Capítulo 61: Que Comecem os Jogos

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Ela pulou lá dentro sem se importar com o que houvesse, nem perigos. Essa garota era completamente louca, mas esperava que soubesse o que estava fazendo.

Pulamos naquele buraco logo depois dela, e o teto em cima de nós se fechou. O cão enorme estava preso e seus latidos eram graves e altos, mas parecia não conseguir se mexer.

— O que vamos exatamente fazer aqui? — Perguntei tentando lembrar nosso objetivo.

— Cumprir a profecia.

Parei de andar quando ela citou "profecia". Seline e Alice pararam um pouco na minha frente, e Josephine se virou para me encarar.

— Que profecia? — Questionei.

— Lucy não contou? — Josephine perguntou confusa, e eu neguei com a cabeça. — Há alguns séculos rolava uma profecia entre as bruxas pagãs dizendo que haveria uma tríade de Hécate que alcançaria o poder máximo, capaz de dominar ambos os lados da magia. Nenhuma das tríades conseguiu, inclusive as parentes de vocês, que acabaram perdendo os poderes. Lúcifer, ou Leifhel, no seu nome humano, vem tentando dominar a magia há muito tempo, antes de vocês sequer existirem. Agora o problema só está maior porque vocês estão aqui, e ele sabe que até agora foram a tríade mais forte e determinada. — Falou se virando e voltando a andar. — A única capaz de derrotar ele.

— Como assim a tríade mais forte? — Alice perguntou perplexa enquanto seguia a garota.

— Por exemplo, a maioria das tríades só consegue começar a dominar a magia depois do ritual de iniciação do Halloween. Vocês conseguiram antes desse ritual, mas não quer dizer que não vão precisar passar por ele.

— O que vamos fazer nesse ritual?

— O mesmo que já fizeram, querida. Vão matar um homem impuro.

— Eca. — Disse Seline em voz baixa.

Cruzei os braços ao passar por aquela caverna fria e escura. O lugar parecia um túnel, era úmido e caía gotas do teto. Na entrada estava quente, como se houvesse apenas fogo, mas aqui dentro era tudo diferente.

— Como vamos adquirir essa outra magia? — Perguntei caminhando logo atrás delas.

— Vão encontrar com uma pessoa.

— Que pessoa?

— Vão ver quando chegarmos. — Respondeu sem dar muitos detalhes, então dei de ombros.

Pareceram horas de caminhada, que até para mim era cansativo, começamos a ouvir alguns gritos apavorantes. Eram como se as pessoas ao redor gritassem por socorro, ajuda, era agoniante!

— Ignorem os gritos, são apenas almas. — Josephine avisou, quando chegamos no final daquele corredor.

Ao redor, a caverna se ampliou. Era um lugar enorme e escuro, haviam algumas árvores mortas e um riacho curto com água. Resolvi acreditar que aquilo não fosse água de verdade, então não me aproximei muito.

— Aqui por acaso tem muitos demônios espalhados? — Seline perguntou, expressando medo da voz.

— Sim, bastante. Há vários tipos de demônios e todos eles vão tentar vocês, e também vai haver muitas ilusões. Não acreditem em nada no que vêem, o inferno é tão vivo quanto o diabo.

Passamos por aquele riacho de água e entramos em um tipo de passagem fora daquela parte. Na nossa frente estava um homem com um sobretudo escuro e o rosto completamente desfigurado. Ele usava luvas nas mãos, e se eu não estivesse no inferno, diria que ele era elegante.

— Olha, temos visita mortal. — Falou como um homem normal, mas no fundo a sua voz ecoava apavorante.

— Queremos falar com a rainha — Josephine deu um passo à frente, e o homem a encarou.

As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now