Capítulo 5: Não Mexa no que Não te Pertence

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— O que sua mãe tem? — Perguntei por pura curiosidade, mas me arrependi da pergunta no mesmo instante.

— Há uns anos ela ficou de cama quando meu pai voltou de Washington, mas ele passou a pôr veneno na comida dela fazendo ela ficar pior ainda e nunca melhorar. Depois que ele morreu, eu e minha tia Ellie levamos ela ao hospital e não sei bem como, mas ela conseguiu se recuperar. Mesmo assim, sua saúde mental não tem estado muito bem por péssimas lembranças. — Sua voz era suave e seus olhos viajavam enquanto contava. Pude notar que Alice continha uma superproteção com a mãe e eu achava aquilo incrível.

— Sinto muito. — Foi a única coisa que consegui dizer, fazendo ela olhar para mim e esforçar um sorriso solidário.

— Estamos quase lá. — Olho ao redor notando várias árvores grandes e trilhas, indicando o início da floresta.

— Espera, você mora lá dentro? — Perguntei espantada com o dedo apontando na direção da trilha.

— É mais ou menos isso, mas não se preocupem, é logo no início e não há perigo. — Suspirei enquanto andávamos adentro da floresta.

— Ótimo cenário para um maníaco correr atrás da gente com uma machadinha no meio de uma noite chuvosa. — Disse Alice me fazendo olhar em volta com pouco de receio.

— Não precisava ter comentado! — Usei um toque de medo na minha expressão enquanto continuava a seguir Jesse.

— Chegamos. Lar doce lar! — Vi Jesse parar de andar e olhei a casa grande e de madeira, com símbolos bem bizarros por fora e objetos estranhos pendurados no teto, como casas de vidências (que pareciam prostíbulos de tanta luz enfeitando).

Entramos aos poucos e lá de fora já dava para sentir o cheiro forte de incenso pelo ar e um leve cheiro de lavanda.

— Já chegamos, e agora, o que faremos? Eu não posso voltar tarde. — Sentei em seu sofá colocando minha mochila do lado e cruzo os braços.

— Agora vamos descer e investigar. — Jesse disse num tom sério, me fazendo olhar com a sobrancelha erguida.

— Investigação paranormal ou não, acho que estamos enrolando demais. Levanta daí, Seline! Quanto mais rápido melhor. Essa casa me dá arrepios. — Alice se encolheu passando a mão pelos seus braços e eu levantei.

Jesse começou a andar até um certo ponto da casa, mais especificamente debaixo das escadas. Ela abriu a porta revelando uma outra escada que descia levando até o ambiente escuro e empoeirado. Jesse começou a descer e ligou a luz fraca e amarela, fazendo eu e Alice segui-la.

— Isso está bem sinistro. Não seria Jesse a maníaca com uma machadinha que mataria suas duas novas amigas medrosas? — Olhei para Alice com um olhar do tipo "eu vou te matar se você continuar falando".

— Se fosse para matar vocês, eu já teria matado. — Jesse encarou Alice e eu de forma sombria e perversa, mas não se contentou com a piada e começou a rir. — Não acredito que vocês estão com medo de mim? A cara de vocês foi a melhor, tinham que ver!

Suspirei de alívio e de indignação. Quem ela pensa que é para zombar da gente assim? Eu teria tido um ataque cardíaco a essa altura, como se já não bastasse meu trauma de casas no meio de florestas macabras. Da última vez quase morri, não seria legal passar por isso de novo.

— Para de palhaçada! Já encontrou os documentos e as fotos? — Perguntou Alice tentando mudar de assunto e observei Jesse. Ela parou de rir aos poucos e pegou um caixote escondido atrás de umas caixas maiores e de uns móveis cobertos por plástico.

Jesse abriu a caixa e começou a tirar papéis e álbuns familiares, abrindo e lendo cada um deles. Pego uns papéis aleatórios e me sento na ponta da escada, começando a ler letra por letra. A maioria era documentos de casa, família ou não tão importantes.

As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now