Capítulo 18: Novos Amigos

Start from the beginning
                                    

— Vejamos o que a senhora LaRue tem. — Doutor Hans se aproximou da cama e colocou seu estetoscópio na altura do coração da minha mãe, que a esta hora já havia acordado. — A senhora sente dores no corpo, enjoos, falta de ar ou tontura?

— Às vezes. — Respondeu e logo deu uma tossida.

— Já teve alguma doença? — Se afastou pegando seu fichário e fazendo umas anotações.

Antes de responder, minha mãe me olhou apreensiva, provavelmente pensando se falaria do envenenamento ou não. Fiz que sim com a cabeça, mas esperava que ela inventasse uma desculpa.

— Eu já tomei veneno por engano quando era bem mais nova, mas acho que isso não é muito preocupante pois consegui me recuperar.

Tia Ellie nos olhou de canto de olho desconfiada e eu tentei não me sentir desconfortável. Se havia alguém que conhecesse minha mãe mais que eu, essa pessoa era a tia Ellie. Não sabia como ela reagiria ao saber que eu matei meu pai, mas por outro lado, escondíamos o mesmo segredo. Eu sabia, ela sabia.

— Acho que seus efeitos não são por envenenamento e sim por doença. Talvez você esteja apenas com uma gripe, ou até mesmo com uma pneumonia. Não vamos pensar no pior agora, mas vou te recomendar estes remédios — Pausou arrancando uma folha do seu bloco e escrevendo os remédios, entregando em suas mãos. — e caso você piore, teremos que levá-la ao hospital.

Minha mãe concordou olhando o papel em suas mãos e agradeceu. O médico logo foi embora e minha tia me puxou para um canto onde minha mãe não pudesse nos ouvir.

— Você pode me contar tudo sobre aquilo de envenenamento. Sei que desde o começo você e sua mãe esconderam o que realmente aconteceu com Oliver, e eu exijo explicação!

Suspirei nervosa. Pois é, não havia outra saída senão contar a verdade.

— Quando meu pai voltou de Washington e quando nos mudamos, ele me fez de experimento humano por anos para seus projetos futuros. Eu não gostava muito, me sentia desconfortável, mas não falava nada. Ele começou a ficar louco aos poucos e a ficar viciado em álcool. No dia em que a casa pegou fogo, um pouco antes, meu pai estava bêbado e me prendeu em uma máquina que quase me congelou, mas consegui sair. Eu poderia ter fugido com minha mãe e ter ido para a delegacia, mas...

— Você ouviu a voz da deusa. — Afirmou me interrompendo e eu afirmei com a cabeça.

— Eu o prendi na máquina que ele criou, espalhei o whisky que ele bebia pela casa e ateei fogo depois que descobri que ele envenenava minha mãe aos poucos. E então, nós fugimos e a casa pegou fogo. — Terminei sem ressentimentos e cruzei os braços.

— Eu entendo, mas não compreendo.

— Só esquece isso, pelo nosso bem. — Tentei sorrir confiante e ela não me respondeu, apenas me deixou de lado e saiu de perto.

Saint Luna, 11 de Fevereiro de 1991
Segunda-feira - 01:01 P.M.

Não demorou muito desde que Seline e Jesse vieram aqui contar sobre o misterioso assassinato que ocorreu hoje na escola. Qualquer pessoa em sã consciência diria que isso é caso apenas para a polícia, mas quem sabe não poderíamos ajudar? Combinei com as meninas de nos encontrarmos na porta dos fundos do colégio às dez da noite, então ainda teria tempo para as outras coisas.

As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now