Capítulo 26: Uma Aventura no Necrotério

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Não demorou muito para as luzes apagarem. Coloquei o telefone de volta no gancho e a mulher levantou da cadeira de imediato.

— Acho que a luz acabou. Preciso reportar isso antes que dê problema. Imagina só ficar horas sozinha em um necrotério com um monte de cadáver no andar de cima? — Ela soltou uma risada baixa como se estivesse nervosa, haja motivos!

— Tudo bem, não se preocupe. Não quero atrapalhar seus serviços, então vou embora. — Falei me virando, enxergando apenas as luzes da rua, mas a mulher me impediu.

— NÃO! — Gritou assustada. — Quer dizer, espere mais uns minutos. Eu posso ajudar com seu carro, mas não me deixe sozinha aqui, por favor!

Por um momento eu senti dó da mulher. Ela parecia assustada com o apagão, como eu imaginei, mas Alex estaria me esperando em algum lugar por esse prédio. Ao mesmo tempo, a moça não poderia ter culpa de nada exceto de estar no lugar errado e na hora errada.

— Tudo bem, eu espero. Quer que eu a acompanhe?

— Por favor. Obrigada! Eu nem sei o que faria se estivesse absolutamente sozinha aqui e sem uma lanterna. Oh, Deus, maldito seja meu cargo horário aqui!

Acompanhei a mulher por alguns corredores, enquanto esbarrava em algumas poltronas. Chegamos em uma sala onde haviam luzes roxas acesas, provavelmente para casos de emergência, e a mulher pegou um outro telefone que estava ligado a esse pequeno circuito de energia e discou alguns números.

— Aqui é a unidade dois. Houve um apagão por todo o prédio do necrotério e eu preciso de um eletricista para agora! A-g-o-r-a! Uma hora? Eu não sou obrigada a ficar presa com um monte de gente morta por uma hora, então deem o seu melhor. Agradeço!

Ela desligou e andou de volta para a recepção do local. A "secretária" parecia ser bem interessante e com um crítico senso de humor. Não julgo, pois faria exatamente a mesma coisa.

— Eu realmente preciso ir. Sou Seline, e obrigada pela ajuda.

— Por nada, Seline. Meu nome é Rose. Perdão pelo tumulto, sei que aqui não é um lugar de turismo, mas você só queria ajuda.

— Não tem problemas, Rose.

Agradeci e virei as costas pretendendo ir embora, ou pelo menos fingir. Uma hora é o que teríamos, e pelo menos eu sabia que os corpos estavam no primeiro andar e não precisaríamos procurar.
Quando notei que Rose deu as costas, corri para o corredor esquerdo à recepção, e nem ao menos sabia onde Alex estava.

— Alex?

Chamei com a esperança de ouvi-lo. Não vou negar, aquela situação me assustava um pouco, mas não era hora para eu ter medo. Eu apenas estava sozinha em um corredor onde mortos habitavam em caixas de aço, totalmente sem luz.

— Estou aqui. Bom trabalho, pelo menos me encontrou.

Ouvi sua voz do meu canto direito e comecei a me aproximar, vendo uma brecha de luz iluminar meu rosto. Olha, ele foi inteligente o suficiente para trazer uma lanterna!

— Se não estivesse tão escuro, eu te dava um soco! — Disse irritada, andando ao seu lado em direção à escada.

— Normalmente os adolescentes costumam fazer outras coisas no escuro. — Falou baixo e eu revirei os olhos. Acho que ele não levou a sério quando falei que já matei uma pessoa.

As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora