Capítulo 27: Encontros e Perigos

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Mariyah se despediu e saiu do hospital logo em seguida, deixando Jesse e eu sozinhas. Entramos no quarto de Eli, que estava acompanhado de uma enfermeira que o medicava. Quando seus olhos se encontraram com os nossos, pude sentir um sentimento de gratidão eterna. A enfermeira saiu do quarto, nos deixando sozinhas com o garoto.

— Como você está? — Perguntei suavemente, me sentando na ponta da sua cama.

Eli ainda estava fraco. Seu corpo estava magro e machucado, mas ele estava menos pálido que antes.

— Estou me recuperando, vou começar tratamentos psicológicos. — Disse com a voz firme. — Vou precisar dar algum depoimento para a polícia?

— Não. Sobre o sequestro, nós vamos resolver isso, mas precisamos que você nos ajude. — Jesse falou se aproximando da cama, ganhando toda a atenção de Eli. — O que você se lembra?

— Eu me lembro de receber um convite para assistir a semi-final de basquete na Everest High School, mas uns dias depois eu recebi outro convite que dizia que o dia do jogo havia mudado. Quando eu cheguei lá, senti algo me amarrar e tampar minha respiração e então eu apaguei. Acordei naquele porão sujo e com uma pessoa de capa preta e com uma máscara de Halloween, desde então ele levava pouca comida e água, e às vezes cortava partes do meu corpo para arrancar sangue. Eu só não sentia dor quando dormia. — Eli terminou de falar com um suspiro, como se fosse difícil falar sobre isso, e era.

— Você se lembra de ter conhecido alguém diferente nessas últimas semanas? — Perguntei fazendo Eli me olhar.

— Não. Quase não saio de casa, e minha mãe sempre diz para eu não falar com desconhecidos.

— Eli, você conheceu Audrey e David Greyson? — Questionou Jesse.

— Não. — Afirmou triste. — Mas sei que David morreu em um acidente, lembro das notícias em todos os lugares.

Não havia um motivo aparente para o assassino ter sequestrado Eli se ele nem sabia de nada. Talvez fosse só uma distração, mas saberíamos que ele estaria na nossa cola, como Mariyah disse. Percebi que ele só atacou Audrey, mas há grandes chances de ter manipulado o acidente de David. O que Audrey sabia que custou a sua vida? Será que David, seu irmão, havia descoberto algo também que o fez pagar o mesmo preço? Só descobriríamos se conhecêssemos alguém com a capacidade de falar com os mortos, e eu conheço.

— Eli, precisamos ir. — Digo me levantando da cama com rapidez. — Prometemos voltar!

— Posso fazer uma pergunta? — Perguntou antes de sairmos. — Vocês têm super-poderes?

Jesse e eu nos olhamos em concordância, quase como se uma tivesse lido a mente da outra. Ela suspirou e se aproximou de Eli, e disse baixo:

— Nós temos super-poderes, mas deixa isso em segredo.

Jesse piscou um olho e Eli sorriu. Saímos de lá com a expectativa nas mãos e com um peso a menos. A mãe de Eli entrou logo em seguida, e Jesse e eu seguimos até a saída do hospital.

— Tenho uma ideia. — Afirmei animada enquanto andávamos na rua movimentada de Saint Luna. — Você tem a habilidade de falar com os mortos, por que não tenta se comunicar com Audrey e David e pergunta o que aconteceu?

— Você está louca? — Perguntou me olhando como se eu não estivesse normal. — Mal sei fazer o abracadabra, quanto mais falar com os mortos.

As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now