CAPÍTULO 67: Cômodo acima.

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[Narrado por Luka]:





Caí de joelhos no jardim detrás da minha casa, deixando dois buracos na terra depois daquela decolagem. Me pus de pé e limpei meus joelhos, tirando a terra e pequenas raízes da minha pele. Ao entrar em casa, fui para a sala e, quando vi o que tinha lá, paralisei...

De pé em frente ao sofá estava um homem tão alto que passava o tamanho da porta... Músculos grandes e bem aparentes naquele terno bem arrumado, sendo ainda maior que o tio Marcus. Tinha o cabelo cortado de maneira militar, um paletó preto sem nenhum amassado, com uma gravata bem vermelha e calça social também preta. Parecia estar vestido para o trabalho... Estava vestido como o tio Marcus quando ele ainda trabalhava como advogado. Quando entrei na sala, ele se virou e notei um flash vermelho escarlate passar por seus olhos azuis bem claros, muito mais claros que os meus e os da Nath. Minha mãe estava sentada no sofá oposto com uma expressão séria e deu um sorriso quando me viu.

Eu: — O que está acontecendo? – Tio Marcus desceu as escadas e também sorriu ao me ver.

Sílvia: — Só uma reunião.

Eu: — Eu conheço você... – apontei para o cara estranho...

Ele é familiar... Sinto que já o conheço e acho que já sei de onde. Ele está um pouco diferente. Maior que o normal... E os olhos dele eram negros pelo que me lembro.

Eu: — Cléber...

Marcus: — Exatamente. Vocês se encontraram há alguns meses, antes de descobrirem suas habilidades. – ele passou por mim e se aproximou do homem, pondo a mão no ombro esquerdo dele. — Cléber é apenas um disfarce. O nome original dele é Martuzo, nosso comandante... Bom, era o comandante da equipe de segurança em Cetos, mas agora ele cuida da nossa segurança aqui. Ele nos atualiza sobre casos próximos, o que aconteceu nos países vizinhos nos últimos dias, ameaças próximas e eventos que podem influenciar em nosso disfarce. Martuzo também age quando humanos desconfiam que aliens estão por perto.

Martuzo, ou Cléber, sei lá, se curvou um pouco e deu dois socos no peito direito.

Martuzo: — Majestade. – Dei um sorriso de canto.

Ainda não sei como agir quando se curvam para mim.

Sílvia: — Cadê o Guilherme e a Nathalie?

Eu: — Estão vindo de carona.

Sílvia: — Com quem? – ela levantou apenas a sobrancelha direita, bem curiosa.

Eu: — Bom... Como posso dizer isso? – Ela pigarreou. — Eles estão vindo com a... Carlim... — Ela arregalou os olhos.

Sílvia: — COMO É???

Eu: — Ela meio que está aqui, e trabalhava como bibliotecária lá no colégio, se escondendo de todo mundo. Mas agora temos um trabalho importante e ela quer vir para cá.

Sílvia: — Mas o que... Como ela...

Eu: — Não sei! Não faço ideia! Só sei que um tal de Montu apareceu no colégio e nos deu uma missão, mas isso ela te conta quando chegar. – antes que ela fizesse mais perguntas, subi correndo as escadas para meu quarto.

Respirei fundo antes de abrir a porta e ter mais uma surpresa...

Eu: — Ah, não... Você de novo não...

Iriza: — Que mal educado. Não é assim que se recebe a princesa do Jardim da Paz e a nova Guardiã.

Eu: — Não estou com saco pra isso, então por favor, dá pra tirar esses sapatinhos cheios de purpurina da minha cama? – entrei e fechei a porta. Ela, antes deitada, agora sentou-se.

Iriza: — Só não te transformo em uma cutia de vestido porque você está sob efeito da lua-cheia ainda, mas amanhã não terás desculpas.

Eu: — O que você quer?

Iriza: — Carlim não te avisou das surpresas?

Eu: — Vai dizer que você vai ajudar a capturar demônios?

Iriza: — Não! Credo! Titio Pã não gosta que eu chegue perto de demônios.

