ABOOH : Amores Sobre-Humanos

CAPÍTULO 79: Um Visitante de Glória - Parte II

[Narrado por Thay]:

Conseguimos finalmente entregar a carruagem lotada de novos produtos à primeira base. Jogamos os corpos dos saqueadores mortos no topo de alguns segmentos, para que Lizz tivesse o que se fartar durante a viagem. Só espero que todos os que tenhamos matado sejam os devotos do Rei de Libiov, e não os forçados a segui-lo. Não quero ter morte de inocentes agarradas às minhas costas.

Estacionamos a carga no sul do meio do maior deserto de Cetos. Aguardamos até que os escudos fossem desativados e a base se tornasse visível. Fomos atendidos e entregamos a carruagem completa, sem nada faltando. Preenchi a ficha deles, assinei algumas coisinhas, e eles fizeram a contagem do que iriam precisar para aquela base. O resto seria enviado para a próxima base e assim em diante, até a carruagem estar vazia e retornar para Kroath. E nós a acompanharíamos. Até à primeira base não encontramos nenhum Acritya. Não posso entrar numa briga direta com um deles sem antes me curar completamente. O corte em meu rosto ainda sangrava, mesmo que pouco. E provavelmente não cicatrizará tão facilmente. Só uma pessoa vai conseguir fazer este buraco desaparecer do meu rosto.

Nós nos instalamos na primeira base, que na verdade era um tipo de acampamento bem grande, com tendas e barracas enormes de ferro montadas e protegidas, que são usadas como quartos para os esquadrões.  Ficamos até que terminassem de fazer a contagem dos produtos, e tirassem o que iriam precisar. Os soldados pareciam felizes em me receber. Aparentemente gostaram da minha presença entre eles. Vi uma bagunça em todos os quartos e corredores, e notei que eles estavam empenhados em arrumar a bagunça que a base estava. Eu tenho certeza de que vi peças íntimas jogadas nas entradas das tendas dos esquadrões. Eles são bem relaxados, mas não gostam de que membros da Fortaleza, como Rueal e eu, vejam a bagunça deles. Alguns que passavam por nós, pediam desculpas pelo desleixo. Mas tudo bem. Eu não ligo. Adoro sentir o cheiro da roupas suadas desses soldados apetitosos.

Entrei num quarto aleatório. Estava uma bagunça. Nele estavam dez soldados, e apenas dois deles estavam uniformizados, e um desses com uniformes era Jun, o gostoso líder deste esquadrão. Ele foi meu professor na Academia mais avançada. Tinha uma vontade enorme de pegá-lo, porém me mantive longe por ele ser bem mais velho, e um caso com um aluno poderia trazer problemas para ele. O resto do esquadrão estava com roupas mais largas e confortáveis. Ao me verem, arregalaram os olhos e começaram a limpar a bagunça no quarto, se livrando de roupas espalhadas, botas jogadas pelos cantos, restos de comida que parece estar ali há... Sei lá. Anos? Eles realmente precisam de uma boa educação de limpeza e higienização.

Bush: — Perdão pelo desleixo, Majestade. – ele se ajoelhou à minha frente e fez alguns símbolos gestuais para me dar as boas-vindas. Durante a correria dos soldados para limpar aquilo o mais rápido possível, alguns se ajoelhavam à minha frente, se alternando um a um. — Não sabíamos que um Príncipe nos visitaria.

Eu: — Não se preocupem com isso. – adentrei mais um pouco no quarto. Tirei meu uniforme escarlate e o deixei no chão. fiquei apenas com minha peça única com fios metálicos e um cinturão que representava a Fortaleza. Me joguei na primeira cama que vi, e sorri para os soldados e relaxei. — Ah...

Bush: — Ah, Por Abooh... O Príncipe está deitado em minha cama... – disse baixinho. Seus olhos chegaram a brilhar. — Nunca mais eu troco meus lençóis...

Permaneci com eles por um tempinho, conversando, até um dos soldados se oferecer para cuidar dos meus ferimentos, então fiquei sentado enquanto eles verificavam o corte em meu rosto. Mas não havia nada que eles pudessem fazer a não ser me ajudar a limpar. Os deixei ali e fui para a enfermaria da base, onde pude tomar um banho e deixar que limpassem o ferimento, e ainda fizessem um curativo.