ABOOH : Amores Sobre-Humanos

CAPÍTULO 81: Família é família.

[Narrado por Thay]

Chegou a hora que eu mais esperava ao chegar aqui na Terra. Ver a pessoa mais incrível que já fez parte da minha vida. Por ele que eu luto tanto pra proteger meu povo. Ver a determinação desse cara me transformou em algo que eu não esperava ser. O Príncipe. Eu nunca quis tomar conta de um reino, sempre pensei apenas em curtir minha vida enquanto ela dura, mas passei a dar valor a quem eu sou. Me aceitei, aceitei minha família... e se passei anos em Cetos ajudando eles, é por causa de uma única pessoa, que me admirou, que me deu forças e me mostrou muitas coisas incríveis. Por ele eu fiquei para lutar, e por ele eu quero um lar melhor, um lar sem guerras e sem conflito algum, só para poder ver todos os dias aquele sorriso inocente que alegra a todos por onde ele passa.

Eu: — Pai, por favor. Me deixa ver Lui? Eu sei que ele está aqui... não está? —pedi logo ao anoitecer, sem ao menos ter descansado ainda.

Lycator: — Claro, mas... não hoje, Thay. Você está cansado, dá pra ver nos seus olhos, e não pense que Luigi te deixará dormir tão cedo. Descanse um pouco antes. Você vai precisar de toda energia possível pra enfrentar as coisas daqui pra frente.

Eu: — O que quer dizer com isso, Paka?

Lycator: — Estamos em guerra aqui também. Os idiotas que protegiam os Artefatos de Poder perderam o Cristal de Jade por aqui, e um grupo de maníacos demoníacos libertaram alguns Jinni e um Kapre. Estamos tentando resolver isso antes que todos sejamos afetados de alguma forma, como Luka foi.

Eu: — Um Djinn tocou Luka? — Paka assentiu. — Ah, não deveriam mexer com minha família!

Lycator: — Ele desorganizou a memória do Luka e apagou alguns eventos. Ele não se lembra de muita coisa, mas está tentando. Estamos atrás de...

Eu: — Deuses elementais. Quantos acharam?

Lycator: — No nível de deuses, apenas um. Thor, o otário dos raios.

Eu: — Hum, o gostosão tá aqui? — sorri, mas ele me encarou com desaprovação, então me calei. Eu sei muito bem que eles não se dão bem. Nem um pouco. Nada mesmo! Se pudesse, meu pai mataria Thor sem piedade, e não só meu pai. Thor é realmente insuportável e irritou muita gente, mas bem que ele é uma delícia selvagem. — E em nível abaixo?

Lycator: — Temos os astrianos e meio-astrianos. Principais são Luka, Nathalie, Guilherme, Carlim e agora você. Mas também temos um amigo do Luka, Daniel Maltese. É um portador dos elementais da água e do ar. É bem forte, mas ainda é uma criança. — suspirei.

Eu: — Jinni são fortes. Não temos pessoas o suficiente para uma briga. Precisamos de no mínimo três deuses elementais. — ele assentiu. — Prometheus?

Lycator: — Preso.

Eu: — Apolo? Zeus? Poseidon? Hórus?

Lycator: — Ocupado. Ninguém sabe onde está, provavelmente traindo Hera de novo. Não sai do oceano pra porra nenhuma. E o último está incapacitado por tempo ilimitado.

Eu: — Sheeva? Algum deus disponível? Já pediu pro Velhote? — bocejei por alguns segundos.

Lycator: — Não tenho contato com esses há muito tempo. Está ficando complicado, mas... a gente conversará depois. Vá dormir um pouco, cara. Cê tá acabado. — eu ri e assenti. Queria ver Deda, mas ela está no trabalho, e não tenho energia o suficiente para dar conta do Lui agora. Realmente preciso descansar. Paka me levou ao quarto que estava vazio. Disse que precisava de uma faxina, mas não liguei pra isso. Só gostei quando ele me disse que eu poderia decorar da forma que eu quisesse. Vai ficar legal montar um covil gelado aqui.