Eu: — Então o que tem a surpresa da Carlim?

Iriza: — Depois tu saberás. Só vim aqui para lhe trazer um presente, que devo dizer que é de um idiota qualquer para não entregar disfarces, mas é do meu papai, só que meu papai não quer que saibam que ele mandou presente para você, porque mamãe baterá nele. Mas é do papai.

Iriza desceu da cama e deu a volta, vindo até mim com seus passinhos bonitinhos. Apesar de ser pequena, ela é bem inteligente. Fala bem, pensa como adulta e não parece ser uma criança com menos de um metro de altura, que não passa do meu umbigo. Ela estendeu a mão com um saquinho marrom e eu peguei com a ponta dos dedos.

Eu: — O que é?

Iriza: — Pó-de-elfo.

Eu: — Pra eu voar? Mas eu já sei voar.

Iriza: — Não, sua besta! Pó-de-elfo não é para voar! É para confusão. Você joga na face de vosso inimigo e ele ficará fora do ar por alguns instantes.

Eu: — Sério? Que legal. – cheirei o saquinho marrom e no mesmo momento me senti tonto. Iriza pulou, agarrou meu braço e o puxou para baixo, me forçando a afastar o saquinho do meu nariz.

Iriza: — Não é pra você cheirar, sua besta!

Eu: — Foi mal... Ui... – chacoalhei a cabeça. — Achei que eu fosse imune.

Iriza: — Ninguém é imune ao pó-de-elfo. Dependendo da quantidade, isso pode ter diferentes efeitos. Funciona em todas as criaturas.

Eu: — Gostei. Posso usar no meu namorado? – ela deu um tapa na própria testa e me fez rir.

Iriza: — Não! – ela pegou outra coisa no bolso e estendeu a mão com outro saquinho, mas com a cor preta. — Pó-de-harpia.

Eu: — O que isso faz? – peguei da mãozinha direita dela.

Iriza: — Deixa quem inalar suscetível a sugestões.

Eu: — Ou seja, manipulação? – ela concordou.

Iriza: — É uma droga, quem inala fica à mercê de qualquer sugestão e irá tomá-la como sendo sua própria vontade.

Dessa vez eu não cheirei o saquinho.

Eu: — Como você conseguiu isso?

Iriza: — Pergunte pro meu papai. Ele quem pegou no ninho das harpias, nas montanhas.

Eu: — Mas tipo, eu entendo de onde ele tirou o pó de elfo e tudo mais, mas... Eu não sabia que harpias tinham pozinho como as fadas.

Iriza: — Mas elas não têm.

Eu: — Mas...

Iriza: — Isso daí são ossos de harpia moídos.

ECA! Credo!

Eu: — Que nojo!

Iriza: — O quê? Não quer cheirar e inalar pó de dezenas de cadáveres? – fiz uma careta e ela riu.

Eu: — Pra que eu vou usar essas coisas?

Iriza: — Há criaturas que são imunes às suas habilidades como príncipe da cidade-centro. Sua manipulação não funciona com o ogro do Sr. Montu por exemplo. Também não funciona com Odin, com Zeus, e nem com nenhum outro deus, a não ser que você evolua o bastante para ficar mais poderoso que eles. Sendo assim, você vai precisar do pó-de-harpia para hipnotizar os Djins ou o Kapre.

Eu: — Ah... Mais alguma coisa, Senhorita Autoridade? – Ela balançou o galho prateado no ar e senti instantaneamente uma batida forte atrás da minha cabeça. — Ai!

Iriza: — Papai mandou pó-de-duende, que causa grandes explosões, mas tens habilidades suficientes para explodir coisas sozinho. Ah! E Apolo se juntará a vocês nessa missão.

Eu: — O quê???

Iriza: — Ah, esqueci... Era pra ser uma surpresa. Mas enfim. Me faça um favor e diga para o Benjamyn se matricular em Gaiantilux. Lá ele vai encontrar a pessoa que ele mais procura. E só lá ele vai ter o treinamento necessário para tirar aquelas dúvidas chatas de superadolescentes.

