CAPÍTULO 83: Prodígio de Kroath

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[Narrado por Luka]:

Peguei a mão direita do Diogo e o puxei comigo em direção à porta, mas quando nos aproximamos dela, ele parou, rindo baixinho.

Diogo: - Espere. - ele levou as costas das mãos até o rosto e o limpou, se livrando das lágrimas secas. Respirou fundo e abriu um belo sorriso. - Pronto.

Eu: - Se sente melhor?

Diogo: - Estou bem mais... leve. - sorri.

Nós saímos do laboratório e fomos parar direto no saguão. Alguns ainda estavam lá conversando... Anco, Siruk, Shank, Ravick, Luigi, Ynatta, Saulo, Antony e seus irmãos, e claro, minha família.

Marcus: - A gente vai conversar agora. - disse assim que me viu passando pela porta com o Diogo, sem nem se levantar da mesa de cristal, onde estava sentado, com os pés apoiados em uma cadeira translúcida.

Eu: - Me obrigue. - passei direto por eles.

Carlim e minha mãe me olhavam com a mesma expressão. Não estavam irritadas. Pareciam normais. Meio esnobes, como sempre. Elas têm a cara naturalmente esnobe e debochada, então não me importei sobre o que estavam pensando. Beatriz me olhava com um sorriso de canto. Me arrisco a pensar que ela está ocultamente gostando da forma que estou agindo. Aquele sorriso fraco e aquele olhar pareciam me mostrar isso. Anco me encarava de uma forma provocativa, que eu gostei de ver ao olhar pra ele. Eu sei que ele gosta de pessoas com temperamento forte, e explica porque ele tem uma queda colossal pelo delegado Troy. Ele me olhava com os olhos estreitos, me analisando dos pés à cabeça, e mordia os lábios. Ao olhar pra ele, recebi um sorriso claramente bem sacana. Já Luigi me olhava da mesma forma fofa de sempre, com a expressão neutra de quem estava pouco se fodendo pro que estava acontecendo, mas que se envolveria caso algo saísse do controle. Ravick, Siruk e Shank me olharam brevemente, mas voltaram a conversar entre eles, enquanto Saulo brincava com Lupo e Darla no canto do saguão. Pareciam três cães rolando de um lado pro outro, brincando de morder e correr. Já Marcus estava sério demais, um tipo de seriedade que não é normal pra ele. Ele estava puto, e queria gritar comigo, mas não abaixei a guarda pra ele. Apesar de ter que respeitá-lo por ser mais velho, e ainda meu tio, e além disso Rei, com um cargo social acima do meu, eu não vou ficar frágil perto de ninguém! Já chega dessa coisa que os outros me verem como um garotinho indefeso.

Mas o olhar que mais me incomodou foi o do Guilherme. Ele não me olhava com mágoa, ou com alguma demonstração de que estava chateado de alguma forma. Ele estava com as sobrancelhas bem franzidas, mostrando claramente que estava bem puto, com bastante raiva. Parecia ter chupado uma tonelada de limões. Estava com o peito inflado, bem ameaçador, e ninguém perto dele. Dei um sorriso meia-boca pra ele e uma piscadela. Só isso foi o suficiente para desmontar aquela pose ridícula que os cetorianos têm e eu passei a odiar.

Marcus: - Não foi um pedido. - disse com um tom mais grave e mais alto. - Você me desafiou. Isso é grave.

Eu: - Tá bom, tá bom. O que não é grave pra você? - revirei os olhos, ignorando o que ele falou, e acompanhei o Diogo até uma cadeira, mas ele parecia desconfortável. - O que foi?

Diogo: - É que... eu sinto como se todo mundo estivesse puto comigo.

Eu: - Não é com você, pode acreditar. - eu ri. - Quer ir pro seu quarto? Ou pra sua casa?

Diogo: - Não posso ir pra casa com isso aqui. - Ele levantou o braço coberto pelo bracelete dourado, que ainda estava sujo de sangue. Na verdade, Diogo inteiro estava sujo de sangue. - Só não estou me odiando tanto por ter feito merda, porque você me deu forças lá dentro. E obrigado por isso.

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Where stories live. Discover now