando um dinheiro pra dar a ela um espaço pra ela fazer o salão dela. Parar de trazer gente que a gente não conhece pra dentro de casa. Eu mesma não confio. Por isso vou dar um salão pra ela trabalhar e ficar mais a vontade pois eu sei que ela também não gosta, quando não é aqui em casa ela tem que sair pra ir na casa da pessoa Iiih, isso é muito chato.

3h depois ela termina de trançar, e começa a botar os anéis decorando, fica lindo demais. E lógico que eu com o celular na mão já tiro foto e divulgo também o trabalho da minha mãe, criei um Instagram pra ela e tamo quase batendo 8k, tá crescendo aos pouquinhos...

A cliente vai embora e eu vou tomar banho deixando o celular na cama na conversa com o Relíquia, acabou de dar umas 16h da tarde e como toda sexta feira, Bonsucesso tá no agito.
Tomo um banho me arrumando e escuto a voz da Nati me chamando.

Eu: Tô no quarto amiga - falo alto.

Natiele: Eu só vim pegar um pouco de açúcar, tem aí tia?... - não demora pra ela aparecer na porta e me olhar com a cara de sempre. Só que dessa vez um pouco murcha.

Eu: Que foi?

Natiele: Dor de cabeça, e estresse que eu passei no mercado hoje, O alce teve lá só pra me fazer raiva aquela vagabunda. Quando eu pegar ela eu arrasto a cara dela por essas ruas.... Da vontade de ficar pra cima e pra baixo com o Mars só pra ver ela infartando e tendo motivos pra vim me confrontar. E o mais interessante é que ela só vai acompanhada, medrosa.

Eu: Cês discutiram no mercado?

Natiele: Eu não, deixei ela ciscando sozinha... Quando eu não dei atenção ela começou a me chamar de amante e fez o show lindo de corna que ela sabe muito bem. Eu já avisei pro Mars, se eu pegar ela eu arregaço, só saio de cima quando ela apagar.

Eu: Essa mulher é ridícula - Falo vestindo um short - Deus me livre.

Natiele: Ela só vai parar quando eu der o que ela quer, mais uma coça na frente de todo mundo, inclusive já expalhei que o novo vulgo dela é alce.

Eu dou risada e ela se levanta.

Natiele: Vim só pegar um pouco de açúcar, tchau gostosa.... Obrigada tia, essa xícara não volta e se voltar é por que Jade trouxe.

Léia: Vai trazer sim - As duas fica conversando na sala enquanto eu me arrumo.
Nem é uma super produção. Só um body azul, short jeans, meu cabelo solto de sempre já que eu lavei o bonito que tava gritando por uma limpeza e meu chinelinho da bandeirinha. Pra ir ali na esquina tá ótimo.

Termino rapidinho passando creme no meu corpo, meu perfume e uma correntinha saindo do quarto com meu celular nas mãos olhando a mensagem dele.

Léia: Tem um homem parado ali do outro lado - Ela me olha e eu abaixo o short tocando embaixo pra ver se não tá mostrando minha bunda. - Aquele que tava aqui ontem, Relíquia.

Eu: Vou sair com ele rapidinho. - Bloqueio o celular.

Léia: Cuidado viu? E mande ele ir de vagar com você na moto, tu sabe que eu não gosto que ande de moto com esses doido com apelido duvidoso - dou risada beijando sua cabeça sentindo ela bater na minha bunda. - Tchau, fecha a porta que eu vou dormir.

Eu: Tchau - Faço o que ela pediu encostando a porta e do outro lado eu vejo Ele sentado na moto me olhando.

Olho pros lados atravessando e me aproximo dele trocando beijo no rosto.

Relíquia: Cheirosa hein.

Eu: Obrigada - ele sorri mostrando o aparelho.

Relíquia: Sobe aí, depois de me enrolar por quase uma semana.

Eu: Eu tô indo não tô? - me apoio nos seus ombros subindo na moto.

Relíquia: Claro que tá, depois de eu parecer um chato - dou risada.

Eu: Eu tava ocupada de verdade - Ele liga a moto.

Relíquia: Acredito.... Tu não sabe nem mentir Jadylla - Dou risada - Tá pensando que eu não te conheço. Sempre me enrolou.

Eu: E você como um bom brasileiro, não desiste nunca, vai logo. - Bato de leve na sua cintura também sentindo seu perfume. Diferente porém bom.

Relíquia: Jamais, e olha que eu te queria quando cê era judiada - dou risada.

Eu: Você é um idiota - ele rir ligando a moto e saindo dali.

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Relíquia: Ta se envolvendo com alguém?

Eu: Fiquei com uma pessoa umas duas vezes mas nada sério - Falo lambendo o dedo sujo de açaí. - E você?

Relíquia: Tava com uma doida ai - Fala comendo o dele sentado de frente pra mim dentro do point mais famoso do bairro. - Nada sério também não.

Eu: Hum - Resmungo terminando de tomar o meu.

Relíquia é maneiro, me trouxe pra comer açaí e talvez role uns beijinho mas só isso mesmo, conheço ele desde menina e nunca sentir uma pontada de interesse, olha que hoje ele tá melhor fase dele e mesmo assim eu não sinto interesse... Tô deixando isso bem explícito.

A gente fica por ali conversando e rindo até anoitecer e a gente decidir ir embora. Subo na garupa da moto e passo o braço pela sua cintura abaixando a mão de mais apoiando na pochete.

Relíquia: Se liga em Jadylla.

Eu: Fica na sua cara - Ele rir. Eu aposto que aqui dentro deve tá cheio de droga, é isso que ele vende.
Mesmo eu falando que não era pra ele vim com isso quando tivesse comigo.

Relíquia: Tu é toda grossa.

Eu: Sou nada, eu sou um amor acontece que com você eu já tenho intimidade. Me sinto a vontade

Relíquia: E tem princesa. - sorrio e ele liga a moto saindo dali dando uma volta pelo morro passando por alguns lugares.

O morro tá animado mesmo...
Ele diminui a velocidade pra fazer a curva em uma rua e eu escuto quando gritam ele um pouco mais a frente inclinando o pescoço pro lado vendo um grupinho de gente ao redor de alguém sentado na moto. Chegando perto eu reconheço o Dado.
Ele tá sentado na moto, segurando um copo, com o pé apoiado no apoio vestido em uma camisa preta com a corrente prata no pescoço. Eu travo na hora e Relíquia para a moto bem ali fazendo ele tirar o olhar do Vasques e me olhar sério passando a língua pelo lábio.

Agora eu procuro um buraco pra me meter dentro e não acho... Por que toda vez que eu vejo ele eu fico sem jeito eu não sei e nem nunca vou saber.

Euv - Era Uma Vez... Onde as histórias ganham vida. Descobre agora