Eu: — Quem é Benjamyn?

Iriza: — Ué, é o... – ela arregalou os olhos e deu um sorrisinho forçado, olhando para todos os cantos.

Iriza: — Ops... Spoiler...

Eu: — ??? – arqueei as sobrancelhas esperando uma resposta.

Iriza: — Nada não. Data errada. – ela se virou de costas e foi em direção à janela. — Boa sorte, antílope de olhos azuis. Você vai precisar.

Eu: — É só isso? Não tem mais nada a dizer?

Iriza: — Sim. Não caia no poder dos Jinni. Eles foram invocados por um dos cristais mais poderosos da galáxia, o que significa que estão mais fortes. Eles podem te mandar de volta para o passado ou alterar o mundo para um futuro a gosto dos seus piores pesadelos, e só há três chances de derrotá-los em seu próprio jogo. Tchauzinho! – ela chacoalhou a varinha no ar e desapareceu, se transformando em purpurina roxa e rosa que foi levada pelo vento para fora da janela.

É cada coisa que me aparece...

Levantei os dois saquinhos na altura da testa e dessa vez não me atrevi a cheirar nada. Os coloquei no criado-mudo e fui tomar um bom banho. Assim que saí, vestindo um short de cetim rosa claro e sem blusa, me deitei na cama e fiquei olhando para o teto azul bem claro relembrando todas as merdas que fiz em menos de vinte e quatro horas.

Eu: — Puta que pariu, eu beijei o Miguel... – comecei a rir da minha própria desgraça. — Ah, droga...

Se eu pudesse me matar, faria isso antes mesmo de o Luka de antes voltar. Não vou conseguir olhar na cara do professor Miguel sem me contorcer de vergonha! E com toda aquela repercussão que aquilo causou, uma hora ou outra deve chegar no diretor... E isso vai ser muito, mas muito ruim! Tipo, ele não vai culpar a mim por ter beijado o Miguel, mas vai culpar o próprio Miguel, como se ele fosse portador de toda a culpa.

E pior! Os novatos agora me veem como uma vadia! Eles acabaram de chegar, e eu agi daquela forma escrota o tempo todo... A primeira impressão deles sobre mim deve ter sido a pior possível!

Enquanto ao problema do diretor com o professor Miguel, vou dar um jeito depois. Vou esperar a bomba explodir primeiro. Talvez eu possa usar o último resquício de sedução da lua nele para fazê-lo não expulsar o professor... Ou posso pedir para o tio Marcus apagar a memória dele... E de todos os outros alunos, até mesmo do Miguel.

Marcus: — Luka?

Falando no Diabo...

Ele bateu na porta, mas não entrou. A porta estava aberta, mas ele se manteve afastado da lacuna.

Marcus: — Está vestido?

Eu: — Sim. Pode entrar.

Marcus: — Sério? Não posso entrar se...

Eu: — Eu estou vestido, tio Marcus. Pode entrar.

Ele entrou e fechou a porta em seguida. Ao olhar para mim, ele arregalou os olhos e os tapou rapidamente.

Marcus: — Você disse que estava vestido!

Eu: — E eu estou. Só estou sem blusa.

Marcus: — Você está seminu! – eu ri.

Eu: — Nope. Estou só de short. Algum problema? O que quer falar comigo?

Marcus: — Vista algo decente para conversarmos, por favor. – ele se virou de costas.

Eu: — Eu não quero, obrigado.

Marcus: — Luka! Estou ordenando! – me sentei na cama e cruzei os braços.

Não vou obedecer ordens de ninguém!

Eu: — Não estou afim.

Marcus: — Vou contar até três...

Eu: — Conte até o último milhão. – fiquei de pé e fui até a janela, o deixando lá virado para a porta.

Me curvei na janela e fiquei olhando o movimento pelas ruas. Até que estava bem movimentado. Feriado chegando, a família dos vizinhos começam a vir visitá-los nesta Páscoa, o que significa que os idosos da rua receberão pessoas jovens e com a visão boa. Não poderei ficar voando por aí e nem ficar matando demônios no quintal.

