Capítulo 2: O Diário de Seline

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— Aonde pensa que vai, Seline Grace? — Perguntou minha mãe me fazendo levar um susto.

— Eu vou só dar uma volta pelo jardim. Não se preocupe. — Sorri falsa de forma que convenceria qualquer um, exceto o senhor e a senhora Grace Martínez.

— Vai sair arrumada assim? Você não me engana, tenho certeza que vai sair com Matteo de novo! Não sou burra, já tive sua idade e sei muito bem como esse assunto termina! — Disse Eva rigidamente e meu pai colocou as mãos em seu ombro pedindo-a para relaxar.

— Ela vai fazer dezesseis anos daqui a quatro meses, Eva. Acabou de assumir um grande papel na família como herdeira da empresa, ela só é adolescente. — Disse Julian olhando para minha mãe e logo depois para mim. — Querida, já sabemos o quanto de problemas Matteo causa e não queremos essa encrenca no seu nome também. Eu e sua mãe amamos você e não queremos vê-la magoada, sabemos o melhor para nossa filha. Agora, entre. Você não sairá desta casa e nem do seu quarto até amanhã de manhã.

— Isso não é justo! — Ignorei cada palavra melancólica dele e ele beija minha testa, saindo de lá com minha mãe. Quando penso na possibilidade, vejo um dos seguranças se aproximar. — Ah, não! Não, não, não, não, não! Não me digam que vai ficar de guarda para eu não sair do quarto?

— Sim, senhorita Grace. Agora vamos, recebo ordens dos seus pais. — Revirei os olhos e subi as escadas de novo com o segurança. Ele se põe na frente da minha porta como uma estátua.

— Estúpidos! — Gritei do corredor antes de entrar e bater a porta do quarto. — Preciso sair daqui, preciso sair daqui! — Digo comigo mesma pensando em algo.

Olhei a janela e pensei numa possibilidade. Poderia até tentar, mas não conseguiria sair pelo portão principal.
Pensei bastante em uma forma de sair de lá e logo comecei a minha ação. Peguei vários lençóis e comecei a amarrar um no outro como uma corda da Rapunzel em forma de tecido.

Prendi uma na ponta na cama que era bem dura e resistente e joguei a outra ponta pela janela. Okay, agora não poderia ter medo!
De uma vez só, subi na janela e segurei o tecido com força.

— Merda! O que estou fazendo? — Comecei a descer devagar sem olhar para baixo. Meu quarto era no segundo andar, portanto, não era tão alto.

Depois de descer todo aquele pano até o fim, pulei os poucos centímetros que restavam do chão e felizmente caí em pé. Comecei a andar na ponta do pé para nenhum segurança ver. Vou me aproximando do muro da parte de traz da casa e penso uma forma de pular dele sem me machucar. Olhei ao redor e notei a escada de jardinagem que o jardineiro provavelmente esqueceu lá, por sorte.
Coloquei a escada encostada na parede de forma que ficasse fácil para subir e subi com um pouco de receio. Fiquei em cima do muro já podendo ver a parte de fora. Vi o carro de Matteo mais a frente e suspirei de alívio, pulando o muro, me arrastando um pouco e me sujando de terra.

— Matteo! Achei que não viria! — Falei animada correndo em sua direção, dando um abraço rápido e entrando no carro. — Vamos sair daqui antes que meus pais vejam!

— Uau, mas já? Achei que a princesa da família e oficial herdeira da fortuna ia aproveitar sua noite. — Ele deu uma risada sarcástica e entro no carro, começando a dirigir por um caminho qualquer.

Matteo era três anos mais velho que eu, vinha de uma família problemática com o pai alcoólatra e a mãe viciada. O conheci ano passado quando numa das minhas fugas da madrugada, parei num beco sem saída e uns caras tentaram se aproveitar da situação. Matteo me defendeu e me tirou de lá sem nem saber quem eu era.

— Quero me divertir essa noite, aonde vamos? — Perguntei ligando o rádio do carro e pondo uma música qualquer do rádio.

— Surpresa, gata. Você vai ver quando chegarmos. — Era para eu ter me animado, mas estranhamente senti um arrepio passar pelo meu corpo e olhei para ele.

As Fases Da Lua - Bruxas & Assassinas [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora