CAPÍTULO 08: Descoberta.

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Mais um dia de aula. Já se passaram cerca de duas semanas de puro estresse. As aulas normais começaram e estamos, em palavras que Nathalie diria, tomando no cu. Nath está mais estressada que nunca e tenho certeza de que ela está naqueles dias… naqueles dias que nem o próprio Diabo quer bater papo com ela. Ontem ela quebrou a caneta ao meio quando acertaram uma bolinha de papel no ombro dela. Ontem também olhei para trás e Guilherme estava praticamente dormindo na mesa de tanto tédio, enquanto Pietra estava com algumas bolinhas nas mãos pronta para lançar em outros alunos. Tirei logo o Guilherme da reta da raiva da Nath antes que ela separasse a pele dele dos ossos. E falando no Guilherme, ele faltou uma semana inteira e eu estava bem preocupado com ele. Não sabia se nossa conversa tinha sido benéfica ou não. Pude respirar depois que ele voltou, mas ainda assim voltou meio diferente. Ele anda meio calado demais, nenhuma travessura e só dorme nas aulas. Nenhuma bolinha de papel vinda das mãos dele. Espero chegar no colégio hoje e notar que todos estejam melhor, até mesmo o Tommy que está carregado de trabalhos também.

Passei na casa da Nath e fomos para o colégio de táxi. Eu já considerava Anco um amigo, pois é sempre ele quem nos leva quando chamamos um Uber. Ele sempre está de bom humor e sempre, não importa o horário, está disponível para uma viagem pela cidade. Nós chamamos e ele vem na velocidade da luz. Está quase se tornando nosso motorista particular. No carro, Nath disse que as meninas disseram para que nós nos candidatássemos para representantes de turma. Eu apenas disse que não estava afim.

Eu: — Você sabia que se ganharmos, teremos que vir aos sábados para as reuniões pra representar nossa turma?

Nath: — Sério? Agora não quero mais. Tá doido, vir na aula sábado, só maluco faz isso, ainda mais se for para representar um bando de hienas sem educação. – Anco e eu rimos.

Chegamos no colégio. Tommy estava no portão conversando com o porteiro e, provavelmente, nos esperando.

Tommy: — Estava te esperando.

Eu: — Estava com saudades. – falei baixo, para os alunos perto do portão de entrada não escutarem.

Tommy: — Eu também.

Nath: — Oi, Nath, tudo bem? Também senti saudades de você, linda.

Eu: — Oh, tadinha. Está carente. – dei um abraço nela e ela tentou me empurrar.

Tommy: — Vamos entrar?

Eu: — Vamos.

Adentramos a escola. Não havia muitos alunos no pátio, talvez porque chegamos muito cedo. Fomos para a área verde atrás do colégio e sentamos num banco de madeira. Ficamos conversando várias coisas. Nath contava as histórias mais engraçadas dela e também falou que às vezes incorpora uma força estranha quando está com raiva. Ela falou da cama que ela quebrou com chutes e Tommy perguntou se era sério aquilo. Eu disse que sim.

Tommy: — Me lembre de nunca na minha vida irritar ela. – ele falou baixo.

Eu: — Pode deixar.

De repente, vi um vulto pelo canto direito dos meus olhos e meus reflexos se ativaram de uma forma que nunca vi na vida. Minha mão esquerda automaticamente foi na direção do vulto e agarrei com firmeza algo na minha palma. Nunca tive reflexos tão bons com a mão esquerda, mas agora… abri a mão e vi que era uma bolinha de papel. Olhei ao redor e vi Pietra com Caio jogando bolinhas nos outros. Pietra lançava bolinhas de papel amassadas, mas Caio lançava bolinhas de papel com a boca e um canudo, bem babadas. Desviei de uma bolinha de papel babada lançada por Caio e Pietra riu alto. Ela lançou uma bolinha e essa bateu contra a cabeça da Nath. Agora fodeu.

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Où les histoires vivent. Découvrez maintenant