ABOOH : Amores Sobre-Humanos

CAPÍTULO 50: Grandes Problemas - Parte I

[ Narrado por Luka ]:

Guilherme e eu vestimos uma roupa mais comportada e todos fomos para a câmara ter uma reunião de emergência para falar sobre aquelas sombras loucas. Guilherme não soltou minha mão um segundo sequer. Eu até estou gostando de estarmos numa espécie de relacionamento desse tipo, mas estou com medo de que não dê certo e nossa amizade não seja mais a mesma futuramente. Confesso que sinto uma certa atração por ele, mas quem não sentiria? Ele é incrível!

A chuva estava parando lentamente e dava lugar ao sol novamente. Estávamos todos no salão principal conversando sobre o que poderiam ser aquelas criaturas, mas não chegamos à nenhuma conclusão. Tio Marcus e Nath levaram o Cass para o laboratório e nós ficamos conversando. Jane disse que poderiam ser espíritos que querem absorver nossa energia, mas aquelas sombras com uma espécie de espada não pareciam ser espíritos. Minha mãe e tia Martha chutaram ser algum tipo de demônio que está tentando nos assustar, já que o medo também nos faz exalar uma quantidade enorme de energia, assim como a raiva.

Beatriz teve que fazer uma outra viagem, já que a que ela tinha feito não deu em nada, pois a reunião tinha sido cancelada. Eu soube que o pai do Gui tinha uma empresa de comércio, que ela herdou após a morte dele. Eu fiquei curioso de como ele conseguiu construir uma empresa tão rapidamente, mas eu não queria ser intrometido. Porém eu me lembrei que os cetorianos são bem inteligentes, e com certeza conseguem qualquer coisa que quiserem por aqui. Guilherme ficará conosco novamente, até a volta dela.

Eu: — Talvez seja mesmo um demônio.

Mari: — Ou talvez sejam as criaturas sombra.

Jane: — As criaturas sombras são as criaturas em geral que aparecem em forma de sombra. Algumas almas perdidas que procuram sair deste mundo e tentam seguir adiante, mas perdem-se pela escuridão.

Mari: — Esses são os famosos vultos negros vistos pelo canto dos olhos. Almas perdidas passam por todos os lugares a todo momento, aleatoriamente. Sempre buscando uma forma de fazer a travessia para a paz ou para a reencarnação.

Luigi: — Mas essas criaturas sombras não iriam pedir os quatro herdeiros. Elas são neutras normalmente, só nos vigiam, e não podem nos fazer mal fisicamente.

Martha: — E elas também não se juntariam em um grupo pra isso.

Guilherme me puxou um pouco mais para perto e me abraçou por trás com os dois braços. Senti o ar quente no meu pescoço e ele mordeu minha orelha direita.

Eu: — Guilherme... Pare... – comecei a me segurar para não rir das cócegas que os dentes dele faziam no meu pescoço.

Sílvia: — Temos que descobrir o que são aquelas coisas.

Mari: — Podemos olhar na biblioteca. O que acham?

Eu: — Gui... Pare... Isso faz cócegas... – eu não segurei o riso e acabei rindo baixo. Todos olharam para nós e Guilherme me apertou mais forte.

Sílvia: —Meninos?

Eu: — Acho ótimo. Vamos para a biblioteca.

Guilherme: — Eu queria ir pra outro lugar, mas... – eu dei uma cotovelada nas costelas direitas dele e senti o ar risonho. – Mas temos que descobrir o que são essas coisas.

Jane: — Biblioteca! – uma porta se abriu na parede à nossa esquerda. Entramos lá e, mais uma vez, fiquei boquiaberto com tudo.

Eram tantas estantes gigantes e tantos livros... Parecia um planeta só de livros! Eram livros para todos os lados! Aquele lugar era enorme e é a primeira vez que entrei ali. Não sei nada do que se tratavam todos aqueles livros e não fazia ideia de onde começar a procurar.