Marcus: — Dois... Três. Já se trocou? – respirei fundo.

Eu: — Me obrigue.

Marcus: — Luka, é sério! Precisamos conversar e eu preciso olhar nos teus olhos! – eu ri.

Eu: — E eu tenho que mudar meus hábitos só porque vocês têm desejos descontrolados? Nem pensar!

Comecei a escutar algo em minha cabeça e... Sim, é melhor eu trocar de rou... Não  eu não vou trocar... Ah, mas eu preciso, porque... Porque...

Preciso seguir as regras dos cetorianos, afinal, faço parte da raça e, como um líder, devo ser um exem... Mas o que...

Nem pensar!

Eu: — Quer parar de tentar impor pensamentos na minha cabeça? Isso não vai funcionar.

Marcus: — Maldito gene híbrido! – ele suspirou. — Está bem, você venceu.

Me virei para ele e o assisti se virar lentamente, até seus olhos focarem nos meus.

Eu: — Viu, não foi tão difícil. – sorri. Ele foi até minha cama e se sentou, mantendo os lábios curvados para baixo, bem concentrado em algo.

Marcus: — Precisamos conversar, e não é sobre a nossa fraqueza arcaica e inútil. – fui até minha cama e me deitei ao lado dele.

Eu: — Diga.

Marcus tirou uma ampola, do tamanho do meu dedo mindinho, do bolso. Ele chacoalhou e pude ver um líquido rosa lá dentro.

Marcus: — Toma. – ele estendeu a mão direita com aquilo entre seus dedos. — Beba.

Eu: — O que é isso?

Marcus: — Proteção por você e o Guilherme terem transado sem camisinha.

Eu: — Tá, mas o que isso faz?

Marcus: — Apenas beba.

Dei de ombros. Tirei a tampinha e bebi, sentindo um gosto azedo na língua, como limão, álcool e muita tinta de canetinha hidrográfica. Fiz uma careta e tossi.

Eu: — Eca!!! Isso é horrível!

Marcus: — Eu não disse que era bom. Pelo menos vai evitar certas coisas. – minha barriga inteira começou a esquentar, e minha língua ficou dormente.

Eu: — Vá direto ao ponto.

Marcus: — É sobre... Aquilo... – ele mordeu o lábio inferior, parecendo estar se segurando para não rir.

Eu: — Aquilo... – franzi as sobrancelhas. — Tá, aquilo o quê?

Marcus: — Sobre nossa Roumuxinae, as propriedades da saliva e das lágrimas...

Eu: — Ah, sim. Tem alguma coisa que não me contou?

Marcus: — Bom, não que eu me lembre agora, mas você precisa treinar para aprender a controlar tudo o que pode fazer. Quando estiver pronto, vou te ensinar tudo o que precisa saber para melhorar e até mesmo alguns truques.

Eu: — Tá bom, só me diga quando e eu estarei na câmara. – ele sorriu e ficou em silêncio, olhando diretamente em meus olhos. — Tio Marcus?

Marcus: — Ah, perdão... – ele chacoalhou a cabeça. — Demoramos a descobrir que a lua era o que estava causando esses efeitos em você, mas ainda não conseguimos entender o que você tem a ver com tudo isso. Por isso chamei Martuzo. Ele é bom em encontrar feitiços e sentiria o cheiro de algum elemental agarrado em você, mas você está limpo. Ele me disse que sentiu magia-negra no seu quarto, mas de repente a conexão tenebrosa foi cortada, o que significa que você conseguiu quebrar o feitiço.

Eu: — Sim, Joaquim e Carlim me ajudaram. Fizeram magia-negra de separação pro Guilherme e pra mim, mas não deu certo. Mas os efeitos da lua persistem e... Como ela está me atingindo tão intensamente?

