— Que tipo de coisa? — Seline questionou.
— Elementais. Como estamos no meio da floresta, pensei em elementais da terra, típicos do tipo da magia que usamos. — Falei apreensiva, enquanto ouvia o demônio destruir algumas árvores. — Vamos tentar ser rápidas.
Demos as mãos e fechamos os olhos, tentando sentir a energia da natureza que estava presente no lugar. Não saberia se aquela ideia daria certo, pois demônios não estão inclusos em religiões pagãs. Eram mundos diferentes, poderes diferentes.
— Pelo amor da deusa, que isso dê certo! — Seline suplicou antes de começarmos.
— Elementais da terra, seres divinos da natureza, guardiões das energias naturais, os invocamos em nome da atual tríade da deusa tríplice. Ajudem-nos em sua forma física, protejam seu lar e acabem com os intrusos!
A voz de Jesse soou alta, o suficiente para atrair a atenção do demônio. Ele voou em nossa direção, mas havia uma barreira invisível que nos protegeu e o jogou para longe.
Do chão, seres pequenos e brilhantes começaram a sair. Eram como gnomos e duendes, auras saíam das árvores em forma de ninfas e espíritos antigos guardiões da natureza. Era uma cena esplêndida, digna de um filme de fantasia.
Não acreditei quando vi, e fiquei de boca aberta. Aquelas coisas realmente estavam ali? Em um mundo mágico de bruxas e demônios, com certeza seres mágicos de todos os tipos existiam.
— Vamos sair daqui enquanto podemos. — Pedi e elas concordaram na mesma hora.
Corremos para fora daquela parte, quando percebemos que os seres elementais detiam o demônio aos poucos. Pela primeira vez, não tivemos que nos enfraquecer por enfrentar algum ser maior. Usamos a saída mais fácil, mas acredito que ela não seria usada novamente.
— Meninas, acho que encontramos.
Jesse, que estava mais a frente, empurrou algumas plantas para o lado, dando mais visibilidade ao lugar. Era um espaço livre e sem muitas árvores, porém haviam bastante flores e árvores maiores ao redor. Quando nos aproximamos, vi um altar enfeitado com folhas, símbolos parecidos com os do grimório e a figura de um coelho.
— Finalmente chegaram, achei que não viessem mais!
Uma voz totalmente familiar falou, aproximando-se aos poucos. Aylen estava ali, vestindo uma roupa branca com detalhes verdes claros. Seu cabelo estava solto e sua expressão leve e relaxada.
— Aylen? O que faz aqui? — Perguntei ao me aproximar da idosa.
— Ah, querida. Eu sou uma bruxa, esqueceu? — Falou com uma risada no final. — Venham, vou lhes mostrar como as coisas acontecem. Lucy e os outros já devem estar chegando para começarmos o ritual.
Aylen nos levou até o altar, no qual eu havia visto mais de longe. De perto eu notei algumas velas verdes, amarelas e brancas. Será que aquelas cores eram simbólicas para o Ostara?
— Por que tem a imagem de um coelho? — Seline perguntou.
— O coelho significa a fertilidade, mas a fertilidade de boas energias, fertilidade da terra. — Explicou. — Faremos um rito de iniciação, e logo iremos à caça aos ovos.
— Caça aos ovos? Achei que a Páscoa fosse só em maio. — Seline comentou ainda confusa com tudo aquilo, tentando se acostumar.
— Os ovos são símbolos principais da Ostará. Ele representa a terra, flores e frutas trazidos pelo coelho. Geralmente os ovos são cozidos e enfeitados com desenhos coloridos feitos de tinta. — Aylen respondia tranquilamente a cada pergunta. — O ritual é feito em homenagem à deusa tríplice e ao deus cornífero, que é o pai da fertilidade, guardião da entrada e do círculo mágico que protege a nossa terra sagrada para o ritual. Vocês, como tríades somente da deusa tríplice, devem ter ouvido pouca coisa sobre Cornífeno.
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As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]
Fantasy[ALERTA DE GATILHO +16] Saint Luna (CA), 1991 A vida de Jesse, Alice e Seline sempre foi complicada. Marcadas por traumas do passado, as três descobrem estarem ligadas por um antigo culto de magia wicca. Elas terão que fazer de tudo para descobrirem...
Capitulo 50: Tempo Esgotado
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