CÁPÍTULO 58: Tão Leve Quanto o... Ar?

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[Narrado Por Luka]

Me aproximei da janela e não saí enfiando o carão pra fora. Apenas fui como se fosse apenas olhar o dia e vigiei apenas pelo cantinho, observando cada detalhe. Olhando apenas por cima não vi nada demais, então comecei a olhar mais profundamente, querendo enxergar mais do que um olhar normal poderia captar. Agucei minha audição e respirei fundo, sentindo minha energia passar por cada parte do meu corpo. Meu rosto começou a formigar e senti meus dedos queimarem, mas sem nenhuma labareda... Ainda.

Do outro lado da rua havia uma casa. Através da janela eu vi algo, ou alguém, se mover. Não dava pra enxergar direito, porque lá dentro estava escuro, mas tenho certeza de que vi algo se mover.

Eu: — Daniel, quem mora na casa a frente?

Daniel: — Ninguém. Faz meses que essa casa está vazia.

Eu: — Então ninguém mora lá dentro?

Daniel: — Se está vazia, suponho que não. Somente morcegos.

Droga, isso foi o suficiente!

Eu: — Morcegos... Estamos ferrados.

Daniel: — Não vai dizer que...

Eu: — Exatamente. Gui, faz aquela coisa que só você sabe fazer.

Guilherme fechou os olhos e respirou fundo... Senti uma onde de energia passar por todo o ambiente e se espalhar por todos os cantos, tanto dentro quanto fora da casa. Enquanto ele usava aquele sensor eletromagnético dele, eu continuei olhando mais um pouco.

Fingi que não vi nada naquela casa e olhei ao redor... As árvores na calçada começaram a se mover lentamente, mas de forma desordenada. Poderia ser uma brisa, mas uma brisa não caminha dessa forma, em círculos, quebrando sua rota a todo momento. Era outra coisa tentando se esconder.

Nath: — Ainda estou sentindo aquele troço na minha barriga... Parece fome, mas não é fome... – ela se calou por alguns segundos e sorriu. — Ata, valeu papis.

Eu: — O que foi, Nath?

Nath: — Meu pai disse que é uma habilidade. Assim como você sente uma impressão, eu também sinto... Estranho, parece fome. Jurava que era desejo de hambúrguer.

Continuei olhando, até que algo apareceu na minha frente me dando um baita susto. Dei um pulo pra trás e escutei aquela voz bem familiar enquanto uma perna tentava encontrar alguma base para pisar na janela...

Fernando: — Uma ajudinha seria legal... – Ele se soltou do telhado e iria cair lá embaixo, mas rapidamente segurei sua perna e o puxei para dentro. — Valeu por me deixar entrar, Príncipe.

Eu: — Fernando?! O que está fazendo aqui?! – Ele se levantou e se recompôs, retirando o capuz negro e o casaco de tecido grosso, revelando seu rosto. Aquela expressão de homem travesso não me deixou esquecer quem era.

Fernando: — Surpresa! – e riu.

Eu: — Está de dia! Quer morrer, desgraçado?!

Fernando: — Ah, para, Príncipe! Tá parecendo minhas irmãs! Eu uso protetor solar!

Daniel: — Quem é esse? Vai dizer agora que também é um alien!

Fernando: — Alien? Eu? – ele começou a rir e suas presas brancas e pontiagudas ficaram à mostra.  — Quem me dera, mas infelizmente sou deste mundo corrompido.

Daniel: — Você é um...

Fernando: — Prazer, me chamo Fernando. – Ele se aproximou de Daniel, mas ele deu alguns passos pra trás deixando bem claro seu receio. — Ah, tudo bem. É uma reação bem natural de quando veem um vampiro.

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Where stories live. Discover now