Marcus: — Eu não faço a menor ideia. Mas deve ser a sua ligação com a natureza, vinda dos astrianos. Mas não tenho certeza se é isso e... – ele deslizou os olhos para baixo, direto para meu abdômen. — E... E.. E... Bem... A lua... A lua é... Linda... Né? Ela é... É... Não sei o que ela é...

Eu: — Acho melhor eu vestir uma roupa mais comprida. – me levantei rindo da cama e fui até meu guarda-roupas. Vesti uma blusa longa e uma bermuda por cima do short. Voltei a me sentar e vi que Marcus estava completamente vermelho. — Pronto. Pode continuar.

Marcus: — Enfim, Vim mesmo para avisar que eu vou ser seu professor nessas habilidades e estou muito, mas muito empolgado com isso! – ele abriu um enorme sorriso e me fez rir. A empolgação estava visível em seus olhos tão azuis quanto uma tempestade. Achava que ele fosse um homem sério, mas parece ser mais criança que o Cássio às vezes. — E não pense que vai ser fácil! Serei exigente.

Eu: — Você já é. – ele deu de ombros.

Marcus: — A partir de amanhã eu estarei na câmara durante toda a tarde. Me encontre lá quando chegar do colégio e te explicarei tudo o que precisa saber sobre essa habilidade. Não há muito o que dizer, apenas há o que eu mesmo descobri, já que ninguém mais na família consegue hipnotizar as pessoas com o olhar, ou usando beijos, além de mim, e agora de você.

Eu: — Tá bom. É só isso?

Marcus: — E eu também preciso do seu colar. Quero ajustar o sistema de comunicação para aniquilar qualquer chiado ou interferência. – passei as mão ao redor do meu pescoço e tirei o colar prateado com o pingente azul. O entreguei ao tio Marcus e ele agradeceu.

Eu: — Será que eu vou conseguir hipnotizar pessoas e apagar a memória dela depois de tudo? – perguntei baixo, mas ele franziu as sobrancelhas percebendo um interesse oculto na resposta.

Marcus: — Quando você desenvolver a telepatia provavelmente aprenderá a impor pensamentos e a deletar memórias... Ou não. Mas por quê? – respirei fundo.

Eu: — Porque eu acho que fiz besteira... – ele riu... Achei que ele iria ficar muito, mas muito bravo, mas ele riu... Por que ele riu???

Marcus: — Não me diga que arrumou encrenca com o Diretor... – ele passou o cabelo para trás das orelhas usando os dedos da mão direita.

Eu: — Não! Eu só... Beijei meu professor de matemática. – ele desfez o sorriso.

Marcus: — Você o quê??? – fiz uma careta, sabendo que ele iria ficar puto. — Você beijou um cara mais velho que você???

Eu: — Sim.

Marcus: — E ele não interrompeu???

Eu: — Não.

Marcus: — Mas isso é inaceitável! Se estivéssemos em Cetos e um adulto acima dos trinta beijasse um adolescente com dezessete, ele seria condenado ao exílio e caminharia pelo deserto até a morte!

Eu: — Mas calma, ele só tem vinte e três anos e... Bom, eu sei muito bem o que estou fazendo. Eu tenho plena consciência e não estamos em Cetos... E aliás, ele beija bem pra caramba!

Marcus: — Mas não foi você! Foi o efeito da lua e da magia colocada em você! É por isso que quer apagar a memória dele???

Eu: — Não, eu quero apagar a memória do Diretor pra que ele não expulse o professor, porque praticamente o colégio inteiro viu. – ele deu um tapa na própria testa.

Marcus: — Vou pensar sobre isso e... – ele se levantou, indo até a porta rapidamente. — Não beije ninguém além do Guilherme! Nenhum humano! Seu pai não está aqui, mas eu posso te colocar de castigo!

Eu: — Ah, tá... Aham.

Marcus: — Não deboche de mim!

Eu: — Não tô debochando. – levantei uma sobrancelha. Ele saiu e voltei a me deitar, ainda sentindo minha língua dormente, um gosto amargo no fundo da garganta e uma queimação no estômago. — Droga... Que porcaria é essa que bebi?!

