Capitulo 50: Tempo Esgotado

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— Que tipo de coisa? — Seline questionou.

— Elementais. Como estamos no meio da floresta, pensei em elementais da terra, típicos do tipo da magia que usamos. — Falei apreensiva, enquanto ouvia o demônio destruir algumas árvores. — Vamos tentar ser rápidas.

Demos as mãos e fechamos os olhos, tentando sentir a energia da natureza que estava presente no lugar. Não saberia se aquela ideia daria certo, pois demônios não estão inclusos em religiões pagãs. Eram mundos diferentes, poderes diferentes.

— Pelo amor da deusa, que isso dê certo! — Seline suplicou antes de começarmos.

— Elementais da terra, seres divinos da natureza, guardiões das energias naturais, os invocamos em nome da atual tríade da deusa tríplice. Ajudem-nos em sua forma física, protejam seu lar e acabem com os intrusos!

A voz de Jesse soou alta, o suficiente para atrair a atenção do demônio. Ele voou em nossa direção, mas havia uma barreira invisível que nos protegeu e o jogou para longe.

Do chão, seres pequenos e brilhantes começaram a sair. Eram como gnomos e duendes, auras saíam das árvores em forma de ninfas e espíritos antigos guardiões da natureza. Era uma cena esplêndida, digna de um filme de fantasia.

Não acreditei quando vi, e fiquei de boca aberta. Aquelas coisas realmente estavam ali? Em um mundo mágico de bruxas e demônios, com certeza seres mágicos de todos os tipos existiam.

— Vamos sair daqui enquanto podemos. — Pedi e elas concordaram na mesma hora.

Corremos para fora daquela parte, quando percebemos que os seres elementais detiam o demônio aos poucos. Pela primeira vez, não tivemos que nos enfraquecer por enfrentar algum ser maior. Usamos a saída mais fácil, mas acredito que ela não seria usada novamente.

— Meninas, acho que encontramos.

Jesse, que estava mais a frente, empurrou algumas plantas para o lado, dando mais visibilidade ao lugar. Era um espaço livre e sem muitas árvores, porém haviam bastante flores e árvores maiores ao redor. Quando nos aproximamos, vi um altar enfeitado com folhas, símbolos parecidos com os do grimório e a figura de um coelho.

— Finalmente chegaram, achei que não viessem mais!

Uma voz totalmente familiar falou, aproximando-se aos poucos. Aylen estava ali, vestindo uma roupa branca com detalhes verdes claros. Seu cabelo estava solto e sua expressão leve e relaxada.

— Aylen? O que faz aqui? — Perguntei ao me aproximar da idosa.

— Ah, querida. Eu sou uma bruxa, esqueceu? — Falou com uma risada no final. — Venham, vou lhes mostrar como as coisas acontecem. Lucy e os outros já devem estar chegando para começarmos o ritual.

Aylen nos levou até o altar, no qual eu havia visto mais de longe. De perto eu notei algumas velas verdes, amarelas e brancas. Será que aquelas cores eram simbólicas para o Ostara?

— Por que tem a imagem de um coelho? — Seline perguntou.

— O coelho significa a fertilidade, mas a fertilidade de boas energias, fertilidade da terra. — Explicou. — Faremos um rito de iniciação, e logo iremos à caça aos ovos.

— Caça aos ovos? Achei que a Páscoa fosse só em maio. — Seline comentou ainda confusa com tudo aquilo, tentando se acostumar.

— Os ovos são símbolos principais da Ostará. Ele representa a terra, flores e frutas trazidos pelo coelho. Geralmente os ovos são cozidos e enfeitados com desenhos coloridos feitos de tinta. — Aylen respondia tranquilamente a cada pergunta. — O ritual é feito em homenagem à deusa tríplice e ao deus cornífero, que é o pai da fertilidade, guardião da entrada e do círculo mágico que protege a nossa terra sagrada para o ritual. Vocês, como tríades somente da deusa tríplice, devem ter ouvido pouca coisa sobre Cornífeno.

As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now