Acordei durante a tarde com alguém pulando na minha cama, bem ao meu lado. Era a retardada da Nath. Olhei pra ela com um olho aberto e o outro fechado, meio dormindo e meio acordado.
Eu: - Que... mas... como tu entrou???
Nath: - Cala a boca e levanta. Vamos andar por aí!
Eu: - Peraí! Como você entrou?
Nath: - Uma vez que dormi aqui, acho que foi há uns três meses, peguei a sua chave sem você ver e tirei uma cópia. É para casos de emergência, como agora.
Eu: - Sua maluca.
Nath: - Vai logo lavar essa cara de manga murcha e se arruma rápido.
Levantei e ela me deu um tapa na nádega esquerda. Olhei para trás e dei um passo na direção dela. Ela deu um grito e correu para fora do quarto. Fui pro banheiro reclamando, lavei o rosto e fui trocar de roupas. Vesti qualquer coisa. Estava com tanta preguiça que nem liguei pro que eu estava vestindo.
Eu: - Onde vamos?
Nath: - Sei lá. Que tal uma lanchonete nova que é bem pertinho daqui?
Eu: - Okay... - bocejei.
Nath: - Você dorme que nem um panda.
Eu: - Legal... pandas são fofos. - ergui os braços, me espreguiçando.
Seguimos para uma lanchonete que bem na rua ao lado. Entramos e era um lugar bonito, organizado, limpo e grande. Várias mesas e cadeiras espalhadas pelo meio do local. Parecia um restaurante na qual o prato principal era coxinha com catupiry, e empadinhas de frango com queijo. Assim que entrei na lanchonete escutei uma voz familiar. Busquei rapidamente com os olhos e logo reconheci Thomas sentado nos fundos com quatro amigos. Dois meninos e duas meninas. Esse cara vai estar em todos os lugares que eu for mesmo? Nath olhou e tentou ir em direção a eles, mas a segurei pelo braço.
Eu: - Nem pense nisso. Quietinha aqui. - ela deu de ombros.
Nath: - Tá bom.
Nos sentamos numa mesa a uns metros deles, quase na entrada do estabelecimento. Eu sentei de costas pro Thomas e Nath de frente para ele. Ela pegou um caderninho vermelho vinho que estava na mesa e deu uma olhada.
Nath: - O que você quer? - disse me entregando um folheto pequeno com tudo o que tinha na lanchonete. Escolhi qualquer coisa e ela foi fazer o pedido.
Coloquei o papelzinho na mesa e fiquei mexendo no celular. Nath voltou com uma bandeja grande com nossos pedidos e ela praticamente jogou a bandeja na mesa, fazendo assim um barulho alto. Olhei para a cara dela e logo percebi o que ela queria. Chamar atenção, claro. Ela sempre quer isso. Ficamos conversando e eu rindo da retardada. Nath recontava histórias nossas que me fazia gargalhar só de lembrar, e foi em meio a essas risadas que chamamos a atenção que ela queria.
Nath: - Não olhe para trás porque o gostosão tá olhando pra você. - ela deu um sorrisinho. - Ele não para de olhar desde que bati a bandeja na mesa.
Eu: - Eu sabia que você tinha feito aquilo de propósito, sua vagabunda. - ela deu de ombros e mordeu um dos montes de fatias de pizza que ela pegou para ela mesma.
Continuei comendo e bebendo o meu suco, até que novamente minha barriga começou a fazer sons estranhos e algo se movia dentro de mim. Segurei meu abdômen com os braços e o apertei.
Nath: - Ih, deu piriri.
Eu: - Não... é que... não me sinto bem Já faz algum tempo. - no mesmo momento minha visão ficou turva e me senti enjoado. Tentei segurar a vontade de vomitar e continuar conversando, mas não deu. meu rosto e meus braços começaram a queimar e meus dedos ficaram vermelhos. Nath se esticou e tocou meu pescoço com as costas da mão direita.
YOU ARE READING
ABOOH : Amores Sobre-Humanos
Romance[+18] O que você faria se descobrisse que não pertence ao lugar onde morou por toda sua vida? E se soubesse que o futuro de sua verdadeira casa está sendo ameaçado junto com toda sua família e você precisa fazer algo para salvar um de seus lares? Q...