Depois de escovar os dentes mais uma vez, me deitei, fiquei girando na cama até apagar. Fui acordar algumas horas depois escutando uma gritaria lá em baixo. Deduzi que Carlim tinha chegado e estavam compartilhando notícias. Apenas voltei a dormir.

Dormi o resto do dia. Acordei na madrugada outra vez e senti o abraço apertado do Guilherme atrás de mim. Me aconcheguei em seus braços e escutei sua respiração mudar.

Guilherme: — Hum... – ele gemeu baixinho antes de libertar sua voz rouca de sono. — Está acordado?

Eu: — Por enquanto. O que quer?

Guilherme: — Nada... Só queria dizer que você é incrível...

Eu: — Por que está dizendo isso? – sorri, sentindo aqueles braços fortes me apertarem contra seu corpo.

Guilherme: — Porque até em sonhos você me enlouquece. – eu ri baixinho.

Eu: — E eu achando que viria alguma coisa fofinha, mas... Você também é incrível.

Guilherme: — Tá, vamos dormir antes que eu fique duro.

Eu: — Você é inacreditável.

Guilherme: — Mas você ama. – dei de ombros.

Após dormir outra vez, acordamos bem dispostos com o despertador tocando. Me levantei e deixei o Gui deitado olhando para o teto. Me arrumei rápido e saí do chuveiro com a toalha na cintura.

Guilherme: — Estou pensando seriamente se devo ou não desistir do colégio.

Eu: — E claro que a resposta é não. Por que quer desistir?

Guilherme: — Odeio ficar acordando cedo e... Ah, mano, é chato pra caralho! – escutei seu bocejo e sorri.

Ficamos em silêncio. Estava procurando minhas roupas quando senti a toalha se soltando da minha cintura. Agarrei-a antes que caísse e a enrolei novamente, e dessa vez com mais força. Estiquei a mão para pegar uma cueca e vi que o nó enrolado que dei se desfazia suavemente... Revirei os olhos e a toalha caiu no chão, me deixando completamente nu. Apenas ergui meu dedo do meio para trás e escutei o Guilherme rir.

Eu: — Não tem graça, idiota.

Guilherme: — Bem melhor assim.

Eu: — Poderia usar sua psicocinese pra algo útil, e não pra derrubar minha toalha. – me virei de frente pra ele ainda pelado, com uma cueca azul-escuro na mão esquerda.

Quando minha visão focou naquela escultura alienígena na minha cama, notei que ele estava com o short levemente abaixado e se masturbando lentamente, com aquele sorrisinho safado nos lábios.

Eu: — Guilherme, você não presta.

Guilherme: — E que culpa eu tenho? – ele bateu o pau ereto contra o próprio abdômen e mordeu o lábio inferior com força, o deixando bem vermelho. — Posso provar que isso não é ereção matinal.

Eu: — Vá tomar um banho gelado. – vesti minha cueca e me virei de costas pra ele.

Guilherme: — Gelado? Eu quero é bem quente... E você?

Eu: — Eu o quê? – peguei uma bermuda, a mais larga que eu tinha, e vesti.

Guilherme: — Quer bem quentinho? – comecei a rir. — Está na hora do café da manhã, Delícia. Vem cá, a mesa tá pronta.

Eu: — Guilherme, dá pra parar com suas safadezas e ir se trocar por favor? Vamos nos atrasar.

Guilherme: — Ops... O leitinho da manhã está chegando!

Ah, meu Deus, ele não vai parar... Queria que ele se cansasse, mas sei que isso não vai acontecer. O nível de energia dele é alto demais pra ele se cansar tão rapidamente de suas brincadeiras sem vergonha alguma.

Eu: — Se eu fizer o que você quer, você vai se trocar?

Guilherme: — Se você secar a fonte por agora, eu faço o que você quiser.

Eu: — Tá bom, você venceu. – me virei para ele e comecei a me aproximar. Ele sorriu daquela forma sexy e abaixou rapidamente ainda mais seu short, segurando o pinto pela base e balançando pra cima e pra baixo.

Guilherme: — Pela primeira vez eu consigo te convencer a me chupar num horário qualquer. – sorri.

Eu: — Só porque você é chato pra cacete.

Guilherme: — Chato e cheio de tesão.

Me deitei nos pés da cama e me aproximei de sua virilha, onde pude sentir o cheiro natural de sua pele. fiquei com o rosto bem próximo... Próximo até demais. Ele bateu o pau pesado contra minha bochecha direita e riu em seguida.

Guilherme: — Será que você consegue antes que nos atrasemos?

Eu: — Não me subestime.

Guilherme: — Me impressione.

Segurei firme na base da rola dele e senti que não estava em sua potência máxima. Abri a boca, pus a língua pra fora e iria abocanhar aquilo, mas desisti e sorri. Com os dedos da mão direita acariciei suas bolas redondinhas e pude sentir a energia da puberdade me atacando com força. Os efeitos da lua pareciam estar diminuindo de intensidade, pois eu não conseguia sentir todas as sensações completas que se passam pelo corpo do Guilherme. Apenas olhei para o topo da glande sendo iluminada por gotículas de pré-gozo. Toquei a ponta do dedo indicador da mão direita na cabeça e fiquei brincando ao espalhar a baba translúcida por toda sua extensão enquanto acariciava os testículos com os dedos da mão esquerda.

Guilherme: — Wow... Carinho nas bolas não vale... – eu ri e gostei de vê-lo relaxar na cama. Ele jogou a cabeça pra trás, fechou os olhos e relaxou enquanto seu pau ficava mais duro a cada segundo. — Ah, porra... Isso é bom demais...

Eu: — Vou segurar a vontade de lamber suas bolas e focar no principal... – me aproximei ainda mais e abri a boca.

Deslizei a língua pelo topo da cabeça avermelhada e Guilherme riu após ter um espasmo. Segurei com força a base e o prepúcio revelou o restante da glande para que eu pudesse lamber ainda mais. Fiz movimentos circulares por uns dois minutos antes de colocar toda a cabeça do pau dele na minha boca. Circundei a glande com meus lábios e continuei brincando com a língua enquanto o masturbava pelo tronco da rola. Ele começou a gemer alto e senti o gosto salgado contra minha língua.

Guilherme: — Cai de boca... Isso... – senti suas mãos grandes atrás da minha cabeça, e fui obrigado a por cada vez mais centímetros na boca, até eu engasgar ao sentir o toque no fundo da garganta. — Tá, tá... Vou gozar já já. Agora vira aí e deixa eu... – agarrei firme o saco dele e suguei a glande fazendo bastante pressão. — AH, PORRA!!! – afastei a cabeça e ri ao ver a expressão que ele mantinha.

Eu: — Sem sexo hoje, Gostosão. – ele olhou pra mim com uma expressão delirante, afundado no prazer do momento. Sorri, desci a cabeça e lambi o saco dele, subindo e indo até a glande pulsante. Seu sorriso se ocultou, dando lugar ao forte relaxamento e àquela expressão prazerosa.

Guilherme: — Quero comer vo... – senti um estalo na minha cabeça... Os braços do Gui atrás da minha cabeça fraquejaram e caíram pros lados. Todo o corpo dele fraquejou e eu tomei o controle. — Qual é! Maldade me bloquear!

Não respondi. Apenas continuei. Abocanhei apenas a cabeça avermelhada e masturbei da base até o topo do tronco, o deixando gemer bastante. Depois de alguns minutos, percebi os gemidos dele ficando cada vez mais intensos, então dei meus golpes finais. Desci ambas as mãos e massageei suas bolas gentilmente, e com a boca tentei usar o máximo de profundidade que eu conseguia, engolindo o bastante para deixar meu nariz tocar a virilha dele. Guilherme deu um gemido alto, quase gritando, e brigou comigo mais uma vez por tê-lo paralisado e não querer deixá-lo me penetrar por outro lado.

Senti a glande tocar o fundo da minha garganta e deixei por um tempo, enquanto sugava e massageava o saco macio dele. Guilherme revirou os olhos com força e percebi o quanto ele lutava para levantar os braços. Eu não posso segurá-lo por muito tempo, então devo terminar logo.

Segurei a base da rola dele novamente e dei toda minha atenção para a cabeça pulsante. Chupei bastante e brinquei o máximo com a língua... Até sentir a baba vir com mais pressão contra meus lábios. Enquanto pagava aquele boquete, subi minhas mãos e massageei seu abdômen trincado e apertei cada músculo. Sei o quanto ele gosta disso e o quanto isso o excita, então logo aqueles gemidos graves e deliciosos se intensificaram... E o primeiro jato veio contra o céu da minha boca. O susto que levei me fez engolir instantaneamente, mas logo o segundo jato inundou minha boca outra vez. A pica dele escapou dos meus lábios e o terceiro jato de porra bateu contra o tronco do meu nariz. O quarto fez uma linha espessa e branca da minha testa até um pouco acima do meu queixo, passando por meus lábios. Guilherme voltou a se mexer e começou a se masturbar. Ele se sentou na cama gemendo como um animal selvagem, agarrou meu cabelo e liberou o restante de esperma que tinha no estoque. E outros dois jatos bateram forte contra meus lábios, se estendendo para minhas bochechas. Fechei os olhos e escutei uma risadinha gostosa vinda dele.

Guilherme: — Ah, caralho... Isso foi bom demais... – ele se jogou para trás e riu alto.

Eu: — Seu filho da... – me interrompi ao sentir aquele gosto... Estranho pra caralho. Um gosto curioso, e estranhamente ruim! E pior! Eu sem querer engoli um pouco!

Me levantei e corri rapidamente pro banheiro, com um olho aberto e outro fechado, já que a porra na minha testa escorria para meu olho esquerdo. Peguei metros de papel-higiênico e limpei meu rosto daquela gosma branca com um cheiro indecifrável e gosto de alvejante. Me olhei no espelho e vi gotas de porra no meu cabelo e em alguns cantos do meu rosto. Lavei meu rosto outra vez e meu cabelo também, usando sabonete. Como vou para o colégio agora, corro o risco de alguém sentir o cheiro de porra em mim, já que o cheiro dessa coisa é forte para um caralho, e sei que há pessoas com superolfato espalhadas por toda a cidade. Me olhei no espelho e deixei labaredas secarem minha pele. Fiquei um minuto com o rosto e o cabelo em chamas, até o Guilherme entrar no banheiro, me abraçar por trás e apagar uma labareda azul na minha bochecha usando a língua.

Guilherme: — Hum... Que cheirinho gostoso.

Eu: — Não graças a você! – ele riu.

Guilherme: — Gostou de sentir meu gosto, Delícia?

Eu: — Guilherme, você gozou na minha cara!

Guilherme. — É... Foi maneiro! Gozei na cara e na boca ao mesmo tempo. Realizei minhas fantasias!

Olhei pra ele e estreitei os olhos. Ele deu de ombros e percebi que ele estava completamente nu, sem vergonha alguma.

Guilherme: — Namorar é bom demais. – ele me deu as costas e foi em direção ao box. Foi inevitável olhar aquelas nádegas redondinhas se movendo enquanto ele caminhava. Ele realmente tem uma bunda muito graciosa e instigante.

Eu: — Não pense que vou fazer isso de novo. – ele entrou cantarolando no box e ligou o chuveiro em seguida.

Guilherme: — Minha porra está no teu estômago. Território marcado com sucesso!

Eu: — Idiota. – ele me mandou beijinhos e piscadelas pelo ar.

Saí do banheiro e fui terminar de me vestir. Peguei minhas coisas e desci enquanto Guilherme tomava banho. Cheguei na cozinha e Carlim estava sentada conversando com minha mãe, e as duas riam bastante. Me sentei longe das duas como se nada tivesse acontecido... Como se eu nem tivesse acabado de chupar o Guilherme no cômodo acima.

ABOOH : Amores Sobre-Humanos Where stories live. Discover now